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O que disseram os grandes

Mestres e a imprensa

I

O QUE DISSE RUY BARBOSA

<< Petropolis, 1.0 de Fevereiro de 1921.

Meu caro sr. professor Assis Cintra.

Na parte dessa obra que assim me deu a conhecer, tive a prelibação de um trabalho, que virá notabilizar ainda mais o seu já tão notavel autor.

A reputação que lhe tem acareado os seus escriptos, escusa novos elogios, ou cumprimentos... Mas o meu habito de admirar e applaudir o merecimento, sobretudo nos moços, para com os quaes nisso vae um dos mais agradaveis deveres da velhice, não me consente deixar passar occasião de lhe render homenagem, de lhe bater palmas, embora inutilmente, quando se me depara ensejo de me entregar a esse desinteressado e innocente goso, sem ares de presumpção ou importunidade. Em cada uma das suas producções, que se vão succedendo tão rapidamente, meu joven e brilhante professor, novos signaes vejo das qualidades, menos vulgares e mais uteis nas duas provincias do saber, a que as feições de sua condição intellectual o propendem: a historia e a philologia.

Para essas duas altas especialidades o talharam as prendas que lhe são nativas, de uma vocação benedictina: a paciencia investigativa, a pertinacia no estudo, a abstracção de interesses, o amor e senso da verdade, a intuição critica, o faro e adivinhação das fontes, dos veios de mina, dos thezoiros soterrados, ignotos ou esquecidos, a isenção de espirito, a franqueza da palavra, a coragem das realidades malvistas á rotina da sciencia de compilações e convenções.

Sendo estes dotes mentaes e moraes os que mais pela raiz atacam, e são capazes de cernar até ao mais rijo do âmago a dureza dos erros consagrados; sendo elles os que mais se oppoem á esclerose da consciencia pela mentira; sendo elles os que arrostam, sem tremer, a cerdosa e aggressiva hispidez das tradições falsas, elles os que reagem contra o somnolento, encharcado e maligno convencionalismo, a cuja sombra médra essa ruim vegetação da preguiça e da inveja, do ranço e da mediocridade, naturalmente a carreira litteraria lhe não será chã e desempeçada. Hostilidades e hostilidades lhe surgirão e resurtirão a cada passo, como os espinhos e reptis que enxameiam no solo crestado ou lodoso dos pragaes, charnecas e alagadiços, quando os começam a trilhar plantas de gente civilizada, e, com ellas, os primeiros tentames de saneamento ou cultura.

Mas não se lhe dê nunca das investidas e bravarias, das pequenezes e maldades, que deve esperar estimar como contraprovas seguras do seu valor e descontos inevitaveis na sua colheita de triumphos e honras. » (1)

II

O QUE DISSE RAMIZ GALVÃO

(em 6 de Março de 1911)

<< O meu illustrado patricio Assis Cintra, que, com perseverança benedictina, consumiu alguns annos na consulta de archivos e fontes seguras de informação para elucidar o assumpto, acaba de nos offerecer o resultado de suas pesquizas, revelando erudição e um cuidado meticuloso que sobremaneira o honram. Felicito-o deveras, por isso, e, depois de lêr a sua excellente obra, a mim proprio me felicito por haver tambem mudado de opinião a respeito deste ponto controverso. » (2)

(1) Do Prefacio das «Questões de Português».

(2) Do Prefacio do « Nome Brasil».

III

O QUE DISSE ASSIS BRASIL

(em 22 de Maio de 1921)

- «É de plena convicção e consciencia que reputo sr. professor F. Assis Cintra um estudioso intelligente, movido pelos mais honestos ideaes e orientado pelo methor criterio. O seu methodo é o mais proprio para dar fecundos resultados, tanto nas pesquizas historicas como nas de todas as sciencias: procura beber nos mananciaes originaes, captar e interpretar documentos, fazel-os falar, em vez de se contentar com chronicas mais ou menos authenticas, fabricadas sobre alguns desses mesmos documentos e successivamente copiados dos primitivos pelos modernos escriptores. É um trabalhador, um pensador substantivo. Ser veridico já é uma grande cousa, especialmente em historia. E essa virtude, julgo vel-a briİhar com evidencia em toda a obra do joven professor Assis Cintra.» (1)

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I) Do Correio da Manhã, de 27-5-920.

O professor Francisco de Assis Cintra

Triumphador, por já haver alcançado a maior parte dos seus objectivos, através da reclusão benedictina de suas pesquisas de historiographo e philologo, esclarecidas por uma clara e elevada visão critica e por uma soberba independencia mental, elle continúa, no emtanto, igno

(1) Do Prefacio do «O Homem da Independencia».

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