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O primeiro trabalho litterario de Mr. Adamson relativo á nossa litteratura foi a sua traducção da tragedia de D. Ignez de Castro, de Nicolau Luiz.

D. Ignez de Castro, a Tragedy from the Portuguese of Nicola Luis, with Remarcks on the History of that infortunate Lady, by John Adamson. Newcastle, 1808.

Esta traducção é dedicada a Lord Strangford; no prefacio dá noticia do tragico successo de que é assumpto, e as Tragedias a que deu origem.

Escreveu mais o Sr. Adamson: - Lusitania Illustrata, notices on the History, Antiquities, Litterature, etc. of Portugal, Litterary Department. Part. 1. Selection of Sonnets with biografical Sketches of the authors, by John Adamson, M. R. S. L., F. S. A., T. L. S. Corresp. Memb. Royal Acad. of Sciences of Lisbon, etc. etc. Newcastle upon Tyne, M.D.CCCXLII. É a traducção de algumas poesias dos nossos poetas antigos e modernos, e entre estas reproduz a de alguns sonetos de Camões que traz nas Memorias sobre o Poeta.

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Lusitania Illustrata, etc. Part. II, M.DCCCXLVI. —É dedicada ao nosso insigne Poeta Visconde de Almeida Garrett, e precedida de uma dedicatoria e um prefacio; comprehende a traducção dos romances publicados pelo Poeta portuguez: Bernal Francez, Noite de S. João, Rosalinda e O Chapim d'El-Rei ou Parras verdes.

Reply of Camões, etc. Newcastle. —Finge uma resposta do Poeta dada por elle a Martim Gonçalves da Camara, quando lhe pedia a traducção dos Psalmos Penitenciaes que lhe havia encommendado.

Sonnets by John Adamson, K. T. S., K. C., F. S. A., F. L. S., etc. Newcastle upon Tyne, M.DCCCXLV. É uma collecção de alguns sonetos do auctor, e entre estes se encontra um simulando um epitaphio de Camões na igreja de Sant'Anna, e outros que são imitações do nosso Poeta.

Notes and Queries a medium of inter-communication for Literary Men, Artists, Antiquaries, Genealogists, etc. January 11, 1851. — A fl. 19 vem um mappa das edições e traducções de Camões, das quaes possuia a maior parte; esta relação foi ali inserida por occasião de eu lhe haver pedido a noticia das que possuia na sua collecção e é acompanhada de observações.

Alem d'estas, auxiliou Mr. Strickland na Vida da Rainha da GranBretanha D. Catharina de Bragança, a qual se encontra entre as Vidas das Rainhas de Inglaterra. Mr. Adamson possuia a mais completa col

lecção das edições e obras de Camões, a qual constava de uns cento e vinte volumes, e uma collecção iconographica composta de uns trezentos desenhos, gravuras, retratos, medalhas do Barão de Dillon, Morgado de Matheus, correspondencias, etc.; felizmente escapou esta col•lecção ás chammas que devoraram o resto da sua escolhida livraria, entrando no numero dos livros perdidos uma collecção de obras impressas e manuscriptas relativas a D. Ignez de Castro, que comprehendia oito volumes. Teve alem d'isto o improbo trabalho de verter para inglez a Historia Genealogica da Casa Real.

Devo ao sr. Adamson o delicado mimo de um exemplar de todas as suas obras, o que me facilitou poder dar aqui noticia d'ellas. Sou-lhe alem d'isto devedor de valiosas informações sobre o Poeta e suas obras;/ propunha-se mais passar para a lingua ingleza este meu trabalho sobre o nosso Poeta, conforme m'o participou em uma carta sua.

John Adamson descendia de uma familia respeitavel do Condado de Durham. Foi o ultimo filho do Tenente da Armada Real Cutberth Adamson, e nasceu em Gateshead a 13 de Setembro de 1787. Sendo muito moço foi mandado para Lisboa, onde seu irmão mais velho Mr. Blyth Man Adamson se achava estabelecido, e era um dos principaes negociantes; tendo porém sobrevindo a invasão dos francezes, foi constrangido, depois de uma curta residencia em Portugal, a ausentar-se e regressar á sua patria.

