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PRAGAS VEGETAES

O CARVÃO DO MILHO. Frequentemente encontra-se em uma plantação de milho uma espiga com os grãos deformados, enormemente augmentados em volume, de côr pardo-escura ou preta. O pendão tambem pode apresentar phenomenos identicos, sendo especialmente visivel a cor preta das flores. Estes phenomenos são produzidos por uma especie de fungo, o Ustilago zeae (Beckm.) Ung., que, em annos favoraveis, tambem vegeta no talo e nos tecidos das folhas, porém menos visivel do que nas espigas e nos pendões.

Este fungo ataca a planta nova, entrando nos tecidos por uma fenda qualquer, causada pelo vento ou por insectos, e desenvolve-se grandemente nas plantações que recebem grande quantidade de esterco animal; pois é propagado por esporos microscopicos, de cor escura, que conservam a sua vitalidade por alguns mezes, e são estes esporos, presentes no esterco, que transmittem a molestia ás plantas novas.

O tratamento é preventivo, sendo util extirpar e incinerar as plantas atacadas antes que os esporos possam ser espalhados. A pratica de afolhamento é tambem vantajosa para evitar os prejuizos que este fungo possa causar. E, sebretudo, nunca devem os animaes e o gado ser alimentados com milho infeccionado, porque os esporos serão disseminados no esterco, e constituirão focos de infecção para as novas plantações.

A FERRUGEM DO MILHO. E' esta uma molestia causada por un fungo, conhecido pelo nome de

Puccinia sorghi Schw., que produz manchas oblongas ou irregulares nas folhas do milho, causando a morte prematura destas, e impedindo o desenvolvimento completo da planta. As manchas desenvolvem-se rapidamente apparecendo nellas os pequenos esporos, em forma de um pó amarello, que servem para propagar o fungo. Como esta molestia ainda não se manifestou intensivamente, pouco tem sido o esforço feito para combatel-a.

Nas regiões onde esta molestia é commum, será de bom aviso plantar sómente semente proveniente de plantas sans, e se esta pratica for adoptada, produzirá o seu effeito duplamente vantajoso; pois será constituida uma variedade de milho isenta ou resistente a este fungo, e será sempre plantada semente san e bem desenvolvida. Além das providencias acima indicadas, devem ser dispensados á plantação de milho os cuidados culturaes essenciaes para que as plantas se desenvolvam regularmente e com rapidez, sendo indispensavel que a plantação seja feita em épocha propria.

PRAGAS ANIMAES

Entre as pragas animaes ha algumas que annualmente causam grandes prejuizos pelos estragos que fazem, ou nas plantas ou nos proprios grãos já colhidos. Só raras vezes podem ser empregados meios curativos contra estes inimigos, porém a pratica de cultura limpa e os cuidados os cuidados culturaes ministrados ás plantações, restringem ao minimo os estragos ou os evitam por completo.

LEPIDOPTEROS

Ha tres especies de lepidopteros, todas da familia Noctuidæ, que atacam a planta de milho. I'm. o Heliothis armiger Hübn., tambem ataca as maçans de algodão, mas dá preferencia ao milho, e alimenta-se das folhas novas e tenras do coração da planta, e tamben das espigas; pois entra nestas pela ponta e vive no seu interior, devorando os grãos novos.

O emprego de veneno contra estas lagartas dá pouco resultado, pois, vivem protegidas pelas folhas das plantas que infestam. E' possivel, porém, evitar uma grande parte dos seus estragos, fazendo a plantação do milho o mais cedo possivel, porque a experiencia tem ensinado que as plantações tardias são as mais atacadas. Cortar os talos e arar a terra logo depois de ser colhido o milho, tambem trará grandes vantagens, porque assim serão destruidas as crysalidas que, por ventura, existam na plantação.

Ha uma outra especie de Noctuidae, ainda não identificada, que ataca o talo do milho, furando-o perto do chão, quando as plantas ainda estão pequenas. O prejuizo causado é grande, mas não ha tratamento curativo a fazer. Os cuidados preventivos a observar consistem em plantar o milho o mais cedo possivel, e em evitar de fazer plantações deste cereal em terrenos de pastos velhos.

A terceira especie desta familia que ataca o milho é a Remigia repanda Fab., conhecida como a << lagarta do milharal », que tambem ataca a canna de assucar e outras gramineas.

A lagarta tem cerca de 40 mm. de comprimento, sendo o corpo delgado e cylindrico, e ornado com diversas estrias longitudinaes, umas largas e outras mais estreitas, de côr pardo-escura e preta; as quaes se extendem tambem sobre a cabeça.

Depois de alcançar o seu desenvolvimento total, a lagarta fórma um casulo delgado entre as folhas de capim ou de outras plantas, logo transformandose em chrysalida, que tem cerca de 16 mm., de comprimento, sendo ella de côr pardo-clara, mais escura no lado dorsal.

A borboleta vôa rapidamente, tem a côr de fumaça, e quando em repouso, tem ella a fórma triangular, sendo o segundo par de azas coberto completamente pelo primeiro par.

Esta lagarta é muito voraz, e sendo por ella invadida uma plantação de milho, convem applicar

ás plantas que lhe servem de alimento, um insecticida composto de 100 gr. de Verde de Paris misturadas com 300 litros de agua, ao qual pode-se ajustar 1 kilo de sabão, 2 kilos de assucar ou 5 litros de melaço, para facilitar a sua adhesão ás folhas das plantas, devendo o insectecida ser applicado com um pulverizador.

Se a plantação tem pouco valor e pode ser sacrificada com pouco prejuizo, e especialmente depois que as lagartas transformaram-se em chrysalidas, convem roçar e incineral-a juntamente con as lagartas e chrysalidas, para impedir a propagação das futuras gerações da praga.

Convém ainda limitar o ataque das lagartas a uma só plantação, o que pode ser conseguido abrindo sulcos a arado em volta da cultura atacada, cuidando-se que o o lado perpendicular do sulco fique na parte opposta á plantação, de modo a se offerecer mais difficuldades ás lagartas que, ra sua marcha, tentam passar o sulco. sulco. Dous ou tres sulcos podem ser feitos parallelamente, havendo entre elles um pequeno espaço. Covas abertas no fundo do sulco, com distancia de 5 metros uma da outra, servem para prender as lagartas, onde podem ser facilmente mortas. Uma camada de cal em pó ao redor de uma plantação, tambem serve para protegel-a da invasão das lagartas, ou para cercar estas, uma vez que já invadiram a plantação.

As lagartas dentro de um milharal avançam rapidamente, e para impedir que invadam toda a plantação, convem cortar 2 ou 3 carreiras de milho em frente á direcção da linha de marcha e abrir um sulco nesta nesga de terra.

Existe uma pequena borboleta, côr de creme, membro da familia Crambida conhecida pelo nome Diatraea saccharalis Fab., cuja larva ataca a cannî de assucar, broqueando-a e causando grandes prejuizos. Esta mesma especie tambem ataca os talos de milho, sendo de conveniencia incinerar todas as plantas atacadas para impedir a propagação deste insecto. Para evitar os prejuizos que elle pode

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REMIGIA REPANDA FAB.

a. ADULTO, aspecto dorsal b. LAGARTA, aspecto lateral c. LAGARTA, aspecto dorsal

d. CHRYSALIDA, aspecto dorsal e. CHRYSALIDA, aspecto lateral f. CASULOS

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