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Escrivão da Fazenda, de que o teor se segue: Do primeiro ordenado, que Mem de Sá houver de haver por virtude desta Provizão lhe serão descontados duzentos mil reis que lhe S. A. mandou pagar o anno de quinhentos e cincoenta, e oito em Bastião de Moraes por Provizão feita a 15 de Março de 1557. Andre Soares.

Eu Sebastião Alves Escrivão da Fazenda nestas Partes do Brazil trasladei o dito Alvará, e certidão com o riscado, que dizia: Ordenado, que leva na dita Carta em que não haja duvida hoje 3 de Janro. deste anno de 1558 annos.

Livro 1o. do Registo de Provimentos Seculares

e Ecclesiasticos da Cidade da Bahia e Terras do Brazil.
Fls. 129-129 v.

CARTA de Men de Sá, em que da conta a ElRey de se

haver alevantado huma Capitania nos estados

do Brasil. Feita na Cidade do Salvador a 1 de Junho de 1558. Reynado do Snr. D. Sebastião.

Senhor Despois de partido dom duarte me chegou esa carta de vasco fernandez coutinho que mando a Vossa Alteza; A sua capitania que estava alevamtada e tinha o gentio dela postos 03 cristãos em tais termos que se os não socorrerão não podiam escapar de serem mortos e comidos / fica agora muito pacifica e o seu gentio tão castigado: mortos tantos e tam principaes: / que parece que não alevantaram a cabeça tam cedo / Dou muitas graças á deos por acabar fernão de saa meu filho nesta jornada em seu serviço e de vossa alteza o perigo que esta terra agora pode ter hee ter capitão tão velho e pobre e nisto vera Vossa Alteza que os armadores são o nervo do brasil / e a capitania que os não tiver senão podera sostentar.

pareceme que Vossa Alteza devia de tomar esta terra a vasco fernandez e logo mandar a san tome e dar aos homens ricos que para ca querem vir as omras que pedem e embarcação e mandar alguns a esta capitania / outros ao espirito santo e conceder privilegios de novo inda que estem jaa no foral aos que ca quiserem vir/ eu irei asentar outra cidade la e me parece co a ajuda de deos que em pouco tempo a ei de fazer tal como esta do salvador/a outra será do espirito santo/asi segurarse a a terra de todo do gentio: e dos frances: os quaes esta muito certo que em podendo hão de vir fazer salto ahi: /e mais são para arrecear/ e indome ali asentar pode ser que os enfadarei dali e esta cidade não ha mister por agora mais fortaleza para se poder sos

tentar.

A. B.

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vasco fernandez vai la: e tão cansado e emfadado que não deseja senão que lhe tomem a capitania /

mando hum estromento a Vossa Alteza que me veo do esprito santo das novas que hi acharam dos frances que estão no Rio de Janeiro, huma caravela e hum barganti dos darmada que mandei ao socorro: foram mais adiante ver se podiam tomar alguma chalupa das queles trazem pola costa para se saber bem a verdade de quanta gente hee o que fazem ou o que determinão.

- o que me a min afirmão outras pessoas que de la vieram / que se fazem outo navios de remos: os tres a modo de gales outros como bargantins mas não nos virão senão por dito dos negros/todo seu fundamento he fazeremse fortes tem muita gente: e bem armada: / as suas roças não são senão de pimenta prazera a noso senhor que se lhes desfaram todos estes pensamentos/ Noso Senhor a vida e estado real de Vosa Alteza acrecente desta sua cidade do Salvador o primeiro de Junho || Men de Saa.

Archivo da Torre do Tombo
Parte 1a. Maço 102. Doc. 103.

CARTA de Mem de Saa, governador do Brazil para
El Rey em que lhe da conta do que passou e

passa lá e lhe pede em paga dos seus serviços
o mande vir para o Reino. A 31 de Março de
1560. Reinado do Snr. D. Sebastião.

