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em Otto I, que fez Duque a Hermano Belingen. E' duvidoso que pelos annos de 990 fosse queimada vive Maria, mulher do imperador Otto III, por adultera. Rodolfo rei de Arles erigio Saboia em condado para Beroldo, ou sen filho Henrique das mãos brancas. Santo Estevão, duque da Hungria, é feito rei, confirmado pelo Papa. Bolesláo em 999 foi o primeiro rei da Polonia, nomeado por Otto III. Os Dinamarquezes invadem Inglaterra.

Em França reinou Roberto, irmão de Eudes, desde o anno de 922, seguio-se Luiz ultramarino, por ser filho de mãi Ingleza e de Carlos Simples: o Lotario filho deste Luiz, e Luiz V filho de Lotario, ultimos de seu sangue. Hugo Capeto, conde de Paris, neto de Roberto, irmão de Eudes, foi coroado rei de França (anno de 987), prendeo em Lan seu competidor Carso, duque de Lorena, cordou a Roberto seu filho, amante das letras e das virtudes.

D. Affonso V, o Nobre, filho do rei D. Bermudo, de cinco annos reinou, pio, caritativo. Sitiava Viseo, d'onde, ferido, se retirou; morreo no anno de 1027, tendo governado 27. Reformou as leis Gothicas.

D. Bermudo III, ou Veremundo, filho do precedente, morto na batalha contra D. Fernando seu cunhado, rei de Castella, anno de 1038, com dez annos de governo.

D. Fernando Magno, imperador, de rei de Castella passou a governar Leão, Galiza e Asturias. Teve pela mãi D. Sancha a coroa de Leão, pela esposa D. Nuna a de Navarra. Tomou aos Mouros Coimbra, Viseu, Seia, Gouveia, e todas as terras de Portugal, que os Mouros possuiam entre o Mondego e Douro. S. Isidoro lhe revelou o fim de seus dias. Repartio os estudos aos filhos, Castella a D. Sancho, Leão a D. Affonso, Portugal e Galiza a D. Garcia. Reinou 29 annos até 1069. Florecio Cid Cam peador, D. Rodrigo de Biar, vencedor dos Mouros, que

persuadio ao rei conservasse o nome de imperador, contra o que pretendia o de Allemanha e o Papa (1).

D. Sancho II, o Bravo, perseguio a seus irmãos, tirou a D. Garcia o reino de Portugal e Galiza, que tivera quatro annos, apezar dos vassallos. Morreo ás mãos de um cavalheiro em Çamora (anno de 1072).

D. Fernando, assim anda nos mappas, sem outra nota, parece ser principe de curto governo, por isso omittido nos catalogos dos reis, como o seguinte.

D. Sancho III, sem mais clareza vêm nos mappas.

D. Affonso VI imperador, filho de D. Fernando Magno, governou Leão, Portugal, Castella e Galiza, desde 1072 até 1109 por 37 annos. Bravo nas guerras, venceo repetidas vezes aos Mouros. Distribuio este rei o governo de Portugal a pessoas illustres. O conde D. Sesnando governou as terras entre Douro e Mondego. Egas Ermigio

(1) Cormile celebrou as acções de D. Rodrigo de Bivar (o Cid Hespanhol); porem ao mesmo tempo que este, Portugal tambem teve o seu Cid, na pessoa de D. Rodrigo Forjaz, que foi comtemporaneo d'aquelle e mais valente que elle. Logo que D. Fernando deixou os seus estados repartidos entre os seus tres filhos; D. Garcia, o mais moço, teve o reino de Leão com a parte de Portugal,que seu pai havia tomado aos Mouros, conquistadores da Peninsula. D. Sancho que ficou com Castella, poz-se em contestações com D.Garcia, declarando-se por fim guerra. Forjaz mata um individuo, detestado da nação, que governava em nome de D. Garcia. Em criticas circums➡ tancias estando o exército Hespanhol em frente de Portugal, D Garcia aproveita-se do valor de Forjaz, e este no primeiro conflicto bate os Castelhanos. Vindo de novo D. Sancho com dobrada força foi batido em Santarem. Os Castelhanos perderam tanto, que o proprio rei se entregou. D. Bermuiz, um dos irmãos de Forjaz, vindo dar nova da victoria a D. Garcia, lhe disse:- «Vós triumphais, Senhor, mas perdeis meu irmão » Forjaz achava-se mortalmente ferido e D. Garcia abraçando a Bermuiz em lagrimas lhe disse: — « Ah? se Rodrigo morre, eu perco o mais firme esteio do meu throno. »

Forjaż entregando a seu soberano o prisioneiro, lhe perguntando se estava satisfeito, inclina a cabeça sobre o escudo e morre,

Apezar dos cuidados, D. Sancho fugiu, e á frente de suas tropas estava D. Rodrigo de Bivar, o Cid Hespanhol, que não achando o braço de Forjaz, tiveram os Portuguezes de serem vencidos e o seu rei prisioneiro depois de grande destruição de parte a parte.

prefidia em Arouca. O conde D. Nuno Mendes no Minho, a quem succedeo o illustrissimo conde D. Henrique de Borgonha, ao qual deo em matrimonio sua filha D. Thereza Rainha, com o dote de Portugal, pelos annos de 1092 pouco mais ou menos. D. Urruca, filha mais velha do rei, casou com D. Raymundo, que de Borgonha viera militar a Hespanha, e por sua morte com D. Affonso, de quem nasceo D, Affonso VII, que herdou os reinos de Castella e Leão.

