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DICCIONARIO HISTORICO, CHOROGRAPHICO, BIOGRAPHICO, BIBLIOGRAPHICO
HERALDICO, NUMISMATICO E ARTISTICO

ABRANGENDO

A minuciosa descripção historica e chorographica

de todas as cidades, villas e outras povoações do continente do reino, ilhas e ultramar,
monumentos e edificios mais notaveis, tanto antigos como modernos;

biographias dos portuguezes illustres antigos e contemporaneos, celebres por qualquer titulo, notaveis
pelas suas acções ou pelos seus escriptos,
pelas suas invenções ou descobertas; bibliographia antiga e moderna; indicação
de todos os factos notaveis da historia portugueza, etc., etc.

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Premiada com as medalhas de ouro da Exposição do Rio de Janeiro de 1908
e da Cruz Vermelha de Hespanha

Composição e impressão: Rua Alexandre Herculano, 70 a 76

-

1911

DP 514 .E82

5

PORTUGAL

N

de Vianpa de Caminha ao capitão e governador de Alcacer, Africa, D. Duarte de Menezes, em 1450, diz: «E lhe fazemos mercê do nosso direito de Nabão, e Malatosta, que os barcos de fóra pagam, quando vem pescar aos mares e rio da dita villa» (Vianna.)

Nabaes. Pov. e freg. de S. Cosme, da prov. da Beira Baixa, conc. e com. de Gouveia, distr. e bisp. da Guarda; 144 fog. e 627 hab. Tem es colas d'ambos os sexos, e correio com serviço de posta rural. A pov. dista 20 k. da séde do conc. e está situada na estrada de Gouveia á Guarda. | A casa de Mello apresentava o prior, que tinha Na bancia. Antiga cidade que existiu a E do 2008000 réis de rendimento. Dizem que o seu no rio Nabão, em frente da moderna cidade de Thome provém de haver ali grande abundancia de na- mar. Segundo uns, o seu nome é derivado do rio bos. A terra produz muito centeio, algum trigo e Nabão, que então se chamava Naban, e queria milho, muita hortaliça e de mais mediania. Cria dizer cidade de Naban; segundo outros, foi o rio bastante gado, sobretudo cabras e ovelhas. Tem que se chamou Naban, por passar em Nabancia. muita caça. Pertence á 2. div. mil. e ao distr. Attribue-se a fundação d'esta cidade aos túrdude recrut. e res. n.o 12, com a séde em Trancoso. los, 480 annos antes de Christo; porém varios esPovoações nas freguezias: Santa Maria, de criptores sustentam ser esta cidade fundação ro Achete, conc. e distr. de Santarem. || Santo An- maua do anno 110 da era christã, no tempo do dré, de Escariz, conc. de Arouca, distr. de Avei-imperador Trajano. Justifica esta opinião o nome ro. S. Thiago, de Feitos, conc. de Barcellos, distr. de Braga. || S. Mamede, de Seara, conc. de Ponte do Lima, distr. de Vianna do Castello.

Nabainhos. Povoações nas freguezias: Santo André, de Ferreira d'Aves, conc. de Sattam, distr. de Vizeu. || Santo Isidoro, de Mello, conc. de Gouveia, distr. da Guarda.

Nabal Velho. Pov. da freg. de Santa Marinha, de Valdozende, conc. de Terras de Bouro, distr. de Braga.

da cidade, que mais parece romano do que túrdulo ou celta. Nada se sabe d'esta cidade até ao anno 631 ou 632 da era de Christo, em que estava occupada pelos gôdos, sendo então rei Sisinando, que occupava o throno gothico, pela deposição de Flavio Swintila, filho de Flavio Ricaredo I. E' d'esse anno que data a lenda de Santa Eyria, Eria, Iria ou Irene, porque de todas es tas fórmas se vê escripto este nome nos autores antigos. (V. Portugal, vol. III, pag. 298.) Havia aqui dois conventos, ambos da ordem de S. Bento, fundados em 610 por S. Fructuoso, que depois foi arcebispo de Braga. Um era de frades, e estava situado no logar onde hoje é a egreja de N. S. dos Olivaes, que se diz ser a mesma do mosteiro, no tempo da cidade de Nabancia. O outro era de freiras, o qual se julga que estivesse no local onde se vê hoje o mosteiro de freiras da ordem de S. Francisco, junto ao rio Nabão. Parece que os habitantes de Nabancia re

