Pagina-afbeeldingen
PDF
ePub

LOCAL EXTRAHIDA DO JORNAL

«O COMMERCIO DO PORTO »

NUMERO 156, DE 15 DE JUNHO DE 1880

Depois das 5 horas da tarde, realisou-se na Sociedade Nova Euterpe a soirée litterario-musical, observando-se o programma em todas as suas partes, as quaes tiveram a melhor acceitação, programma que já inserimos na nossa folha de domingo.

Os snrs. Casella, Marques Pinto e Miguel Angelo tocaram admiravelmente, e houveram-se de um modo brilhante as senhoras que no coreto alegraram a festa com os seus dotes musicaes.

Os discursos dos prelectores, notaveis pela solemnisação que consagravam, poderão os leitores aprecial-os detidamente, quando sahirem a lume, como remate da homenagem que aquella sympathica aggremiação prestou ao épico nacional. Foram todos muito applaudidos como mereciam.

Arcando com a exiguidade do espaço de que dispômos, relembraremos ainda assim os themas de cada um o do snr. Rodrigues de Freitas, que oc

cupou a presidencia, affirmou a justiça da homenagem que a patria tributava ao mais excelso cantor das suas glorias; o do snr. Manoel Emilio Dantas, estabelecendo o parallelo entre Virgilio e Camões, sublimou este ultimo como poeta nacional, épico, lyrico, e como guerreiro, ardendo em amor da patria; o do snr. Joaquim de Vasconcellos explanou a estatistica camoneana estrangeira, glorificando-a á luz da critica historica e social; o do rev. Patricio tendeu a considerar o poeta como um benemerito da patria, cuja epopeia tinha justamente o prestigio d'uma biblia nacional.

Recitaram poesias os snrs. Anthero de Mello e Pedro Rocha.

A soirée, que terminou depois das 10 horas da noute, foi abrilhantada com a presença de numerosas senhoras, authoridades civis e militares, membros do jornalismo, de corporações administrativas e bancarias, professores da Eschola Medica, da Academia e Lyceu, de collegios particulares, representantes de associações commerciaes, humanitarias e scientificas, de propaganda e instrucção, alumnos das escholas superiores e um sem numero de pessoas de todas as classes sociaes.

A decoração da sala era realmente acertada e vistosa: ao fundo o busto do poeta, modelado pelo esculptor snr. Soares dos Reis; em cima um distico com o nome da musa que o épico invoca no comêço do seu monumento, e despedindo pelo varandim da galeria os das outras apollineas irmãs, com os versos que o poeta lhe endereça nos seus versos; sobre

o coreto, olhando para o busto de Luiz de Camões, os nomes dos principaes traductores da epopeia, com as datas.

Profusão de sedas, côr azul e branca, festões, flores e plantas ornamentaes; e finalmente na salaretiro, duas taças com jactos de agua continuos, para suavisar o ambiente.

A festa foi uma das mais nobres e bem pensadas que a Nova Euterpe tem realisado.

LOCAL EXTRAHIDA DO JORNAL

«A ACTUALIDADE»

N. 133. DE 15 DE JUNHO DE 1880

Depois das 5 horas da tarde realisou-se na casa da Sociedade Nova Euterpe o sarau litterario-musical com que esta sociedade quiz commemorar o tricentenario de Camões.

A decoração da sala era elegante, apropriada á grande festa que se solemnisava.

Por detraz da cadeira presidencial erguia-se o busto do poeta, coberto por um docel de setim azul e branco; rodeavam a galeria diversas elipses, engrinaldadas de louros, fechadas por um laço azul e branco, contendo os nomes das nove Muzas; ao meio da galeria, sobre o coreto da orchestra, desdobrava-se uma fita azul e branca onde se mencionavam todas as traducções dos Lusiadas, com os nomes dos respectivos traductores.

No salão e galeria viam-se muitas senhoras.

Nos logares reservados vimos diversas auctori

« VorigeDoorgaan »