Chorae, olhos tristes, A luz do sol pura O campo floreça, Quizera mostrar Em tristes cuidados Nunca pude crer Ah ventura minha, Triste fantasia Nesta vida cega Nada permanece; Qualquer esperança Amor cego e triste, Quem o tēe padece: Mal quem lhe resiste! Mal quem lhe obedece! No meu mal esquivo Sei como Amor trata: E pois nelle vivo, Nenhum amor mata. SE X T I N A S SE X T I NA I. Foge-me pouco a pouco a curta vida, Que maneira tão aspera de pena! do mal mover se visse hum passo. Oh formosos, gentis e claros olhos, Mas bem sei que primeiro o extremo passo Qu'escrevêrão de tão molesta vida Oh que não sei qu'escrevo, nem que fallo! N'alma tenho contino hum fogo vivo, Morrendo estou na vida, e em morte vivo; ។ A culpa de meu mal só tệe meus olhos, Assaz de pouco faz quem perde a vida Que o mais pequeno delles toca n'alma. Roubadora he de toda liberdade Cresção de dia em dia embora os males; Mas como nelles póde haver brandura, Que póde ja 'sperar quem a sua alma Chorae, meus olhos, sempre os damnos d'alma, |