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Que no se yo que aya mas
mal, en esta vida larga.
que ser pobre el que fue rico,
y mas si el comer le falta.
Yo considero señor

que hara aquesta desdichada
gente, en tan pequeña tierra,
que de diez leguas no passa.
No avra amigo para amigo
que los amigos se cansan
quando de los que lo fueron
se cuentan tales desgracias.
No es menos de que tambien
nuestro prudente Monarcha
avra sentido esta perdida
como tal parte le alcança.
Que a mas de que eran vassallos.
y los vassallos se aman,
queda toda aquella costa
sin su acostumbrada guarda.
Y es fuerça que aquellos puestos
se miren y se rehagan,
para que los enemigos
por alli no hagan entradas.
Dios lo remedie que puede
como padre que nos guarda

y buelva a reedificar las yglesias que le faltan. Treynta y ocho parrochiales fueron alli derribadas, de Monjas dos Monasterios. adonde a Dios alabavan. Uno de Frayles Franciscos perecio en esta demanda y bien dies y nueve hermitas tambien fueron arruynadas. Aqueste caso lastime

por todo lo que el Sol anda. y sirvanos de escarmiento esta notable desgracia. El mal en cabeça agena sino lastima amenaza, y lo que oy por uno viene vendra por otro mañana. Y demos gracias a Dios que nuestra dichosa patria tiene una Virgen, por quien la libra Dios de desgracias. Ella como valedora

nos anime, aliente y valga en aquestas ocasiones que atemorizan y espantan.

(Na Revista dos Açores T. 1 p. 338 e 346, segundo o manuscri pto existente na Bibliotheca Publica de Lisboa-segunda sala de historia-H H, 3, 8, obras varias--papel rarissimo de 4 pag. in 4., impresso Con Licencia, En Barcelona. Por Gabriel Graells y Esteran Liberos. Año 1614.)

Autores que tractam d'este terremoto :

P. Francisco de S. Maria-Anno Hist. T. II. p. 79.

F. A. d'Araujo. Mem......dos tremores...... p. 9.

Buffon. Hist. Nat. Article XVI. (com a data de 4 de Maio. em vez de 24.)

J. J. Moreira de Mendoça.

-Hist. Univ. dos Terremotos, n.o 325.

(tambem tem a data errada de 14 de Maio.)

Drumond. Ann. da Ilha Terceira. T. 1, p. 428--437:

Fr. Fernando da Soledade--Hist. Seraphica Chron.. Parte 3.*, L.

I cap. 8. §§ 83 e 84.

Felix José da Costa Mem. hist. do terremoto da Villa da Praia em 1841, p. 41 e 12.

(Continua.)

OBSERVAÇÕES FEITAS NOS AÇORES

SOBRE

a Inclinação Magnetica em 1880 ·

POR MR. T. E. THORPE, PH. D., F. E. R S.

I-Na Ilha de S. Miguel

23 d'Agosto-do meio dia ás 3 e meia da tarde-no jardim de J. do Canto, Sant'Anna, Ponta Delgada em um outeiro no local em que foi posto um pilar de pedra. Posição aproximada: Lat. 37°,45' N.,. Long. 250,40 W.

Agulha N.o 1

62°.40'.0

Agulha N.o 2
62°40'.5

Media 62.°40'2 N.

O resultado das observações feitas pelos officiaes da-Challenger em 1873, communicado pelo Capitão Evans foi: 63°.56'.8 N.

II Ilha Terceira

16 de Setembro das 11 da manhã ás 12 horas e 12 minutos, 8 passos ao norte do Obelisco do Monumento de D. Pedro V em Angra. Posição aproximada: Lat; 38°,39' N., Long: 27°.44 W.

Agulha N.o 1

64°.40.5

Agulha N.o 2
64°.10'.4

III Ilha do Fayal

Media 63°.40'.3

1 de Setembro das 12 e meia horas até a 4 h. e 40 minutos da tarde na Horta a 32 passos E. N. E. da frente da torre dos Sinos ao Norte da Cidade. Posição aproximada: Lat. 38°,32, N., Long. 280,38',30 W.

Agulha N.° 4

630.38.5

Agulha N.o 2
630.38'.5

Media 630.38.5

As experiencias foram repetidas com cada uma das agulhas pertencentes ao Ovens College de Manchester.

Traduzido do N.o 208, dos PROCEEDINGS OF THE ROYAL SOCIETY 1880)

(•) Inclinação magnetica se chama ao angulo que uma agulha montáda sobre um eixo plano, forma com a linha horisontal.

RECTIFICAÇAO

Em carta de Novembro de 1880 advertio-nos o Sr. José Pedro da Costa, Professor de Latim, no Lyceu de Ponta Delgada, curioso investigador dos nossos archivos, que no assento do L." I de casamentos, da Matriz da villa da Ribeira Grande, só se diz Ascencio Gonçalves beneficiado, e não licenciado, como está impresso na nota 25, de pag. 137-do N.o 8, d'este Archivo. Até aqui acceitamos e agradecemos a advertencia, o que, porem, achamos duvidoso, é que houvessem dois individuos do mesmo e pouco vulgar nome, de Ascencio Gonçalves, ambos beneficiados na mesma matriz, um em 1565 na occasião da publicação do Concilio de Terento e outro beneficiado e licenciado em 1568.

