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Francisco Soares Toscano era natural de Evora; Barbosa nada nos diz da sua vida e mais circumstancias. Foi auctor da obra Parallelos de Principes e Varoens Illustres Antigos, a que muitos da nossa portugueza nação se assimilharam em suas obras, ditos e feitos, etc. Evora, 1623.

GASPAR ESTAÇO

(1622)

VARIAS ANTIGuidades de poRTUGAL, AUTOR GASPAR ESTAÇO. LISBOA, POR PEDRO CRAESBECK IMPRESSOR DE EL-REI. ANNO 1624

No cap. XXIII, n.° 7, alludindo á façanha de Egas Moniz, se refere at Luiz de Camões que a relatou, o qual com seu bom juizo e curiosa eleição recolheu de nossas historias as pedras preciosas de mais estima, para com ellas honrar a obra dos seus Lusiadas.

MANUEL SEVERIM DE FARIA

(1624)

DISCURSOS VARIOS POLITICOS, POR MANOEL SEVERIM DE FARIA.
EVORA, POR MANOEL DE CARVALHO, 1624

A folhas 87 d'estes Discursos vem uma Vida de Camões; é depois do prologo biographico escripto por Pedro Mariz, e que acompanha os Commentarios aos Lusiadas por Manuel Correia (1613), a mais antiga e bem escripta que possuimos do Poeta; o auctor serviu-se das poesias de Camões para apurar factos biographicos, e defende o seu poema das criticas de alguns censores. Junto a esta vida vem o retrato do Poeta de que já fizemos menção, o qual copiado de um que possuia Manuel Correia, amigo de Camões, mandou gravar Gaspar Severim de Faria.

Notas ás Lusiadas de Luis de Camoens. MS. -N'ellas achou Manuel de Faria e Sousa, como escreve nas addições aos Commentarios dos Lusiadas, pag. 647, cento e cincoenta logares de auctores que o Poeta tinha imitado, e entre estes vinte e quatro que lhe foram occultos.

Manuel Severim de Faria nasceu em Lisboa em 1585, foi filho de Gaspar Gil Severim e de D. Julianna de Faria, sua prima, filha de Duarte

Severim e Maria Severim; renunciou n'elle seu tio a Conezia em Maio de 1608, o Chantrado em 1609. Morreu em Evora de idade de setenta e dois annos a 25 de Setembro de 1655.

JOÃO NUNES FREIRE

(1626)

OS CAMPOS ELYSIOS. PORTO, 1626. 4.o

Refuta a asserção de Petrarcha, a quem seguiu o famoso Luiz de Camões, sobre os amores de Anibal, dizendo que os historiadores tal não dizem, e Vellutello, Commentador de Petrarcha, sómente aponta a Plutarcho, pag. 217.

João Nunes Freire era natural do Porto: traduziu tambem a Thebaida de Estacio.

MANUEL DE GALLEGOS

(1626)

GIGANTOMACHIA. POEMA. LISBOA, 1626

No preludio a fol. 6, referindo-se a uma passagem de Ovidio, interpreta estes versos do nosso Poeta, que diz que fue el que solo penetró los reconditos de los poetas latinos

e o sol ardente

Queimava então os Deuses que Typheo
Com temor grande em peixes converteo.

No fim d'este preludio, alludindo ao Gigante Adamastor, diz que segue a Luiz de Camões na distribuição que faz da batalha dos gigantes em tres esquadrões.

No discurso poetico que precede a edição da Ulissea de Gabriel Pereira de Castro, elogiando a este pelo talento que mostrou no exordio da narração que começa no principio da fabula, critica Camões por começar no meio, e mais adiante diz: «E não se entenda que o meu animo é reprovar a Luiz de Camões, que isto, em que elle se não ajustou com a arte, é cousa, em que muitos se enganaram; e não lhe tira a au

ctoridade, que tem tanta, que não será reprehendido quem o seguir; porque a Lusiada merece que a tenhamos por texto, e eu reconheço n'ella toda a grandeza e excellencia que com tão grande erudição observa em seus discursos politicos o Doutor Manuel Severim de Faria, Chantre e Conego da Sé de Evora. >>

Na Gigantomachia vem uns versos de D. Francisco Manuel em louvor d'este escriptor, e no Templo da Memoria um soneto do mesmo. No Hospital das Letras o não trata porém do mesmo modo, antes o fustiga como critico de Camões por esta fórma:

Lipsio.-Ha ainda mais Camoistas?
Auctor.-Houve Rolim e um de Gallegos.

« Lipsio.-Ambos sabios segundo tenho ouvido.

«Bocalino. -Ambos e conforme d'elles se diz, ambos d'aquelles que sempre sabem o que não importa, como ha muita gente n'este tempo. «Quevedo.-Pois de que se queixa d'estes o vosso Poeta?

« Auctor.―De que lhe querem pôr a honra em balança.

« Quevedo. Ora va-se embora Gallegos, que Gallegos na vossa terra são melhores para alcaides, que para escrivães.»>

Manuel de Gallegos nasceu em Lisboa no anno de 1597; filho de Simão Rodrigues de Gallegos, e de Gracia Mendes Mourado. Assistiu algum tempo em Madrid, onde contrahiu amisade com Lope da Vega. Casou com D. Luiza Freire Pacheco, de quem houve descendencia, e depois de viuvo se ordenou Presbytero. Foi o primeiro proprietario das primeiras Gazetas que se começaram a imprimir no anno de 1641, para o que se lhe passou alvará de privilegio a 4 de Novembro do dito anno de 1644. Falleceu em Lisboa a 9 de Junho de 1665.