Tendo voltado a ella se destinou ao estudo das Leis, e em 1811 obteve o logar de Sub-Scherife de Newcastle, logar que conservou pelo espaço de vinte e cinco annos até à sua extincção, que teve logar em resultado do Bill da reforma municipal. Tendo exercido outros logares, foi por muitos annos Secretario da Companhia do caminho de ferro de Newcastle e Carlisle, logar que desempenhou com muito interesse e disvelo.

Desde a sua mocidade Mr. Adamson foi mui activo explorador em litteratura, e membro de varias sociedades litterarias e academias, as quaes muitas vezes brindou com donativos litterarios, especialmente a dos Antiquarios de Newcastle, da qual foi um dos fundadores, e seu thesoureiro e secretario.

Desde a sua residencia em Portugal em 1803, tendo adquirido o conhecimento da lingua, conservou sempre uma agradavel impressão do paiz que havia abandonado, pelo qual tinha particular predilecção, e tomando um especial deleite pela sua litteratura que cultivou toda a sua vida. Tendo publicado no anno de 1820 as suas Memorias sobre

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Camões, a Academia Real das Sciencias o recebeu no seu gremio como Socio correspondente, e mais tarde, por proposta do Duque de Palmella e Visconde de Almeida Garrett, foi agraciado com a ordem de Christo e Torre Espada. Alem das obras já apontadas, encontram-se alguns artigos relativos a Portugal no Monthly Mirror e outros periodicos litterarios.

Mr. Adamson casou a 3 de Dezembro de 1812 com sua prima Isabel, filha de Samuel Hutwaste, Esquire, de quem houve quatro filhos e tres filhas.

Falleceu a 27 de Setembro de 1855, ę jaz enterrado no cemiterio de Jesmond. Veja-se: -Obituary Notice of the late John Adamson. Esquire, etc. Reprinted from the Gentlemans Magazine for Dec. 1855. New-Castle upon Tyne, 1856. Este necrologio foi traduzido no Diario do Governo.

THOMAS MOORE MUSGRAVE

(1826)

THE LUSIAD AN EPIC POEM BY LUIS DE CAMOENS, TRANSLATED FROM THE PORTUGUESE BY THOMAS MOORE MUSGRAVE

Primum ego me illorum, dederim quibus esse poetas,
Excerpam numero. Neque enim concludere versum
Dixeris esse satis: neque si quis scribat, uti nos,
Sermoni propiora, putes hunc esse poetam.

Ingenium cui sit, cui mens divinior, atque os

Magna sonaturum, des nominis hujus honorem.

(HORAT. Sat. L. 1. 4.)

LONDON, JOHN MURRAY, ALBERMALE STREET, 1826

Tem uma dedicatoria ao Conde de Chichester, um prefacio e notas; é escripta em verso solto. Mr. Ed. Quillinan avalia em muito pouco esta traducção. Tivemos um exemplar pouco tempo na nossa mão, do qual apenas nos servimos para tirar este extracto; assim não podemos avaliar o seu merecimento.

O traductor exerceu em Lisboa o officio de Agente de paquetes, e ainda o conhecemos exercendo o seu emprego.

SIR T. LIVINGSTON MITCHELL K. D. C. L.

(1854)

THE LUSIAD OF LUIS DE CAMOENS CLOSELY TRANSLATED, WITH A PORTRAIT OF THE POET, A COMPENDIUM OF HIS LIFE, AN INDEX OF THE PRINCIPAL PASSAGES OF HIS POEM, A VIEW OF THE « FOUNTAIN OF TEARS » AND MARGINAL AND ANNEXED NOTES, ORIGINAL AND SELECT. -BY L. COL. SIR T. LIVINGSTON MITCHELL, K. D. C. L. LONDON. T. & W. BOONE, NEW BOND STREET, 1854

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Segue uma dedicatoria ao Conde de Dundonald, Vice-Almirante de bandeira azul, Gran-Cruz da Ordem do Banho, e da do Cruzeiro do Brazil, Cavalleiro da Real Ordem do Salvador da Grecia, e da Ordem do Merito do Chili, etc.

