OS LUSIADAS DE LUIZ DE CAMÕES. = NOVA EDIÇÃO SEGUNDO A DO VISCONDE DE JUROMENHA PUBLICADA EM VIDA DO POETA; COM AS ESTANCIAS DESPREZADAS E OMITTIDAS NA PRIMEIRA E COM LIÇÕES VARIAS E NOTAS. LEIPZIG: F. A. BROCKHA U S. 1873. 02-23-49 mm Ведисков 11-28- 47 PROLOGO. A presente edição do poema immortal dos Lusiadas é conforme á publicada pelo propio Camões em sua vida: isto é, áquella que se reputa ser a segunda, impressa como a primeira em Lisboa, no anno de 1572, na officina de Antonio Gonçalvez. Dámol-a exactamente como o Visconde de Juromenha. [Obras de Luiz de Camões, vol. VI. Lisboa 1869.] Este cuidadoso e diligente editor, com a valiosa cooperação do conselheiro João Felix Alves Minhava, illustrou a obra do nosso poeta com varias e detalhadas notas. Possue este uma boa collecção camoniana, e com a melhor vontade obsequiosamente se offereceu a auxilial-o no trabalho de confrontação e genuina interpretação do poema, de maneira que póde bem o leitor adjudicar-lhe não pequena parte n'este magnifico trabalho litterario. Explicaremos o systema que n' elle se seguiu: Primeiro, o Visconde conferiu as duas raras edições de 1572, confrontando-as com todo o cuidado, e após estas algumas outras que julgou de maior importancia. A de Manuel Correia (Lisboa 1613), por ser de um amigo de Camões e por isso dever estar mais ao facto de como interpretava Camões alguns logares. A de Manuel de Faria e Sousa (Madrid 1639), por ser o commentador que mais trabalhou sobre Camões e as suas obras; e algumas outras edições antigas, e entre estas a de 1651 (Lisboa), que parece mais correcta. Entre os modernos, Ignacio Ferreira Garcez (Napoles 1731) por ser em parte critico de Camões. A de Freire de Carvalho (1843), e a de Hamburgo (1834) por Barreto Feio e Gomes |