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ditas da côrte. Traduziu do latim a Eneida de Marco Sabelico. (Jur., p. 31. Theophilo Braga, p. 120.)

D. Joanna de Blasfé

Mulher de D. Francisco Coutinho, e mãe de D. Guiomar de Blasfé. Veio de Hespanha no sequito da rainha D. Catharina, e era dama de grande formosura e riqueza. (Theophilo Braga, 131, 280.)

D. Maria Boccanegra

Dama egualmente hespanhola, e pertencente tambem ao sequito da rainha D. Catharina. Casou em Portugal com D. Antonio de Lima, do qual teve, além d'outra filha a amante do Poeta, D. Catharina. (Jur., p. 41, 494. Theophilo Braga, p. 37, 139.)

A Infanta D. Maria

Filha do terceiro casamento de D. Manoel. AconseIhada pela rainha D. Leonor, aprendeu o latim, para lêr os officios divinos, segundo diz João de Barros. Morreu em 1577, anno em que appareceu o cometa que tanto atterrou Lisboa, por ser considerado annuncio e aviso da morte de D. Sebastião, e do reino, em Alcacer-kibir. (Jur., p. 30, 123. Theophilo Braga, 119.)

D. Ignez de Camões

Prima do Poeta, pelo ramo dos Severins, descendentes de Vasco Pires de Camões. Casada com Manoel Pegado, com elle embarcou para a India, e lá encontrou o Poeta, e muitos outros parentes, como dizem os srs. visconde de Juromenha e Theophilo Braga.

D. Maria Figueirôa

Apesar de vermos citada nas obras do sr. visconde de Juromenha uma dama d'este nome (t. I, p. 502), não foi nosso intento dar a esta senhora o mau papel que tem do drama. D. Maria Figueirôa, assim como

D. Thereza Anriques

São personagens de fantasia, exigida por pura necessidade de architectura dramatica.

Luiza Barbara

As incertezas em que os sabios investigadores visconde de Juromenha e Theophilo Braga, se viram forçados a apresentar esta individualidade, talvez importante nos episodios dramaticos da vida do nosso Poeta, levaram-nos a dar-lhe uma feição quiça demasiado romantica. Os entendidos certo a avaliarão, e esperamos que hão de aceital-a como a mais aproximada da verdade scenica, sempre que o caracter de Luiz de Camões, que nos parece verdadeiro, possa consentir à critica a apreciação a que aspiramos.

D. Anna de sá de Macedo

Nascida de familia nobre de Santarem, casou com Simão Vaz de Camões, do qual teve Luiz de Camões. Acompanhando a Coimbra, com seu marido e filho, então de 3 annos de idade, a côrte de D. João II, que fugia á peste de 1527, lá viu seu marido gastar toda a sua fortuna, para sustentar o Rei, a ponto de voltarem pobres, para a sua casa da Mouraria. Aos doze annos, foi o filho estudar para o collegio de Santa Cruz de Coimbra, de que seu cunhado D. Bento de Camões, era Prior Geral. Ēm 1569 morreu seu marido, Simão Vaz, e em 1570, depois da peste grande, vem encontral-a, muito velha e muito pobre, o filho que voltava da India, doente, e no mesmo estado de pobreza da mãe. D. Anna de Sá, depois de assistir aos ultimos momentos do seu filho, sobreviveu-lhe ainda quatro annos, como prova o alvará de tença de reis 15, 8000, descoberto pelo sr. visconde de Juromenha. (Jur., p. 11, 15, 85, 128, 172. Theophilo Braga, p. 310.

Um medico, fidalgos, Damas, pagens, porteiros da canna, soldados, escravas, bailadeiras, etc.

ACTO I

PERSONAGENS DO 1.° ACTO

Camões (25 annos)

(ÉPOCA 1549)

D. Manoel de Portugal (26)
D. Alvaro da Silveira (22)

João Lopes Leitão (23)
D. Francisco de Portugal (30)
Pedro d'Andrade Caminha (30)
D. Francisco Coutinho (50)
Duarte Rodrigues (50)
D. Antonio de Lima (50)

D. João III (47)

D. Catharina d'Athayde (16)
D. Francisca d'Aragão (18)
D. Guiomar de Blasfé (18)
Luiza Sigêa (24)
Paula Vicente (24)
D. Maria Boccanegra (45)
D. Joanna de Blasfé (45)
D. Leonor de Noronha (25)
A infanta D. Maria (26)
Um pagem

Fidalgos, damas, porteiros da canna, etc.

N. B. As indicações direita, esquerda-são sempre direita, esquerda do espectador.

ACTO I

(1549)

Na côrte de D. João m. O theatro representa a sala das Pêgas no palacio de Cintra. Adornado, com sumptuosidade, ao gosto do tempo, com pannos de raz, representando galeões e batalhas portuguezas. Ao fundo, grande porta, ou arco que dá entrada d'uma especie de terraço, para o qual se sobe por escadaria de pedra, adornada com estatuas. As paredes enfeitadas com objectos da India, e Brazil: leques, estofos, pratos, cofres de charão, etc. Á esquerda, um poleiro doirado, com um papagaio, ou arára. Á direita, um estrado, tendo aos lados, e, mais baixos, assentos de brocado, ou tamboretes rasos do tempo. Ao fundo, esquerda, mesa antiga, com papel, e tinteiro com pennas de pato.

SCENA I

D. Francisco Coutinho, Duarte Rodrigues

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D. FRANCISCO COUTINHO (entrando a conversar com Duarte Roiz) - Grande nova me daes, sr. Duarte Rodrigues!... Grande, e, por tal, muito para ser aproveitada... De boa fonte sabia eu já que alguma coisa tramava o poeta. Que os seus modos de disfarce, e conversas apartadas com João Lopes Leitão, bem descobriam tenção occulta, e pouco de se tomar á boa parte...

DUARTE RODRIGUES (descendo) - Pois é como vos digo, sr. D. Francisco Coutinho. Em casa de meu enteado, Estacio da Fonseca, foi representado o tal Auto de Luiz de Camões. E parece que tanto de intenção foi escripto, e tão vivas eram

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