Reinou em França anno de 1031, Henrique filho de Roberto, duque de Borgonha. Filippe, filho e successor de Henrique, foi excommungado por repudiar sua mulher Berta, e casar com Bertrada mulher do conde de Anjou; morreo no anno de 1108.

Em Constantinopla, o imperador Contantino, moço, anno de 1004, deixou o governo a Zoe sua filha, que fez reinar quatro maridos, Romano Argino, que afogou no banho, para casar com Miguel de Paflagonia, que a tratou como escrava, mas hydropico se recolheo no Mosteiro, em quanto Zoe escolheo a Miguel Calafato, que a tirou do throuo, e ella com o favor do povo The arrancou os olhos, e casou com Constantino Monomaco, que a amou. Theodora irmã de Zoe enganou ao imperador, fez que largasse o imperio, que ella teve sem casar. Seguio-se Miguel Stratico, deposto pelos soldados. Isaac Comeno governou mal, e se retirou a um mosteiro. Constantino Ducas em 1057; com sua viuva casou Romano Diogenes que, prisioneiro dos Turcos, voltando livre, lhe arrancou os olhos Miguel Ducas, filho de Constantino, o qual, preso, casou com sua mulher o successor Nicefero Botoniato. Aleixo Issac Comeno o fez, por velho, encerrar em um mosteiro. Em seu tempo foram as guerras dos Cruzados.

Em Allemanha reinou S. Henrique, que guardou castidade no matrimonio com a Virgem Conegundes Imperatriz, Conrado, duque de Franconia imperador, em 1024 teve o reino de Borgonha. Seu filho Henrique III, se fez Senhor da Curia Romana, que só escolhia para os beneficios os que elle queria. Henrique IV, perseguio a S. Gregorio VII Papa. Rodolfo eleito contra elle, morreo na guerra contra o mesmo Henrique.

Os Cruzados anno de 1099 tomaram a terra Santa, eleito rei de Jerusalem Godefredo de Bulhões seu general duque de Lorena, em cujos successores durou o reino 88 annos.

Os Normanos, anno de 1040, conquistaram a Sicilia, feito Godescaco Senhor da Calabraia, e Rogerio de Sicilia, cujo filho Rogerio se corôou rei.

Gerardo conde de Alfacia, é feito duque de Lorena em 1048. Ladisláo, rei de Bohemia em 1086. Henrique de Borgonha conde de Portugal em 1087. Cujo, filho D. Affonso Henriques primeiro rei, foi tronco da monarchia Portugueza.

Do governo Portuguez, e sua politica até ao tempo de Affonso Henriques.

As fórmas constitucionaes, (diz o erudito Freire de Carvalho) ou as cortes em Portugal, tem sido em todos os tempos conhecidos a cousa mais sagrada e importante que politicamente temos possuido; e dellas sempre dependeram essencialmente, assim como ainda hoje dependem, as nossas liberdades. E' uma instituição mui sagrada, porque sem haver sido sanceionada na sua origem por lei alguma escripta, de que as historias façam menção,

sempre gozou do caracter de uma certa lei natural, que, sem necessitar escrever-se com caracteres humanos, passa de geração em geração gravada na memoria e no coração dos homens. Assim a instituição de nossas côrtes ou de uma representação nacional, se póde mui propriamente denominar uma lei da terra, fundada em immemorial e antiquissimo costume, mantido entre as rui→ nas do imperio Romano por todas as nações do Norte que vieram fundar novos reinos e imperios da Europa, e chegaram até a extremidade della, o nosso Portugal.

Origem das assembléas geraes.

Tacito (continúa Freire de Carvalho), fallando dos costumes dos costumes dos Germanos, diz no Capitulo 11.0: «Os negocios pouco importantes são regulados pelos chefes; os mais importantes, pela nação. » Mas nem isto nos vieram ensinar os Godos e Wisigodos, que a final nos deram as leis: essa lei e esse costume eram as bases das liberdades dos antigos Lusitanos, já antes de serem dominados pelos Romanos, Godos e Wisigodos. Se entre elles havia que estabelecer algum regulamento novo para o bem commum da sociedade, serviam-se do meio usado nas puras democracias, ou das assembléas geraes, em que cada individuo tinha o arbitrio de approvar ou regeitar o que nellas se propunha. E ainda nesta acção respirava o ar militar, que sempre distinguio nossos avós, e em que eram creados; porque um bater de espada no broquel era o signal de approvação, e um sussurro inquieto o de desapprovar (1). Logo deste uso e desta pratica se vê, que

(1) Veja-se nas Memorias de Litteratura da Academia R. das Sciencias de Lisboa, tomo 1, pag. 23: a Memoria do Snr. Antonio Caetano do Amaral intitulada : « Estado da Lusitania até o tempo em que foi reduzida á provincia Romana. »

TOM. I.

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