Lisia poetica: ou, collecção poesias modernas de auctores portuguezes, Volume 1

Voorkant
Typ. Commercial, 1848

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Pagina 129 - ... pactuada igreja! Natal da minha terra, que lembranças saudosas e devotas tenho de tuas festas tão gulosas, e de teus dias santos tão folgados e alegres! Como vinhas nos frios de Dezembro de regalados fortes coroado aquecer corpo e alma c'o vinho quente, c'os mexidos-ovos, e farta comezana!
Pagina 129 - Pois os Christmas-pyes, gabado esmero De sarmatas manjares !... Olhem estas pequenas... são bonitas ! Mas que importa que o sejam Se das graças donosas praguejadas, Rusticas e selvagens, Nem dança airosa, nem alegre jogo De divertidas prendas Arranjar sabem, e passar o tempo Em honesto folguedo ! Jogar um whist morno e taciturno, Sentar-se em mona roda Junto ao fogão, fazer um detestavel Chá preto e fedorento, Sem ar, sem graça...
Pagina 186 - Não deu elle á avezinha o grão da espiga, Que ao ceifador esquece? Do norte ao urso o sol da primavera, Que o reanima e aquece? Não deu...
Pagina 175 - Maria, tão bella, Casta pomba de Israel, Que da vida em mar de fel Brilhas, propicia estrella ; Que nas horas da procella, Como porto salvador, Estendes ceruleo manto, Que vela os seios á dor, Que aos olhos enxuga o pranto. Ave, Maria, formosa Assucena de Jessé ; Mais linda e pura não é A mais pura e linda rosa; Ave, Maria, és mimosa, Como alvorada sem véu ; És mais viva em teus fulgores, Que o vivo facho do céu, Que o rei da luz e das cores. Tu és dos anjos Rainha, LyriO branco de Judá...
Pagina 185 - Uma primeira flor: Sobre o invisível eixo range o Globo: O vento o bosque ondeia: Retumba ao longe o mar: da vida a força A natureza anseia!
Pagina 272 - Alguma cousa a dor que me ficou Da mágoa, sem remédio, de perder-te, Roga a Deus, que teus anos encurtou, Que tão cedo de cá me leve a ver-te Quão cedo de meus olhos te levou.
Pagina 265 - És muito criança ainda ! Quem dá aquillo que tem, Cumpre um santo mandamento, Não tem inveja a ninguem, Olha o Céu como está lindo ! . . . Vae pelos campos brincar, Que o pobresinho cá fica, Ha de ccmnosco jantar.
Pagina 267 - Por hum pregão do ninho meu paterno. Ouvi : vereis o nome engrandecido Daquelles , de quem sois senhor superno : E julgareis , qual he mais excellente , Se ser do mundo Rei , se de tal gente.
Pagina 96 - ... no ponto d'honnor, Do conto da lança lhe dava, O escudo insolente voltava Ao nobre, suberbo campeão... IV Em sua tenda de damasco Bordado de oiro á porfia, Alli juncto ás suas armas, O nobre dono dormia. Ouviu o golpe atrevido Que no escudo lhe batia; Chamou pagens, escudeiros, Muito á pressa se vestia. No escudo das suas armas, O coração lhe dizia Que um homem so neste mundo A tocar se atreveria. Não quer lança nem cavallo, Seus homens não requeria; Co'a espada nua na mão, So, pela...
Pagina 95 - Arreda, arredar, fasta affasta! Que ahi vem, brida solta, correndo Guerreiro de aspecto tremendo, Montado n'um negro corcel. No escudo não tem mais quartel, Tenção nem lettreiro que diga A imprêza de guerra que siga, A dama que sirva de amor. Da guerra d'elrei Almançor Virá co'essas armas sangrando, Ou foi que na estrada algum bando, O quiz, por má traça, matar? Não sabe ninguem deciphrar Mysterio de tanto segredo . . . Chegou elle, — investe sem medo O altivo tropheu do senhor : Feriu-o...

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