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CAPITULO VI

Bonifacio - o paredro

CAPITULO VI

Bonifacio o paredro

Paredro é uma palavra antiga, muito expressiva e muito classica, revivida no fallar hodierno pelo grande e magnifico artifice da nossa litteratura, magno ourives do bello, o sr. Coelho Netto. Corre por ahi alem o vocabulo, com o sentido de chefe, de conductor de homens. Em tal sentido (o de prócer), realmente foi Bonifacio um paredro, tão paredro como outros politicos do tempo, egualmente notaveis. Os mais illustres chefes dessa época revolucionaria que gerou a jornada gloriosa de nossa emancipação politica, pódem ser assim discriminados:

1.0) José Bonifacio, o ministro, o chefe dos aulicos, dos absolutistas, do partido fundamentalmente monarchico e bragantino;

2.0) Joaquim Gonçalves, fazendeiro, advogado e jornalista, chefe do partido popular, constitucionalista, inpettore republicano, director de facto da Maçonaria Brasileira;

3.0) José Clemente Pereira, logar-tenente do partido de Lédo, maçon, presidente do Senado do Rio;

4.0) Dr. Candido de Araujo Vianna, chefe ostensivo da politica mineira de 1822;

5.0) Conego Januario da Cunha Barbosa, maçon, prégador do Paço, e chefe prestigioso do Clero Politico de 1822;

6.0) José Joaquim da Rocha, maçon, capitalista, proprietario, e chefe das Classes Conservadoras de 1822;

7.0) Dr. Pedro de Araujo Lima, conhecido no tempo da independencia como a segunda intelligencia do Brasil

(a primeira era a de José Bonifacio, na opinião publica), medico notavel, idolo da população do Rio, chefe politico de varias provincias do Norte do Brasil;

8.0) General Luis Nobrega, maçon, ministro da Guerra, chefe querido das Classes Armadas de 1822;

9.0) Dr. José Mariano, advogado, maçon, chefe politico da Provincia do Rio de Janeiro;

10.0) D. Matheus de Abreu Pereira, bispo de S. Paulo em 1822, e chefe politico da mesma provincia;

11.0) Antonio Bernardes Machado, maçon, governador do Rio Grande do Sul, de cuja politica era o chefe;

12.0) Dr. Lucas José Obes, deputado pela Provincia Cisplatina, onde era chefe politico.

Eis ahi os doze notaveis paredros do Brasil, em 1822. Vejamos, agora, em que conta elles tinham o paredro Bonifacio. São depoimentos que nos custaram alguns annos de paciente investigação:

1.0) De Joaquim Gonçalves Lédo:

O fluminense Gonçalves Lédo, ardoroso tribuno, chefe incontestavel da maçonaria brasileira no seo mais fecundo periodo, politico de profundissima influencia no país, autor do manifesto de 1.0 de agosto de 1822 (o mais importante documento da independencia do Brasil), verdadeiro promotor da Assembléa Constituinte, que effectivou a nossa emancipação politica, redactor do jornal << O Reverbero», sendo deputado, na sessão da Camara de 2 de julho de 1830, em face de Martim Francisco, tambem deputado e presente á sessão, proferiu um notavel discurso.

Referindo-se á independencia do Brasil, baseado em numerosos e importantissimos documentos, que possuia, disse:

<< Emquanto eu e José Clemente trabalhavamos afin

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