Senhor por outra via escrevo a vosa altesa o que me socedeo na guerra que tive com o gentio do peroaçu e com os franceses do Rio de Janeiro onde se achou bertolameu de vasco concelos da cunha que veo por capitão mor da armada e o fez tambem que merece merce e os mais capitães e mais gente todos pelejaram bem / A capitania da baia quando me de la parti ficava muito de paz e o gentio todo muito sogeito e mais pacifico que nunca. /

// a cidade vai em muito crecimento e co estas terras que se agora sogeitarão se podia fazer hum Reino soo ao redor da baia sam boas em estremo para tudo o que nelas quiserem fazer /

// os padres da companhia escreveram a vosa altesa quanto a fee de noso Senhor se estende polo gentio da baia parece que he chegado o tempo em que ha por seu serviço que este gentio participe de tamanha merce./

// a doze do mez de novembro pasado se bautisaram em hum dia na Igreja do esprito santo que he sete legoas da cidade coatrocentas e trinta e sete pesoas / muitas mais se bautisariam cada dia / estes são os que sabem a doutrina milhor que muitos cristãos em outras Igrejas se bautisaram e bautisam outros muitos haa escolas de trecentos e sesenta moços que jaa sabem ler e escrever./

// eu tevera feitas outras muitas Igrejas se tevera com que para isto pedia o poder perdoar as culpas que aconteceram

despois da minha vinda para apricar as penas a estas obras ; porque as outras da justiça pelas leis do Reino são as mais (vezes ?) apricadas aos cativos. Esta terra não se deve nem pode regular polas leis e estilos do Reino se vosa altesa não for muito facil em perdoar não terá gente no brasil/e porque o eu gainhei de novo desejo de se ele conservar. / os meios para iso necesareos eu os escrevi a vosa altesa o anno pasado e lhe lembrava quam necesareo era pôr nestas capitanias capitães onrrados e de boa conciencia. Agora o vi quando corri a costa / porto seguro esta para se despovoar por causa do capitão os Ilhcos se lhe não acudira ouverase de perder e ouverão de matar o capitão/ no esprito santo estão tres filhos de Vasco fernandes coutinho moços sem barbas e todos são capitães /os de são vicente estão casi alevantados se vosa alteza quer o brasil povoado he necesareo ter outra ordem nos capitães como jaa escrevi. /

// em chegando a Capitania do espirito santo achei huma carta de Vasco fernandes coutinho em que rogava ao ouvidor da capitania que em seu nome renunciase a capitania e lhe mandava per iso procuração bastante: os moradores estavam jaa todos para se hir e quando isto souberam se foram a mim co as molheres e mininos pidindo que a tomase para vosa altesa asi o fiz como vosa altesa pode mandar ver por hum auto que diso fiz com parecer dos capitães ate o fazer saber a vosa altesa filo (para que) se não perdese huma tão boa capitania e polo (m)uito que os padres da companhia tem feito com o gentio / haa muitos cristãos e bem doutrinados / a terra he boa ha nela muito brasil e bom/ os armadores pasados como souberem que he de vosa altesa tornarão a armar se lhes mandar falar niso. /

// não escrevi a vosa altesa particularmente as diligencias que aviam de fazer os homens que mandava pedir paras vilas que fazia do gentio por serem muitas / agora por menos despesa e pola necesidade que avia deles ordenei de fazer hum meirinho dos do gentio em cada vila por que folgam eles muito co estas onrras e contentamse com pouco / com os vestirem cadanno e as molheres huma camisa dalgodam bastara e isto deve vosa altesa mandar que lhe dem./

tambem mandei fazer tronco em cada vila e pelourinho por lhes mostrar que tem tudo o que os cristãos tem e para o meirinho meter os moços no tronco quando fogem da escola e para outros casos leves com autoridade (de) quem os ensina e riside na vila (eles) são muito contentes e recebem milhor o castigo que nos. //

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