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geração nova que tomou a iniciativa, e realisou o pensamento de solemnisar o Centenario de Camões na Cidade de Ponta Delgada. A Imprensa periodica, as autoridades e funccionarios publicos, o commercio e grande numero de cidadãos, concorreram cada um pela sua parte para abrilhantar as festas realisadas, tornando-as dignas do fim a que se propunham.

Nas paginas d'este Archivo ficarão registadas-as festividades do Centenario de Camões em S. Miguel, taes como constam dos seguintes Programas:

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No dia 8

Associação Popular

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A Associação, em homenagem ao Principe dos nossos poetas, passará a ter a denominação de Associação Popular de Camões. 2.- Nas noites de 8, 9 e 10 de junho, achar-se-ha exposto, na sala de reuniões d'assemblea geral da Associação, um busto do inmortal cantor das glorias portuguezas.

3.o — A casa d'Associação será singelamente decorada, havendo illuminação interior e exterior, nas tres noites mencionadas.

4. A commissão promotora d'esta solemnidade commemorativa, na referida noite de 8, fará entrega solemne ao professor da escola d'Associação, de alguns exemplares dos Lusiadas, destinados a premiar os alumnos que elle entender, a fim de servirem de estimulo á mais util applicação e adiantamento escolar.

5.o--Discursarão ou recitarão poesias as pessoas que quizerem, feita a entrega solemne dos Lusiadas, inscrevendo-se no livro destinado a conter uma narração do modo como couber á Associação Popular de Camões festejar o grande centenario.

6. Em virtude da exiguidade da casa não faz a Associação convites especiaes, sendo franca a entrada, até onde o permittam as diniensões das salas, a todas as pessoas que desejarem acompanhar a Associação n'esta sua homenagem ao principé dos nossos poetas.

No dia 9

Theatro Michaelense

Iluminação e decoração no salão principal do theatro.

Tambem são decorados a tribuna direita, destinada ao chefe do districto e tres camarotes de 4.2 ordem, da frente, destinados ás commnissões dos festejos camoneanos.

A ordem do espectaculo é a seguinte:

1.o -- A Camões, poesia de Soares de Passos, recitada por Arão Colen.

2.o Tomba Degy Avvi Miey, aria final da Lucia, cantada pelo sr. Parmizini, acompanhada a piano por sr. Teves.

3.o ---- Camões e o Jáo, de Casemiro d'Abreu, representada por Lacerda e Moniz.

4.

Moyses.

5.o queira.

Uma scena comica, do sr. José Romano, desempenhada por

Uma poesia comica de A. Garrido, representada por Se

6. Homenagem a Camões, poesia pelo sr. D. Francisco A. S. de Gusman, recitada por Cohen.

Concluirá o espectaculo, sendo solemnemente coroado, no palco, o busto de Camões.

O producto d'esta recita, que tem logar quarta-feira 9, é destinado a beneficiar algumas familias pobres.

Qualquer cavalheiro que queira abrilhantar esta festa com a recitação de algum discurso ou poesia, preferindo fazel-o no palco, poderá dirigir-se a qualquer membro da commissão para mandar prepa

rar sala.

2.o

No dia 10

Sociedade Amizade, Recreio e Instrucção.

Sarau Commemorativo

1.a Parte

1.9. Discurso de abertura pelo Sr. Francisco Maria Supico. Pot-pouri da opera Lucia di Lammermour de Donizetti, executado pelo Sr. Francisco Lopes.

3.o Camões, poesia de Soares de Passos, recitada pelo sr. Hyton Augusto Serpa Junior.

4.J. Vespri Siciliani de Verdi, cantadas pelo sr. Augusto Carlos Barbosa com acompanhamento de piano pelo sr. Manuel da Silva Teves.

5. Beatrice di Tenda de Ferd. Beyer, executada no piano pelo sr. Luiz Camões Xavier.

2. Parte

1. Discurso pelo sr. José Augusto Martins.

2. Pot-pouri, da opera Rigoletto, executado no piano pelo sr. Antonio Bandeira Alvares Cabral.

3. Romanza Quel roussignol, cantada pelo sr. Augusto Carlos Barbosa, acompanhada a piano pelo sr. Manoel da Silva Teves e violino pelo sr. Manoel Corrêa Machado.

4.- Camões, poesia de Luiz Augusto Palmeirim, recitada pelo sr. Rodrigo Guerra Alvares Cabral.

5.- Raggio d'amor, de Donizetti, cantado pelo sr. Moysés Ben-Saude, com acompanhamento de piano pelo sr. Manoel da Silva Teves.

3. Parte

4.o — A Ultima Voz de Camões, poesia do sr. Francisco Maria Supico, recitada pelo sr. Philomeno Bicudo.

