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PADRE ANTONIO PEREIRA DE SOUSA CALDAS.

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BIOGRAPHIA dêste illustre cidadão, modelo dos ecclesiasticos e honra do pulpito, foi ja escripta por um orador igualmente illuse por isso nesta collecção a daremos apenas em resumo, e quanto baste a fazer conhecer o poela e o individuo.

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Antonio Pereira de Sousa Caldas nasceu no Rio de Janeiro no dia 24 de Novembro de 1762. Sendo de compleição mui debil na idade de oito annos, seu pai que era um commerciante da mesma cidade o mandou a Lisboa recommendado ao cuidado um tio, negociante abastado, que, conhecendo nelle decidida vocação ás lettras, nada poupou pâra lh'a cultivar. Mandou-o, pois, a Coimbra, onde, começando a distinguir-se já nas aulas do curso de direito, ja nas palestras com seus collegas, já em suas composições poeticas, foi apanhado pelos do Santo Officio, havendo quem diga que por maçon.

O Conego Januario da C. B. Rev. do Inst. Hist. do Rio de Janeiro, T. II. p.

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Remettido pâra Lisboa, foi por ordem do Governo e a empenho de seu tio, transferido pâra o convento de Rilhafoles, a fim de ser ahi cathequisado por seis mezes. Os Rilha folistas desempenharam de tal modo a sua missão, que não só ganharam a affeição do joven cathequista, como talvez ahi lhe fizessem nascer a vocação para a vida ecclesiastica que depois abrayou.

Saindo do convento fez uma pequena viagem a França, indo recommendado em París ao embaixador de Portugal o Marquez de Pombal, filho. Regressando a Lisboa seguiu á Universidade de Coimbra, onde concluiu com distincção sua formatura em direito.

Regeitando a carreira da magistratura, que se lhe offerecia, foi a Roma tomar ordens. A viagem que então fez pelo mediterraneo até Genova, descreve elle em uma carta de prosa e verso a seu amigo João de Deus Pires Ferreira, que se acha impressa entre suas obras, e no Parnaso Lusitano, pelo que não a reproduzimos, apezar de ser um espelho do seu caracter. A pequena ode ao Creador ao entrar o estreito é digna do primeiro de nossos poetas sagrados.

Voltado a Lisboa depois de tomar ordens em Roma, não se demorou ahi mnito; pois quiz ir ver sua patria e sua mãi. Estava outra vez em Lisboa, quando pela entrada dos Francezes regressou ao Brazil, donde nunca mais saíu. Aqui começa verdadeiramente a melhor época da vida do Padre Caldas, ao menos aquella

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FLORILEGIO.

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em que adquiriu mais glória, e patenteou seus talentos oratorios. Todos os domingos se apinhava o melhor da cidade pâra o ouvir no templo de Santa Rita, cujo pulpito elle escolhêra por estar junto da pia onde fôra feito christão.

Nas occasiões mais solemnes da côrte, nas festas maiores das outras igrejas, o Padre Caldas era sempre o prégador procurado.

Más pouco lhe duraram seus dias de glória. Debil de constituição e applicado mais do que ésta lhe permittia, acabou desta vida aos 2 de Março de 1814, e foi enterrado no convento de Santo Antonio da mesma cidade. Foi bom amigo, homem probo e asmoler.

Suas poesias sagradas e profanas, que deixou para corrigir e publicar ao General Stockler, tambem poeta, tem mais nomeada por aquellas que por éstas; por isso mesmo que sua vocação o fez occupar-se mais das primeiras.

Publicaram-se em París em 1821, com mui importantes notas e comentos de Stockler; e em 1836 se deram á luz em Coimbra dois tomitos em que não se contém as traducções.

Outras obras deixou, das quaes apenas se sabe o paradeiro, e algumas cartas em prosa no gosto das de Montesquieu, que começou a publicar o Instituto do Rio de Janeiro.

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