Vem depois um prefacio, em o qual o auctor reputa a escolha do assumpto dos Lusiadas superior å da Illiada, Eneida e do Paraiso Perdido; n'este mesmo prefacio, desviando-se do estylo de alguns de seus compatriotas, tece o elogio da nação portugueza, alludindo não só aos seus antigos feitos, mas àquelles praticados, conjuntamente com a Gran-Bretanha, como os mais fieis e honrados alliados, quando a sua nação, conforme as palavras de Canning que cita, foi o braço que moveu a alavanca, e Portugal o ponto de apoio que abalou da sua base o poder que subjugava o resto da Europa. Parece que o auctor foi testemunha dos feitos de armas dos portuguezes, na guerra peninsular, pois em uma nota, referindo-se à fonte da Quinta das Lagrimas, diz ter visitado este sitio, por occasião que passava em serviço pela cidade de Coimbra. Termina o prefacio pedindo desculpas pelo escabroso e mal talhado da obra, elaborada a maior parte do tempo no limitado recinto de um beliche a bordo, em uma viagem em volta do Cabo d'Horn.

Segue um compendio da Vida do Poeta, tendo o auctor seguido as Memorias de Mr. Adamson, e não só á obra mas ao auctor se declara pessoalmente devedor de esclarecimentos uteis: as biographias de Figueiredo, Varões e Donas illustres portuguezes, etc., e a do Morgado de Matheus foram igualmente consultadas.

EDWARD QUILLINAN,

(1853)

THE LUSIAD OF LUIS DE CAMOENS. BOOKS I. TO V. TRANSLATED BY EDWARD QUILLINAN, WITH NOTES BY JOHN ADAMSON, K. T. S. AND K. C. OF PORTUGAL. CORRESP. MEMB. ROY. ACAD. OF SCIENCES OF LISBON. F. L. S. F. R. G. S., ETC. ETC. LONDON, 1853

No principio do livro vem o retrato de Camões. Segue-se uma carta dirigida pelo editor ao sr. José Gomes Monteiro, em que lhe diz que tendo, nos ultimos annos da vida de seu commum amigo Mr. Quillinan, communicado pessoalmente e por carta com elle sobre a sua traducção dos Lusiadas, d'elle soubera que era intenção sua dedica-la a ambos. A elle como biographo do Poeta, e como tendo posto à sua disposição a sua copiosa collecção de edições e obras relativas ao Poeta, e ao sr. José Gomes Monteiro, como editor da mais correcta e mais bem accentuada edição das obras de Camões. Sendo pois encarregada ao Sr. Adamson a publicação do manuscripto no intuito de cumprir a vontade do fallecido traductor, julgou opportuno collocar o nome do sr. Gomes Monteiro no começo d'esta carta, e o d'elle editor no fim. Adverte mais que tendo ficado este trabalho pela morte do seu auctor falto de lima, deve a critica ser indulgente; que era tambem do plano do sr. Quillinan juntar uma collecção de valiosas notas, o que não tendo sido levado a effeito, elle editor compozera as que vão juntas á traducção, bem como, apesar de não entrar no programma do traductor, julgára conveniente juntar um mappa das differentes edições e traducções de Camões, para uso de quem se quizer dar a algum trabalho litterario sobre o Poeta ou as suas obras.

Depois d'este mappa, vem o soneto do Tasso a Camões traduzido por Mickle, e em seguida começa a traducção, que é em oitava rima.

Mr. Quillinan, instigado pela imperfeição das traducções inglezas de seus predecessores e por um exaltado enthusiasmo pelo nosso Poeta, emprehendeu uma nova traducção dos Lusiadas, da qual em 1850 havia terminado os primeiros cinco cantos; é notavel o desalento e receio que experimentava em um paiz como a Inglaterra, de sair a publico com a sua traducção. « Tenho completado, me escrevia Mr. Quillinan em 16 de Setembro do mesmo anno de 1850, só metade da traducção dos Lusiadas, os primeiros cinco cantos, os quaes acompanhados de

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