Nábam. Antigo direito que pagavam os pes cadores, nos portos alheios. Era um peixe por cada barco, qualquer que fosse a sua lotação. El rei D. Manuel isentou os pescadores do Porto d'este tributo, quando deu foral novo áquella cidade. Era muito antigo ali este tributo, com o nome de nábulo, provavelmente alatinisação de nábam, pois consta da doação que em 922 fez D Ordonho II ao bispo resignatario de Coimbra, D Gomado, e ao mosteiro de Crestuma, onde o bis po estava recolhido: Dedit ipse Rex, et ipsi Co-sistiram aos moiros em 716, porque estes arrasamites, Nabulum, et Portalicum de Dorio, in die Sabbati, de Portu de Aljuvirio, et per tolos illos postus, usque in illa foce de Dorio, ubi cadit in mare. Na carta em que D. Affonso V fez conde

ram, não ficando pedra sobre pedra, e assim esteve deserta e abandonada por 443 annos, até que, em fevereiro de 1159, D. Affonso Henriques fez d'ella doação ao mestre da ordem do Templo

D. Gualdim Pacs, e aos seus cavalleiros, que a vieram povoar. Era o quartel, ou mosteiro dos templarios, distante 12 k. ao N de Nabavcia, n'um castello chamado Céra, e depois Céras. Não agradava, porém, aos templarios o castello de Céra, não só porque estava muito arruinado apezar dos concertos que lhe tinham feito, como tambem por não ser do seu gosto o local. Buscaram então outro, e examinando as ruinas de Nabancia, se contentaram d'este logar, e no monte que ficava na margem opposta do rio, a O, principiaram a edificar o castello no 1.o de março de 1160, segundo consta d'uma inscripção em latim, que está na parede a que encostam as escadas que sobem para o adro da egreja do castello. A inscripção diz que esta obra teve principio na era de 1198, que corresponde ao anno de 1160 da cra christa. V. Thomar.

Nabantino (D. Victor Felicissimo Francisco). Monge da ordem de S. Bruno, o ultimo que professou no convento da Cartuxa, de Evora, antes da suppressão das ordens religiosas. Nasceu em Thomar nos primeiros annos do seculo xix. Em 1834, por motivo da referida suppressão, retirouse para Italia, e foi filiar-se no convento da Cartuxa, de Roma. Passou depois para a Cartuxa de Napoles, com o titulo de vigario. Em 1856 assistiu ao capitulo geral da sua ordem, celebrado em Grenoble, e foi encarregado de obter do rei de Napoles a restauração do convento de Santo Es tevão na Calabria, que fôra a ultima morada do patriarcha S. Bruno, empenho que alcançou. Fal. annos depois obscuramente no seu convento napolitano, sem nunca ter voltado a Portugal. Escreveu: Compendio do Desejoso, e por outro nome Espelho de Religiosos, composto por um monge da ordem do Doutor Maximo, traduzido do castelha no em portuguez, Lisboa, 1833. Traduziu depois este livro na lingua italiana, que publicou em Napoles, em 1841; Elogio senza l'A del glorioso Brunone, primo institutore del celebre ordine Car tosino, Napoles, 1810; Compendio da dignidade episcopal; composto por D. Diogo Simanca, bispo primeiramente de Ciudad-Rodrigo, e depois de Ba dajoz; traduzido do latim em portuguez com algu mas notas, por D. Victor, etc., monge professo da real Cartuxa de Evora, e vigario da real Cartuxa de Napoles, Napoles, 1843, etc..

Nabão. Rio da Extremadura, no distr. de San tarem. Nasce a E d'Alvaiazere na serra de Ancião, ou monte Tapego, cujo nome tinha ao princi. pio, mudando-o em seguida para o Rio Secco, e pouco depois para o de Rio Arneiro. Tem uma boa ponte de pedra de um só arco, na Granja dos Frades, proximo de Thomar, a das Ferrarias ao S, feita por Ayres do Quental, cuja estatua se vê junto da ermida de S. Lourenço, e a linda ponte da Cidade, proximo da autiga Nabancia. São seus confluentes os rios Ceiça, Murta, Pias, Bar queiro, Louzan e Bezelga; entra no rio Zezere, pela margem direita, e vão ambos reunidos desaguar no Tejo, junto da villa de Constancia. Em varios pontos, as margens do rio Nabão são muito amenas e pittorescas.

