Seixos rolados (estudos brasileiros)

Voorkant
Mendonça, Machado & C., 1927 - 336 pagina's

Vanuit het boek

Overige edities - Alles bekijken

Populaire passages

Pagina 308 - A voz que escuto em mim, tremula e triste, Este marulho que me canta na alma, E que a alma jorra desmaiado em versos; De ti, de ti unicamente, aquela Canção de amor sentida e murmurante Que eu vim cantando, sem saber se a ouviam, Pela manhã de sol dos meus vinte anos.
Pagina 114 - Não vivem estes bárbaros em aldeias, nem casas, como o gentio, nem há quem lhas visse nem saiba, nem desse com elas pelos matos até hoje; andam sempre de uma para outra pelos campos e matos, dormem no chão sobre folhas e se lhes chove arrimam-se ao pé de uma...
Pagina 313 - ... Alma serena e casta, que eu persigo Com o meu sonho de amor e de pecado. Abençoado seja, abençoado O rigor que te salva e é meu castigo. Assim desvies sempre do meu lado Os teus olhos; nem ouças o que eu digo; E assim possa morrer, morrer comigo, Este amor criminoso e condenado. Se sempre pura ! Eu com denodo enjeito Uma ventura obtida com teu dano, Bem meu que de teus males fosse feito» . Assim penso, assim quero, assim me engano.
Pagina 114 - Comem estes selvagens carne humana por mantimento, o que não tem o outro gentio que a não come senão por vingança de suas brigas e antiguidade de seus ódios.
Pagina 224 - America does not consist of groups. A man who thinks of himself as belonging to a particular national group in America, has not yet become an American...
Pagina 307 - Junto da espuma com que as praias bordas, Pelo marulho acalentada, à sombra Das palmeiras que arfando se debruçam Na beirada das ondas — a minha alma Abriu-se para a vida como se abre A flor da murta para o sol do estio. Quando eu nasci, raiava O claro mes das garças forasteiras : Abril, sorrindo em flor pelos outeiros, Nadando em luz na oscilação das ondas, Desenrolava a primavera de ouro : E as leves garças, como folha*: soltas Num leve sopro de aura dispersadas.
Pagina 308 - Na sombra em confusão do mato farfalhante, Tumultuando, o chão corre às soltas, sem rumo; Trepa agora alcantis por escarpas a prumo, Erriça-se em calhaus, bruscos como arrepios; Mais repousado, além levemente se enruga Na crespa ondulação de comoros macios: Resvala num declive; e logo, como em fuga Precipite, através da escuridão noturna, Despenha-se de chofre ao vácuo de uma furna. Do fundo dos grotões outra vez se subleva. Surge, recai, ressurge. . . E, assim, como em torrente Furiosa,...
Pagina 50 - É preciso estudar o Brasil, com os seus encantos e as suas tristezas, para amá-lo conscientemente : estudar a terra, as plantas, os animais, a gente do Brasil.
Pagina 61 - Brasil está sendo um imenso laboratório de antropologia; e os casos de herança mendeliana que pessoalmente tenho observado nas famílias populares, aqui, são já numerosos e documentados. Mostram que, mesmo sem intervenção de outro elemento branco, o cruzamento de mestiços fornece prole branca, que a antropologia é incapaz de separar de tipos europeus.
Pagina 307 - O claro mes das garças forasteiras; Abril, sorrindo em flor pelos outeiros. Nadando em luz na oscilação das ondas, Desenrolava a primavera de ouro: E as leves garças, como folhas soltas Num leve sopro de aura dispersadas, Vinham do azul do céu turbilhonando Pousar o voo à tona das espumas.

Bibliografische gegevens