Lyricas de Luiz de Camoẽs: com traduccoẽs francezas e castelhanas de José Bénoliel

Voorkant
Imprensa nacional, 1898 - 131 pagina's

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Pagina 60 - É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É um não contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É um estar-se preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É um ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode o seu favor Nos mortais corações conformidade Sendo a si tão contrário o mesmo Amor?
Pagina 102 - Canta o caminhante ledo No caminho trabalhoso, Por entre o espesso arvoredo; E de noite o temeroso, Cantando, refreia o medo. Canta o preso docemente, Os duros grilhões tocando; Canta o segador contente, E o trabalhador, cantando, O trabalho menos sente.
Pagina 80 - Inutil e despido, calvo e informe, Da natureza em tudo aborrecido; Onde nem ave voa, ou fera dorme, Nem corre claro rio, ou ferve fonte, Nem verde ramo faz doce ruido; Cujo nome, do vulgo introduzido, He Feliz, por antiphrasi infelice; O qual a natureza Situou junto á parte, Aonde hum braço d' alto mar reparte A Abassia da Arabica aspereza, Em que fundada ja foi Berenice, Ficando á parte, donde O sol, que nella ferve, se lh...
Pagina 42 - ... alma, limpo e gracioso; um encolhido ousar; uma brandura; um medo sem ter culpa; um ar sereno; um longo e obediente sofrimento: esta foi a celeste formosura da minha Circe, eo mágico veneno que pôde transformar meu pensamento.
Pagina 50 - Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades. Continuamente vemos novidades, Diferentes em tudo da esperança: Do mal ficam as mágoas na lembrança, E do bem (se algum houve) as saudades. O tempo cobre o chão de verde manto, Que já coberto foi de neve fria, E em mi converte em choro o doce canto.
Pagina 104 - Terra bem-aventurada, se, por algum movimento, d'alma me fores mudada, minha pena seja dada a perpétuo esquecimento. A pena deste desterro, que eu mais desejo esculpida em pedra, ou em duro ferro, essa nunca seja ouvida, em castigo de meu erro. E se eu cantar quiser, em Babilónia sujeito, Hierusalém, sem te ver, a voz, quando a mover, se me congele no peito.
Pagina 88 - Ali a vida cansada, que melhora, toma novos espritos, com que vença a Fortuna e Trabalho, só por tornar a ver-vos, só por ir a servir-vos e querer-vos. Diz-me o Tempo que a tudo dará talho; mas o Desejo ardente, que detença nunca sofreu, sem tento me abre as chagas de novo ao sofrimento.
Pagina 106 - Da alma me fores tirada, Minha pena seja dada A perpétuo esquecimento. A pena deste desterro, Que eu mais desejo esculpida Em pedra ou em duro ferro. Essa nunca seja ouvida, Em castigo de meu erro. E se eu cantar quiser, Em Babilónia sujeito...
Pagina 28 - Não te esqueças daquele amor ardente Que já nos olhos meus tão puro viste. E, se vires que pode merecer-te Alguma cousa a dor que me ficou Da mágoa, sem remédio, de perder-te...
Pagina 50 - Do mal ficam as mágoas na lembrança, E do bem. se algum houve, as saudades. O tempo cobre o chão de verde manto. Que já coberto foi de neve fria, E em mim converte em choro o doce canto. E afora este mudar-se cada dia. Outra mudança faz de mor espanto. Que não se muda já como soía.

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