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de energia, probidade e saber. Sem educação, quem nos assegura que não saia um novo D. Miguel, para infelicidade sua e do Imperio? Mas basta de po liticas, que só servem de affligir os amigos do bem e da patria.-Pobre patria, representada na Europa por Brants, A. Telles, Cunhas, Linhares etc, etc., etc.! Diga ao meu bom amigo Rocha, que estou muito enfadado com S. Ex.' deputado, que ha mezes não tem achado um momento livre para escrever me Dei os seus comprimentos ás pessoas suas recommendadas, que todas lhe agradecem as despedidas.

Seu de coração,

ANDRADA.

P. S. Ainda não sei das listas dos novos Deputados das Provincias; porém se foram tão bem escolhidos como os do Rio, adeus Imperio. O que valerá é que são poltrões e bestas. Não tenho tempo, por isso não lhe envio a minha Ode aos Bahianos, que não desmerece, se não excede à dos Gregos.

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Pelo capitão Mamignard mandei dizer a V. S.a que me mandasse 50 mil réis em cobre que estava jà a la luna e já devo 10 patacas ao Custodio. Queira entregal-os ao Sñr. Antonio Joaquim da Silva Garcez, Boticario da rua dos Pescadores, na travessa, para que os mande entregar aqui ao visinho e amigo Custodio. Estou sem Gazetas ha duas semanas, porque o Aquilino, que m'as remettia aqui, creio que está sem vintem. Se V. S. as puder haver, queira enviarm'as pela via do Boticario.

Adeus; saudades de todos a todos.

Sexta-feira, 23 de Julho.

Seu de coração,

ANDRADA.

Ill.m

Ainda estará doente? Assim o temo, visto ha tanto tempo não ter escripto

ao Farropilha-mór da Republica das formigas.

Ora, pois, o dia de Santo Antonio está á porta, e é preciso fazer um esforço para vir beber commigo um copo de champanha.

Diga-me se já pagam no erario.

Em todo o caso, mande-me pelo Mamignard, no caso de não poder absolutamente vir, cincoenta mil réis em cobre.

Tambem sirva-se dar ao portador d'esta, o valente patriota Porto Seguro, um conto de réis, passando-me uma obrigação de divida por um anno, com o juro da lei, podendo dentro d'este prazo ir pagando por parcellas. Logo que la for lh'o pagarei, por ser preciso abrir primeiro o bahú que lá está, e segundo um caixãozinho, cuja chave não posso mandar por agora.

Adeus; saudades ás senhoras e á comadre.

Seu de coração
ANDRADA.

Ill.mo

Recebi a sua e dou-lhe os parabens da sua proxima viagem, bem que sinto muito igualmente perder a sociedade de um amigo. Venha logo a estes seus estados, e falle ao Paranaguá pelo portador, que estimo pelo caracter, e desejo que seja servido.

Seu am. e cr.°

ANDRADA.

P. S. Traga comsigo pelo menos quatro caixões de livros.

Ill.mo

Domingo.

A carta de Martim é de 7 de Fevereiro, e é nella que me dá parte que vem com minha filha e netos para a minha casa. Não sei por que fatalidade só agora é que recebo esta carta, que creio ficou trasmalhada entre os papeis do nosso Nabab, que creio traz a cabeça no centro da gravitação, ou ponto de apoio da machina humana.

Logo que Martim chegar, conduza-o a essa sua casa, e dê-me parte para ir abraçal-o. Confio no meu amigo, que lhe apromptará tudo o de que precisarem até a minha chegada.

Cá vamos vivendo, e a tirar formigas, que é nunca acabar ; o que já começa a fazer-me perder o gosto da chacarinha, e a chorar o dinheiro que nella já tenho gastado e tenho de gastar.

Adeus; tenha saude, e dê as novidades do tempo, e se já sabe alguma coisa da carta que o Nero de Portugal escreveu ao irmão, etc., etc.

Seu de coração

ANDRADA.

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Recebi o seu bilhete, com que folguei muito, pois agora só por lettras sei alguma coisa da sua pessoa e saude.

A miuha obra vai aos pulos, depois que aqui cheguei; mas com o café e esta não ha tempo para continuar as Fantasmagorias. Se não quer entrar nellas, logo que puder compareça aqui em proprio vulto; e, quando vier, traga-me o meu alambique e tambem as botas e almofadinha, se é que ellas existem ainda em propriedade minha; pois, segundo dizem de lá, o boticario, não entendendo a lingua de Cabinda do preto que as levou, as recambiou pelo mesmo selvagem.

A Narcizinha deve ir quanto antes para a pensão de M.me Touloi, para aprender a piano, continuar a cantoria, e ver se tem geito para o desenho, lêr, escrever e contar na lingua de N. Sñr.*

Adeus; saudades ao Nabab de Arcote, etc., etc.

Rogo a continuação da remessa das gazetas, e agradecimentos ao amigo

Cruz.

Seu general e amigo
ANDRADA.

Nhonhô Antonio.

Eu fico sozinho hoje em casa; se mecê, meu sinhozinho de França, prefere comer pirão e feijão com toucinho á Paulista aos quitutes do grandiosissimo Senhor D. Luiz de las Panreas, cá o espero; se não, Deus ajude a mecê.

Seu muleque

ANDRADA.

Meu bom amigo.

Veja se me póde obter os dois Diarios parentes, o do Governo, em que vem o meu despacho pecuniario, e o do Planché, onde vem não sei que, que me diz respeito. Se puder hoje saiba do menino bonito a significação das palavras sobre quintas.

E. N.

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