no menos que ha na sua amada, e não he possivel que não quizesse continuar no mesmo encarecimento. Corrigimos: Se em teu valor contemplo a menor parte. P. 34. V. 25. Em feras mora, em aves, pedras ágoas] Faria e Sousa. Em feras, plantas, aves, pedras, ágoas] 3 ed. Só quem for destituido de gosto poderá preferir aquella a esta lição. P. 40. V. 19. A mão tenho mettida no teu seio] Faria e Sousa, e 3a ed. He êrro: corrigimos: A mão tenho mettida no meu seio. P. 69. V. 5. Nunca do vento e ira, que arrancando] Faria e Sousa. He erro; corrigimos: Nunca do vento a ira, que arrancando. corrigimos: Com que a morte forçada e gloriosa, Com que a morte forçada gloriosa P. 86. V. 24. Pois se a fortuna o fez por descontar-me He êrro: Esse desgosto etc.] Faria e Sousa. He lição viciosa, porque o poeta acaba de dizer que a sorte lhe cortou em flor a sua alegria, que era tal, que era de razão, tivesse este desconto, porque se não dissesse que no mundo podia haver bem perfeito; e seria disparate chamar agora desgosto ao que pouco antes chamou summa alegria. Corrigimos: Mas se a fortuna o fez por descontar-me Aquelle gosto etc. P. 108. V. 15. Ayúdame, Señora, á ser vingança] Faria e Sousa. He erro. Corrigimos: Ayúdame, Señora, á hacer vinganza. P. 111. V. 7. Faria e Sousa. Nem todos para um gosto são iguaes] He erro, porque o poeta diz: Vós, ό annos, estes que passais tão ligeiros, nem todos sois iguaes: e se dissesse são, era absurdo. Corrigimos: Nem todos para um gosto sois iguaes. P. 113. V. 25. Aunque en esta se llega al natural] Faria e Sousa. He erro. Corrigimos: Aunque en esto se llega al natural. Porque o sentido do poeta he que só n'uma cousa se aproxima ao natural o retrato da sua amada; e vem a ser, que assim ouve, e assim responde o seu pranto como se fôra o proprio original. P. 114. V. 11. En tanto bien no quieras olvidarte] Faria e Sousa. Foi descuido, porque a mesma Rima exige que seja olvidarme. P. 114. V. 21. sas] Faria e Sousa. Cesse vosso louvor, Nymphas formoHe vicio, porque o poeta não diz ás Nymphas que deixem o seu proprio louvor; mas, sim, o seu lavor; isto he, as telas que estavão lavrando. Corrigimos: Cesse vosso lavor etc. P. 115. V. 22. Fizeres que se mova a piedade] Faria e Sousa. Fazeres que se mova a piedade] 3a ed. Seguimos esta lição, que he a verdadeira. P. 120. V. 15. Em Babylonia sobre os rios] Faria e Sousa. Mas parece que tambem aqui, como nos outros lugares, se deve ler: De Babylonia sobre os rios etc. P. 128. V. 13. Ah! que falta mais vezes a ventura] Faria e Sousa; mas a lição do poeta he esta: Ah! que falte mais vezes a ventura. P. 133. V. 28. Que não póde nenhum impedimento Lição vulgar. Mas o fugir está aqui por evitar: corrigimos: Fugir o que lhe ordena etc. P. 134. V. 7. Tão potente será vossa mudança.] Lição vulgar. He viciosa: corrigimos: Tão patente será etc. P. 136. V. 28. Não o quizera tanto á vossa custa.