FR. CHRISTOVÃO OSORIO

(1628)

PANCARPIA, PROSAS HISTORICAS E TITULARES, E VERSOS DIFFERENTES DE VARÕES COLLOCADOS E ILLUSTRES DA ORDEM DA SANTISSIMA TRINDADE E REDEMPÇÃO DE CAPTIVOS, COM ALGUMAS EXCELLENCIAS D'ELLA ANTES. LISBOA, POR PEDRO CRAESBECK, 1628. 8.o

Traz uns versos feitos ao padre Fr. Pedro da Covilhã, que foi na expedição do descobrimento da India com D. Vasco da Gama, imitando a primeira oitava dos Lusiadas, pag. 122.

São dez oitavas. «Seus versos (diz o auctor) mereciam outro Camões como teve seu companheiro; porém quem dá o que pode, tudo dá.» Depois seguem-se as oitavas:

As armas de um varão assignalado
Que da Occidental praia Lusitana
Por mar que nunca fôra navegado

Passou com quem passou á Taprobana.

Fr. Christovão Osorio foi natural de Lisboa, onde nasceu em 1574, filho de Affonso Gomes e Maria Osorio, pessoas de nobreza. Professou a 27 de Março de 1590 na Ordem da Santissima Trindade. Depois dos estudos de Philosophia e Theologia, se applicou á Historia Sagrada e profana e á cultura da poesia, sendo contado entre os mais versados poetas do seu tempo. Apesar de soffrer por vinte e sete annos uma molestia de peito complicada de asthma, não abandonou os seus livros, e tres annos antes de morrer publicou a sua Pancarpia, que consta de elogios em verso e prosa aos varões illustres da sua Ordem, que dedicou ao padre Fr. Bernardino de Santo Antonio que então era Provincial. Este livro diz o Chronista da Ordem, que fôra elogiado por uns e criticado por outros conforme a paixão de cada um. Tendo de idade cincoenta e seis annos falleceu a 21 de Setembro de 1630. Nasceu ainda em vida de Camões, e foi elogiado por Lope da Vega.

ANTONIO DE SOUSA DE MACEDO

(1631)

FLORES DE ESPAÑA, EXCELENCIAS DE PORTUGAL, EN QUE BREVEMENTE SE TRATA LO MEJOR DE SUS HISTORIAS Y DE TODAS LAS DEL MUNDO, DESDE SU PRINCIPIO HASTA NUESTROS TIEMPOS, Y SE DESCUBREN MUCHAS COSAS NUEVAS DE PROVECHO Y CURIOSIDAD. LISBOA, POR JORGE RODRIGUES 1631. FOL.

Traz um elogio de Camões, e a proposito da falta de sepultura estes dois versos:

Sic Ludovice jaces merito sine honore sepulchri;

Te bene qui posset condere nullus erat.

Cita varios auctores que fazem menção do Poeta.

Era e Ave ou Maria Triumphante. Theatro de erudição e philoso

phia christã, em que se representam os dous estados do mundo cahido em Eva, e levantado em Ave, 1.a e 2.a parte. Lisboa, por Antonio Craesbeck de Mello 1676, fol. Elogia Camões que compara a Homero, Virgilio e Tasso que, diz, só lhe são comparaveis e termina: «tão louvavel no que disse, como em não dizer mais, até nos peccados veniaes contentou.»

Antonio de Sousa de Macedo, Fidalgo da Casa Real, Commendador das Ordens de Christo e S. Bento de Avis, Doutor em Direito pela Universidade de Coimbra, nasceu no Porto onde foi baptisado a 15 de Setembro de 1606, e foi filho de Gonçalo de Sousa de Macedo. Seguiu a Magistratura e Diplomacia, indo primeiro como Secretario de D. Antonio de Almada a Inglaterra em 1641, e depois Embaixador aos Estados de Hollanda em 1651, e por ultimo Secretario d'Estado d'El-Rei D. Affonso VI, sendo victima da vergonhosa catastrophe que derrubou do throno este infeliz Monarcha. Falleceu em Lisboa no 1.o de Novembro de 1682. O seu retrato anda nas ultimas edições da Eva e Ave. Veja-se a sua biographia no jornal o Panorama, onde vem com as iniciaes P. M., e o Diccionario Bibliographico do sr. Innocencio Francisco da Silva.

DIOGO HENRIQUES DE VILHEGAS VILLA-NOVA

(1632)

Á MEMORIA DE LUIZ DE CAMÕES PRINCIPE DOS POETAS

Elogið a Camões que vem na edição das Rimas de 1632. Não sei se o publicou separado; Diogo Barbosa parece assim indica-lo; apontando-o na sua Bibliotheca Lusitana por este modo: Elogio á Memoria de Camões. 1663, 12.° Se com effeito se publicou devia ser separadamente, porque não vem na edição dos Lusiadas, nem nas Rimas que se publicaram n'este mesmo anno.

Diogo Henriques de Vilhegas de Villa-Nova nasceu em Lisboa. Foi Cavalleiro da Ordem de Christo e Capitão de Couraças em Hespanha. No anno de 1639 lhe fez mercê Filippe III, attendendo aos seus serviços (pelos quaes já o havia agraciado com uma tença de 405000 réis), da administração da Capella do Corpo de Deus dos Casados de Extremoz. Ficou em Hespanha por occasião da acclamação, e recolheu á patria depois das pazes feitas. Consta isto de uma apostilha de um juro de tença de 605000 réis vinculado ao morgado instituido por Jeronymo

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