CÔRO Porto, ó Porto, saúda o primeiro VOZ Não ouvis dos cavallos o estrepito? Ignez chora nos cantos suavissimos, CÔRO Porto, ó Porto, saúda o primeiro VOZ Por S. Jorge! E.! Sus! diz Nunalvares: deu signal a trombeta e investidas. vêde as alas, a alarma! e os impetos Como a quem já não dóe perder vidas! Olhae Venus em lagrimas, supplice, vêde o mar como ferve, humilhando-se aos incendios que o Gama accendeu. CÔRO Porto, ó Porto, saúda o primeiro Inda vemos as naves titanicas, alto exforço da Eschola de Sagres, que mostraram primeiro entre barbaros do denôdo e da audacia os milagres. Inda a Ilha fluctua, acenando-nos com seus fructos e mimos e amor; inda choram por nossos maritimos meigas nimphas que exalta o cantor. CÔRO Porto, ó Porto, saúda o primeiro VOZ O Gigante inda ruge, lembrando-se d'essa affronta do luso e das fragoas com que Thetis o accende, e elle Tantalo sempre a vêl-a nas lubricas agoas! Inda se ouve a Sirêna, a prophetica, desvendando o futuro, contar a cem povos do mundo os herculeos altos feitos d'um povo sem par. CÔRO Porto, ó Porto, saúda o primeiro VOZ Em Alcacer o rei, qual relampago, Tudo é vivo aqui dentro! Estes canticos resgataram da morte fatal uma historia, o assombro das epochas; tudo, é tudo aqui dentro immortal! CÔRO Porto, ó Porto, saúda o primeiro |