2.o — Il Bravo di Mercadanti. cantada pelo sr. Augusto Carlos Barboza, com acompanhamento de piano pelo sr. Manoel da Silva Te

ves.

3.9 Final do primeiro acto do Ernani, executado no piano pelo Sr. Manuel da Silva Teves.

4.°--Discurso de encerramento pelo sr. Manoel Gomes.

Depois de desempenhado este programma, com grande reconhecimento acceitará a sociedade as finezas com que quaesquer cavalheiros a queiram honrar, proferindo discursos, recitando poesias e executando peças de musica.

Estudantes do Lyceu Nacional.

1.o Pelas 41/2 horas da manhã do dia 10 do corrente una girandola de foguetes será lançada ao ar no largo da Graça, tocando uma banda a alvorada.

2. Ás 102 horas da manhã a corporação de estudantes sairá do edificio do Lyceu, e dirigir-se-ha aos paços do concelho d'esta cidade, onde se hão de reunir todos os convidados. Para isso são enviados convites ás autoridades civis, militares e judiciaes, ao corpo docente do Lyceu e professorado de instrucção primaria, aos ecclesiasticos e empregados publicos, ás redacções de jornaes e commissões que tambem festejam o centenario.

3. Dos paços do concelho partirá o cortejo com destino á Egreja Matriz d'esta cidade, onde será celebrada uma missa por alma do poeta.

4. D'ahi, dirigindo-se pela rua da Misericordia ao largo da Graça. proceder-se-ba à ceremonia do descobrimento do busto do immortal Camões da seguinte maneira:

Achando-se levantado no adro, que dá entrada para o edificio do Lyceu um arco de triumpho sob o qual está o busto do grande epico, velado pela bandeira portugueza, esta içar-se-ha a um mastro deixando de occultar o busto até ali invisivel; uma banda de musica, para isso convidada e ensaiada, tocará um hymno consagrado ao poeta.

Então o reitor do lyceu presidente da commissão de estudantes. fará o discurso da commemoração.

5.o - Finda esta grande demonstração de apreço, em que sempre teve a mocidade academica d'este lyceu o grande vulto do immortal cantor das glorias patrias, procede-se á abertura inaugural do Museu pelo ex.mo sr. dr. Carlos Maria Gomes Machado.

6.

A preciosa collecção camoniana do ex.mo sr. José do Canto é exposta tambem n'este dia e seguintes na bibliotheca publica de Ponta Delgada.

7.oA noite uma boa illuminação em todo o largo remata a festa d'este dia, levando-se o busto, que é destinado á bibliotheca publica d'esta cidade, para uma sala do lyceu.

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8.0 No dia 11 ás 12 horas o busto é levado à bibliotheca onde fica exposto, lavrando-se uma acta assignada pelo corpo docente, bibliothecario e commissão de estudantes, depois de se recitarem alguns discursos. A acta fica adjunta ao busto.

dos.

Estes programmas foram fielmente executados, e em alguns pontos excedi

VULCANISMO NOS ACORES

VI

ANNO DE
DE 1563

ERUPÇÃO NA ILHA DE S. MIGUEL

Do que aconteceo na cidade de Ponta Delgada no tempo do segundo

terremoto

(Continuado do 1.o Vol. p. 541)

Na cidade de Ponta Delgada, como em algumas partes da ilha, em dia de S. João Baptista do dito anno de mil e quinbentos e sessenta e tres, começou a tremer a terra brandamente duas vezes cada dia até á segunda feira seguinte, que foram vinte e oito de Junho, vespera dos Apostolos S. Pedro e S. Paulo, que ao sol posto na dita cidade começou a tremer com maiores abalos e causou tanto espanto à gente que se não sabiam dar a conselho; e logo se ordenaram procissões em que todos com grandes clamores pediam a Nosso Senhor misericordia. Andando nas mesmas procissões, apparecêo sobre as terras do Vulcão e as outras já ditas, subitamente um espantoso incendio de fogo, lançando tão bravas lingoas de si para todas as partes, que não houve pessoa nenhuma, que com grande desaccordo não desamparasse a procissão, fugindo desatinadamente sem saber para onde por terem, por sem duvida, que o dito fogo procedia do Ceo; porque não apparecia senão mui alto, e criam que éra a fim do mundo chegada; o qual fogo sahia de uma altissima columna negra e temerosa, e cada vez se ia tanto mais subindo e alargando, que parecia, que todo o mundo assombrava: foi tanto o pasmo na gente aquella noite, que nunca cuidaram chegar amanhã, a qual sendo chegada, por verem que a columna onde o fogo de noite apparecia, sabia da terra, ficaram algum tanto mais socegados, e com menos espanto; posto que o impeto e furia, com que aquella cousa sahia não éra de menor admi.

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