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demia de Bellas Artes, e Academico de Merito da Congregação de Artistas e Amadores, no Pantheon em Roma..

FRANCISCO DE ASSIS RODRIGUES

Em 1835 modelou e fundiu em gesso um busto de Camões, em ponto maior que o natural. Em 1843 apresentou na exposição da Academia de Bellas Artes um pequeno grupo representando o Genio da Nação portugueza coroando o mesmo Poeta. Em 1855 expoz uma estatua do dito Epico, tambem em gesso, com a seguinte inscripção: —Ao principe dos Poetas portuguezes. D. um estatuario portugues: 1855.

O sr. Francisco de Assis Rodrigues tem executado varias outras obras de merecimento: a Nayade collocada na cascata do passeio publico; o Gil Vicente no angulo culminante do frontão do theatro de D. Maria II; e são igualmente do mesmo professor os modelos e a direcção em pedra de toda a esculptura que orna o tympano do mesmo frontão, sendo os desenhos do professor proprietario de pintura historica Antonio Manuel da Fonseca. Esculpiu tambem em marmore de Italia dois genios por encommenda de Sua Magestade o Sr. D. Fernando, o amor dormindo, copia de um modelo de Mr. Fraikin estatuario belga; o segundo da sua composição, a musica. Tem feito mais varios retratos em gesso, cera e marmore, de alguns amigos, e entre estes o do sr. Antonio Feliciano de Castilho, e o do gravador Mr. Comte.

O sr. Assis accumula a qualidade de escriptor, tendo escripto sobre a arte os dois seguintes tratados: Memoria sobre o methodo e processo dos trabalhos na pedra. Impressão Regia, 1829. —Methodo das proporções e anatomia do corpo humano, dedicado á mocidade estudiosa, que se applica ás artes do Desenho. Impressão Regia, 1837.

Francisco de Assis Rodrigues nasceu em Lisboa a 12 de Outubro de 1801, e foram seus paes Faustino José Rodrigues e D. Febronia Rosa do Carmo. Matriculou-se na aula de esculptura em 15 de Fevereiro de 1813, tendo 11 annos de idade, e sendo professor proprietario d'ella o insigne auctor da estatua equestre, Joaquim Machado de Castro, e substituto o pae do alumno. Com os estudos de desenho e esculptura, cursou tambem os de Grammatica Latina, Logica, Rhetorica e linguas franceza e italiana. Completos os dez annos de estudo que prescreve o regulamento, e feito exame, passou a Ajudante da mesma aula e laboratorio de esculptura, em Aviso de 30 de Dezembro de 1823. Por concurso foi promovido ao logar de Substituto, por Decreto de 25 de Maio

de 1829; passou a proprietario na fundação da Academia, por Decreto de 25 de Outubro de 1837, e a Director Geral, sem o requerer, por Decreto de 7 de Março de 1845.

J. M. GAGGIANI

Estatua de Camões, de tres palmos de alto, modelada em barro pelo alumno da escola de esculptura J. M. Gaggiani, apresentada na exposição da Academia das Bellas Artes de 1843: mereceu o accessit.

MANUEL MARIA BORDALLO PINHEIRO

Expoz na exposição da Academia das Bellas Artes de Lisboa de 1849 um esboceto de esculptura feito em barro, que representa Camões afagando o escravo.

Manuel Maria Bordallo Pinheiro é Amanuense de primeira classe da Secretaria da Camara dos Pares do Reino.

DYONISIO DA VEGA

Compoz: Lagrimas de Camões. Musica dedicada ao sr. Antonio Feliciano de Castilho, por Dyonisio da Vega. Rompeu a orchestra do Rio de Janeiro com esta musica, por occasião de ali se representar o drama do sr. Castilho, intitulado Camões.

FRANCISCO AUGUSTO METRASS

Nasceu a 7 de Fevereiro de 1826. Fez os seus primeiros estudos de desenho na Academia das Bellas Artes de Lisboa. Foi depois para Italia, onde esteve tres annos estudando a pintura, e de lá passou a París, proseguindo sempre nos seus estudos. N'esta cidade executou elle, póde dizer-se, o seu primeiro quadro representando Camões na gruta de Macau acompanhado do Jau seu escravo. Este quadro foi offerecido a Sua Magestade o Sr. D. Fernando, que o conserva dando-lhe o maior apreço, figurando n'uma das suas principaes salas.

Mais tarde, este artista, lembrando-se sempre do infeliz Poeta, fez um pequeno esboceto representando os ultimos momentos de Camões, e depois executou uma grande composição: Camões lendo o Poema a El-Rei D. Sebastião, na Serra de Cintra. No Archivo Universal, pa

gina 237 do volume 1, se lê, sobre este quadro, uma apreciação feita pelo sr. Joaquim Pedro de Sousa.

JOAQUIM PEDRO DE SOUSA

Nasceu a 6 de Setembro de 1822. Estudou desenho na Academia de Bellas Artes de Lisboa, e foi em 1845 para París começar o estudo da gravura, como discipulo de Henriquel Dupont. Executou, sendo já professor da Academia de Lisboa, um desenho para ser gravado, copiado do quadro original do sr. Metrass, representando Camões na gruta de Macau; este trabalho é de um acabado perfeito e uma obra primorosa. Fez mais outro desenho para ser gravado, copiado do esboceto do sr. Metrass, a morte de Camões; e ultimamente quiz ter a bondade de se encarregar de gravar o retrato de Camões, copiado do mais antigo que se encontrou (1624), que orna a presente edição das obras do Poeta, e que o sr. Sousa executou primorosamente. O sr. Sousa tem gravado differentes obras em madeira e em cobre, e ultimamente os retratos da publicação periodica Revista Contemporanea.

VICTOR BASTOS

Nasceu a 25 de Janeiro de 1829. Começou os estudos de desenho na Academia de Bellas Artes de Lisboa, e estando já professor de desenho na Universidade de Coimbra em 1846, tentou dedicar-se a arte da esculptura, para a qual a propensão natural o chamava, e com tão boa fortuna que no corrente anno de 1860 projectou um monumento para ser erigido a Camões, que tão apreciado foi, que deu origem a crear-se uma Commissão, com o intuito de promover uma subscripção para o fazer executar em uma praça publica da capital.

O sr. Bastos tem executado outras obras, e entre estas, um bello baixo relevo, os effeitos da Cholera morbus; é obra de bastante merito. Sentimos que o sr. Bastos não tenha podido ir, a expensas do Estado, inspirar-se dos grandes modelos que se observam nos paizes estrangeiros; porque, sejamos francos, só ali se podem encontrar. A esculptura entre nós tem sido quasi sempre um accessorio da architectura; porquanto, se exceptuarmos as figuras que ornam os porticos e atrios dos nossos templos goticos, e essas tão poeticas sepulturas, especialmente dos seculos XIV e xv, as não encontraremos em outras partes. O que dissemos da esculptura em pedra, o não dizemos da mesma

arte em madeira e obra de talha, e mesmo em terra-cota; encontram-se imagens nas igrejas e lojas dos santeiros de uma belleza admiravel.

FRANCISCO PINTO DA COSTA

Este artista é natural do Porto. Pintou um quadro representando a morte de Camões. Julgo que fez exposição d'elle no Instituto Industrial, e que o quadro pertence ao Sr. D. Fernando.

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