Nabeiros. Pov. na freg. de S. Miguel, de Rebordosa, conc. de Paredes, distr. do Porto.

Nabo (P. Antonio). Theologo e canonista, capellão e secretario do cardeal infante D. Henrique. N. em Arraiollos, e fal. em Lisboa, em 1592. Escreveu: Ceremonial e ordinario da Missa, e de

como se hão de administrar os Sacramentos da Santa Madre Egreja; etc., Lisboa, 1568. E' traducção do latim; saiu sem o nome do traductor.

Nabo (Diogo de Brito). Capitão, que por ter perdido alguns proventos com a queda do governo castelhano em 1 de dezembro de 1640, entrou em 1641 na conspiração do marquez de Villa Real. Sendo denunciado foi posto a tormentos, e depois suppliciado no Rocio.

Nabo. Pov. e freg. de S. Gens, da prov. de Traz-os-Montes, conc. e com. de Villa Flôr, distr. e bisp. de Bragança; 75 fog. e 345 hab. Tem correio com serviço de posta rural. A pov. dista 4 k. da séde do conc. e está situada entre duas ribeiras, na estrada de Villa Flôr á Torre de Moncorvo. O reitor de S. Bartholomeu de Villa Flor apresentava o cura, que tinha 65000 réis de congrua, e o pé d'altar. A pov. pertence á 6.a div. mil. e ao distr. de recrut. e res. n.°o 10, com a séde em Mirandella.

Naboangongo. Vasto territorio situado a O do conc. de Encoge e a SE do de Ambriz, na prov. d'Angola, Africa Occidental. E' atravessado pelos rios Lifune e Hongo, e formava uma das 6 divisões do territorio dos Dembos, com as quaes tantas luctas tem sustentado as armas portuguezas. O dembo de Naboangongo acommetteu o presidio de S. José de Encoge em 1759, logo depcis da sua fundação, foi submettido e prestou vassalagem a Portugal em 1794.

Nabril. Antiga cidade da Lusitania, na actual provincia do Douro. Estava situada na falda NO da serra de Midões, e perto da villa assim chamada. Não se sabe se já tinha este nome no tempo da sua existencia. Tem-se ali encontrado cippos com inscripções romanas. Junto ao sitio onde consta ter sido o assento d'essa cidade, está o logar da Povoa de Midões, e proximo a elle existiu uma ponte romana. V. Midões.

Nacca. Pov. da freg. de N. S.a da Conceição, no sobado de Quiongo, 11. div. do conc. de Muxima, distr. de Loanda, prov. de Angola, Africa Occidental.

Naceiros. Pov. da freg. de Santa Maria, de Refoios do Lima, conc. de Ponte do Lima, distr. de Vianna do Castello.

Nachinola. Pov. e regedoria do conc. de Bardez, no distr. e arceb. de Gôa, na Indja. Tem escolas, e aguas mineraes.

Nacomba. V. Aldeia de Nacomba. Nadadouro. Pov. na freg. de S. Pedro e conc. d'obidos, distr. de Leiria.

Nadaes. Pov. na freg. de S. Martinho, de Escapães, conc. da Feira, distr. de Aveiro.

Nadaes de Baixo e de Cima. Duas povoações na freg. de S. João Baptista, de S. João da Fontoura, conc. de Rezende, distr. de Vizeu.

Nadora. Pov. da freg. de N. S. da Victoria, regedoria de Revorá, no conc. de Bardez, no distr. e arceb. de Gôa, na India.

Nadrupe. Pov. na freg. de N. S.a da Annun ciação e conc. da Lourinhã, distr. de Lisboa. Nafarros. Pov. na treg. de S. Martinho e conc. de Cintra, distr. de Lisboa.

Nagar-Avely. Pragana ou div. do distr. de Damão, arceb. de Gôa, India. E' composta d'uma villa e 62 aldeias. Está encravada nos dominios inglezes, e é a maior e a mais importante parte de Damão. Fórma um conc. que tem a sua séde em Paço d'Arcos, villa que foi constituida por

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