Seixos rolados (estudos brasileiros)

Voorkant
Mendonça, Machado & C., 1927 - 336 pagina's

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Populaire passages

Pagina 114 - Ilhéus, que se deixaram morrer de bravos sem quererem comer. . . Não vivem estes bárbaros em aldeias, nem casas, como o outro gentio, nem ha quem lh'as visse nem saiba, nem desse com ellas pelos matos, até hoje; andam sempre de uma para outra pelos campos e matos, dormem no chão sobre folhas; e...
Pagina 313 - Alma serena e casta, que eu persigo Com o meu sonho de amor e de pecado, Abençoado seja, abençoado O rigor que te salva e é meu castigo. Assim desvies sempre do meu lado Os teus olhos; nem ouças o que eu digo; E assim possa morrer, morrer comigo, Este amor criminoso e condenado. Se sempre pura! Eu com denodo enjeito Uma ventura obtida com teu dano, Bem meu que de teus males fosse feito".
Pagina 114 - Comem estes selvagens carne humana por mantimento, o que não tem o outro gentio que a não come senão por vingança de suas brigas e antiguidade de seus odios.
Pagina 307 - Junto da espuma com que as praias bordas, Pelo marulho acalentada, à sombra Das palmeiras que arfando se debruçam Na beirada das ondas — a minha alma Abriu-se para a vida como se abre A flor da murta para o sol do estio. Quando eu nasci, raiava O claro mes das garças forasteiras : Abril, sorrindo em flor pelos outeiros, Nadando em luz na oscilação das ondas, Desenrolava a primavera de ouro : E as leves garças, como folha*: soltas Num leve sopro de aura dispersadas.
Pagina 286 - Contrastando com a fecundidade que acaso possua, ele revela casos de hibridez moral extraordinários: espíritos fulgurantes, às vezes, mas frágeis, irrequietos, inconstantes, deslumbrando um momento e extinguindo-se prestes, feridos pela fatalidade das leis biológicas, chumbados ao plano inferior da raça menos favorecida.
Pagina 50 - É preciso estudar o Brasil, com os seus encantos e as suas tristezas, para amá-lo conscientemente : estudar a terra, as plantas, os animais, a gente do Brasil.
Pagina 307 - O claro mes das garças forasteiras; Abril, sorrindo em flor pelos outeiros. Nadando em luz na oscilação das ondas, Desenrolava a primavera de ouro: E as leves garças, como folhas soltas Num leve sopro de aura dispersadas, Vinham do azul do céu turbilhonando Pousar o voo à tona das espumas.
Pagina 61 - ... herança mendeliana que pessoalmente tenho observado nas famílias populares, aqui, são já numerosos e documentados. Mostram que, mesmo sem intervenção de outro elemento branco, o cruzamento de mestiços fornece prole branca, que a antropologia é incapaz de separar de tipos europeus. Todavia, não o esqueçamos, por amor ao preconceito disfarçado ou manifesto, que o problema nacional não é transformar os mestiços do Brasil em gente branca.
Pagina 327 - O derradeiro sono, eu quero assim dormi-lo: Num largo descampado, Tendo em cima o esplendor do vasto céu tranquilo E a primavera ao lado.
Pagina 286 - Agassiz, o valor insofismável, esmagador, de mestiços que o solo do Brasil permitiu se gerassem cobertos pelo céu dos trópicos. Porque Euclides mostrou que o jagunço é mestiço; e da maneira por que provou o seu valor moral e prático não é preciso dizer, tão brilhante ainda ela perdura na conciência dos que lêm no Brasil.

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