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terem vindo á publicidade todos os documentos capazes de lhes dar a luz precisa. Eis a importante missão da Revista.

Com a collaboração valiosissima dos nossos confrades, com os processos mais apurados da crítica moderna, virão surgindo as monographias amplas e elucidativas, de que se haja de valer o historiador futuro para seu trabalho de synthese.

Tal é o nosso escopo, tal se me afigura o processo mais logico para servir aos interesses da Historia Brasileira.

Agosto de 1912.

RAMIZ GALVÃO.

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BARÃO DO RIO BRANCO

(DR. JOSÉ MARIA DA SILVA PARANHOS JUNIOR)

N. em 20 de Abril de 1845, na travessa do Senado (Rio de Janeiro). +. em 1o de Fevereiro de 1912, do Palacio Itamarati, (Ministerio das

Relaçõs Exteriores).

Eleito socio corresp. do Inst. em 7 de Novembro

de 1867; tomou posse a 19 de Junho de 1808, socio honorario a 5 de Maio de 1875, benemerito em 21 de Novembro de 1906, presidente em 21 de Novembro de 1907, presidente perpetuo por deliberação da Assembléa Geral de 27 de Novembro de 1909.

BARÃO DO RIO BRANCO

O Instituto Historico e Geographico Brasileiro cumpre um dever patriotico destinando largo espaço neste volume de sua Revista ás homenagens prestadas á memoria de seu preclaro ex-presidente, o benemerito barão do Rio-Branco.

Nossa querida Patria tem tido filhos illustres, que a serviram com extraordinario brilho na religião, nas sciencias, nas artes, nas lettras, nas armas, na administração e na politica; raros porém puderam equiparar-se ao eminente estadista, que se finou a 10 de Fevereiro de 1912.

Seu bello e equilibrado talento, seu vasto saber como historiador e geographo, sua inquebrantavel tenacidade no trabalho, seu devotadissimo amor á Patria constituiam um conjuncto precioso de predicados excepcionaes.

Filho de um cidadão, que foi astro de primeira grandeza na politica brasileira, é difficil dizer si foi egual ou maior do que seu glorioso progenitor; perlustrou outros caminhos, teve de agir em esphera differente e conquistou talvez por isso maior admiração e estima de seus concidadãos.

Os trabalhos historicos, com que enriqueceu a litteratura nacional, abriram-lhe o caminho da gloria; suas monumentaes memorias porém sobre os limites do nosso territorio ao Sul e ao Norte, dando-nos esplendidos triumphos em litigios seculares e conquistando para o Brasil, sem sombra de lucta armada, centenas de milhares de kilometros quadrados, acabaram por impo-lo á mais alta consideração do paiz e á veneração da posteridade.

Taes merecimentos entretanto deviam ser ainda accrescidos pela brilhantissima administração da pasta das Relações Exteriores em quasi um decennio de insano labor. Foi a chave de ouro dessa existencia devotada ao engrandecimento da Patria, á qual serviu até o ultimo alento com inexcedivel grandeza d'alma, e com a intuição mais perfeita das altas responsabilidades do cargo.

Como presidente do Instituto Historico, foi Rio-Branco um typo de correcção e um esclarecido guia para os companheiros de trabalho. Suas breves allocuções no exercicio desta funcção podem chamar-se modelares. Rio-Branco tinha em todas as situações da vida pública o tacto finissimo das conveniencias sociaes alliado á preoccupação constante do renome de sua Patria. Esta deve-lhe immorredoura gratidão; o Instituto Historico, como arca veneranda das tradições brasileiras, terá sempre seu nome entre os dos mais illustres e gloriosos obreiros da grandeza nacional.

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