} Lição vulgar. He vicio, porque se entende a vingança. Corrigimos: Não a quizera tanto á vossa custa. P. 138. V. 11. Eu quanto mais te vejo, mais te escondes.] Lição vulgar. He absurda: corrigimos: Eu quanto mais te busco, mais te escondes. P. 139. V. 20. Que mágoas para ouvir! e que figura.] Lição vulgar. He viciosa: corrigimos: Que mágoas para ouvir! Que tal figura. P. 144. V. 11. Mas eu acostumado ao veneno, E uso de soffrer meu mal presente.] Lição vul gar. He viciosa: corrigimos: Assim de acostumado co'o veneno, O uso de soffrer etc. P. 159. V. 3. Ni dejarán, por mas que el tiempo huya.] Todas as ed. memoria. Corrigimos: Mas he vicio, porque se entende a Ni dejará, por mas que el tiempo huya. P. 165. V. 12. Seus cabellos] Tod. as ed. Mas quem espalha os cabellos, não são as Nymphas; he a manhãa. Nem as Nymphas podião ter tantos e tão longos cabellos, que os espalhassem pelos montes. Corrigimos: Teus cabellos. P. 167. V. 9. Gaitas, que bem se ouvião] Faria e As gaitas que trazião] 3a ed. Adoptamos esta lição, que he a do Sousa. poeta. P. 175, V. 5. Com palavras mimosas e forjadas Da solta liberdade e livre peito.] Todas as ed. Mas he vicio, porque o sentido he este: Com palavras mimosas e forjadas eu, de solta liberdade e livre peito, as trazia (a ellas Nymphas) contentes e enganadas. Corrigimos: Com palavras mimosas e forjadas, De solta liberdade e livre peito etc. P. 184. V. 20. Assim me está tornando o peito frio.] Todas as ed. Mas o temor he que produz todos estes effeitos: impedir a voz, tornar a lingua negligente e o peito frio; e desta lição parece entender-se que o peito frio he quem torna a lingua negligente, ou que a lingua negligente torna o peito frio. Esta amphibologia argue vicio de texto. Corrigimos Assim me está tornando, e o peito frio. Este lugar nos fornece mais uma prova incontestavel de que a emenda que fizemos na Estancia 29, Canto IV dos Lusiadas, he a verdadeira e genuina lição do poeta. E não só neste, mas em todos os mais lugares onde o poeta falla do medo, sempre lhe attribue o effeito de esfriar e gelar: como no mesmo ja citado Canto, Estancia 21: Desta arte a gente força e esforça Nano, Que com l'ouvir as ultimas razões, e no Canto I, Estancia 89: O temor grande, o sangue lhe resfria. Sempre disse que fazia parar a circulação do sangue, e que seus effeitos se fazião primeiro sentir no coração, como no Canto V, Estancia 38: Que poz no coração um grande medo. O mesmo fazem todos os grandes poetas, e com especialidade Virgilio, como se ve nos seguintes exemplos: Extemplo Aeneae solvuntur frigore membra. Eneida L. I, V.96. : E além destes muitos e muitos outros puderamos citar. Pois se o temor esfria e gela, e primeiro se faz sentir no coração, como diz o nosso Camões e disserão antes, e tem dito depois todos os grandes poetas; com a autoridade do mesmo Camões se prova que, se no campo de Aljubarrota, quando a trombeta Castelhana deo o sinal da batalha, o sangue acudio ao coração dos Portuguezes, e por consequencia se lhes concentrou alli o calor, não foi porque o temor fosse maior, mas, sim, porque era muito menor, que o perigo. E portanto he viciosa lição vulgar, e a nossa verdadeira. P. 187. V. 30. E vós, pastores deste rudo outeiro] Faria e Sousa. E vós, pastores rudos deste outeiro] 3a ed. A lição do poeta he esta. P. 188. V. 30. No tronco de alguma árvore sombria] Faria e Sousa. E no tronco d'uma arvore sombria] 3a ed. Esta he a lição verdadeira. P. 190 V. 3. Em vós deixou Minerva o que valia] Faria e Sousa. Em vós deixou Minerva sua valia] 3a ed. Porque desprezaria Faria esta lição? P. 198. V. 15. Porque saibas o que he ser amada] Faria e Sousa. Porque saibas que cousa he ser amada] 3a ed. Quem hesitará em seguir a lição antiga? P. 199. V. 23. Se humano parecer não se defende] Faria e Sousa. Que ao humano parecer não se defende] |