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Vale-me hoje tambem... De acerbas maguas
Por ti meu coração respire forro:
Cumpre meus votos, e tu mesma acode
Em meu soccorro!

SAPPHO.

OUTRA TRADUCÇÃO DA MESMA ODE

Filha de Jove, que tens altares—

Em cem logares-Diva fallaz,

Ah! poupa maguas a quem te adora-
A quem implora-favor e paz.

Tu já n'outrora piedosa ouviste-
O brado triste-da minha voz:
E da paterna mansão celeste -
A mim vieste-prompta e veloz.

Ao niveo carro jungido tinhas-
Das avesinhas-o meigo par.
Elle voando pelo ar sereno-
Em prado ameno - veiu pousar.

E tu, sorrindo, de mim diante-
Meigo o semblante-fallaste assim:
<< Sappho, eu te vejo tão consternada –
« Porque maguada - chamas por mim?

«Paixão te opprime? Gemes, suspiras
«Dize, a que aspiras-com tanto ardor?
«Alguem, ingrato, se te não rende?
« Ah! quem te offende-com tal rigor?

«Ha de rogar-te, se te ora engeita—
«Teus dons rejeita?-Dons te dará:
<< Desquer-te amado? Por ti já 'squiva–
«Em chamma activa-se abrasará. »

Tambem agora, deusa benigna

A mim te digna― dar protecção:
Auxiliadora n'este conflicto-

Vale ao afflicto-meu coração.

SAPPHO.

MONOLOGO DE MEDÉA

Já sobre a terra densas desparzia
Trevas a noite: o sédulo piloto
Da Ursa e de Orion para as estrellas
Attento olhava. Q, lasso caminhante,
Das portas da cidade o vigil guarda,
Anhelavam dormir. Se bem que afflicta,
Mãe que os filhos perdêra, suspendendo
Os gemidos, cedia ao brando somno:
Nem latido de cães, nem voz de povo
Na cidade se ouvia: em toda a parte
Reinavam, sem rivaes, silencio e trevas:
Só Medea do somno os dons não logra;
Cerrar não póde os macerados olhos;
Ama o filho de Esão: cuidosa e triste,
Teme o vigor dos toiros indomados,
Que ao seu caro Jasão talvez dêem morte,
Por destino cruel, no marcio campo
Que lavrar lhe é forçoso. Anceiam crebros
Seu meigo coração ternos abalos.
Qual, ás vezes, do sol luzente raio.
Em vaso de agua, a subitas reflexo,
Imagem forma que continuo move-se
Aqui e ali pelo aposento, em giro,
E sem descanso, tremulo, volteia;
Tal da donzella o coração palpita;
Pranto de compaixão lhe inunda as faces,

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