O certo é que no livro só se qualifica de beneficiado, pouco importa resto.

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Ao Sr. Costa deve esta redacção a noticia de ter encontrado, em Dezembro de 1878, no Archivo da Matriz da villa da Lagoa, algumas folhas avulsas de um livro de assentos de casamentos escriptos pelo D. Gaspar Fructuo so, como se publicou no Vol. I, p. 403 d'este Archivo.

ARCHIVO DOS AÇORES

DOMINIO HESPANHOL NOS ACORES

E

D. ANTONIO, PRIOR DO CRATO (*)

Ambrosio d'Aguiar Coutinho, Governador e Capitão Mór das ilhas dos Açores por Philippe II. sendo repellido da ilha Terceira acolhe-se a de S. Miguel 1581.

(Inedito)

Concorrendo muita duvida e alteração sobre a successão do reino de Portugal entre el-rei Filippe e D. Antonio Prior do Crato, filho do Infante D. Luiz; sendo este como portuguez jurado por rei nestas ilhas dos Açores: foi tanto o poder d'elrei Filippe, fundado na justiça e direito, que por muitos e graves letrados do reino e fora delle lhe era concedido, que se aposson de todo o reino, e em todo elle foi reconhecido e jurado por rei; e de tal maneira foi esbulhado D. Antonio, e destruido com os seus, que se não soube certeza para que parte era acolhido, ou se ficara escondido no reino.

Depois de S. Magestade estar já de posse do dito reino de Portugal determinou entender nas ilhas; e mandar a ellas uma pessoa que puzesse as cousas em termos que se tivessem os insulanos por ditosos, terem tal rei e senhor. Foi escolhido Ambrosio de Aguiar Coutinho, de quem tinha larga satisfação sobre as pretensões dos reinos: o qual Ambrosio d'Aguiar Coutinho era filho morgado de Pedro Affonso d'Aguiar, provedor dos armazens no reino de Portugal, e primo coirmão de Jorge de Mello, que foi casado com D. Joanna da Silva, com quem depois cason o dito Ambrosio d'Aguiar: o qual foi por capitão

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mór d'uma armada que elrei D. Sebastião mandou á India. e vindo de lá o acompanhon na jornada d'Africa, sendo um dos quatro coroneis, onde foi captivo. Tornando do captiveiro, o puzeram os governadores por capitão na fortaleza de Setubal. D'ahi The succedeo mandal-o prender D. Antonio, e depois da batalha d'Alcantara, onde ficou solto e livre, o mandon elrei Filippe chamar, e foi á cidade de Elvas: e ali o despachou e lhe deu a principal commenda de Beja, que The importava seis centos mil reis cada anno, para elle e para seu filho, e the fez outras mercês, enviando-o por governador a estas ilhas dos Açores. Quando estava no castello de Setubal por capitão se embarcaram os governadores fugindo para Castella, de que resulton o dito Ambrosio d'Agniar estar já confessado para o degolarem. Com este conceito que delle tinha S. Magestade, lhe deu o governo das ditas ilhas com largos poderes, e novas honras; deixando em sen alvedrio tudo, dizendo-lhe que confiava delle, que em seu serviço o faria sempre melhor do que a elle encommendava; e em um capitulo de sua instrucção dizia, que postoque nella dizia, o que faria, que o não tizesse parecendo-lhe outra cousa.

Partio o dito governador a vinte d'Abril de 4581 annos, e veio com prospero tempo da barra de Lisboa no galeão São Christovão. em que era capitão Antonio Ribeiro, Cavalleiro da ordem d'Aviz, que fo Tenente e guarda d'Elrei D. Sebastião; homem de muita honra e mansidão. Depois de sabidos veio por sua popa um barcote inglez, e chegando ao galeão, com a dissimulação que lhe convinha o salvou: visto pelo capitão do galeão, perguntou que navio era? Respondeu ser inglez, que ia carregado de sal, como ia; não fazendo caso delle como não havia para que, e dentro nelle se affirma ir D. Antonio. que até então se não tinha ido para França, que quando foi o desharate do Porto tornou para Lisboa por terra. Fôra successo prospero pera a muita honra que S. Magestade fazia a quem desse e era ainda tempo de clemencia: e escusaram-se tantos trabalhos padecidos. mas não havia de ser, que o demerito dos nossos peccados o estorvou.

Chegou o dito Ambrosio d'Aguiar, governador desta ilba, da banda do norte della a tres de Maio da dita era; e vindo da banda dos Mosteiros deitou em terra a Jacome Roiz Tibáo, sen veador, a dar a nova de sua vinda á cidade de Ponta Delgada, que foi alegre a alguns. e a outros enfermos odiosa, e pelo contraste do vento que n'aquella noite lhe den foram arribados à Terceira, e perto da bahia mandou o dito governador recado da sua chegada da parte de S. Magestade, cujo vassallo éra dizendo que aquella illa vinha dedicado, por ser mais principal, como assim o mandava elrei, que nella residisse: e que vissem se lhe davam licença, para lhe dar as cartas, e desembarcar com ellas. Foram chamados à casa da Misericordia em dia de Corpus Christi do dito anno Cyprião de Figueiredo de Vasconcellos, corregedor, com os vereadores: e juntos, pós a pratica do que se offerecia, onde nos nobres

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