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"A primeira pouoação com que se principiou esta cidade foy no alto della, com cuja fabrica ficaua fortalecida e incapaz de ser rendida porque ho outeyro com ha muralha que actualmente estou obrando, que por huma parte o cerca todo e porta noua que fez ho gouernador Saluador Corrêa de Saa no Bayrro da Misericordia e da Calçada do Colegio com a fortaleza São Sebastião e com as mesmas cazas ficaua serrado todo de maneira, que com muito menos cabedal tinha a rezistencia muito mais capaz porém como o trato ficaua mais trobalhoso forão os moradores edificando cazas na uargea junto ao mar, despouoando ho alto de maneira, que ficou sómente nelle ha Igreja Matriz e o Collegio dos Religiosos da Companhia em notauel dezamparo, e como se deue atender mais a ser V. M. seruido como convem, que a comodidades proprias me pareceo fazer auizo a V. M. que deue ser seruido mandarse informar de pessoas que ha nessa Côrte do muito melhor que ficará a cydade tornando a fabricar-se no alto para toda a rezistencia, mandar V. M. que os Gouernadores, Prelados, ouuydores geracs, procuradores da Fazenda, camara e todos os ministros e officiaes de justiça habitem no dito alto com as penas que V. M. pareser, e que os chãos que nelle ouuer deuolutos ou cazas caydas que seus donos não quizerem renouar as possa dar o Gouernador de sismarya a quem fassa cazas e que deste modo se fabricara com muita facilidade huma cydade que murada e com as portas que já tem e fortaleza e obrandose forte Real, que yntente nella, ficará muito segura e com menos cabedal e os moradores e fazenda de V. M. mais fortificados para toda a inuazão que o Inimigo intente pois se he forçoso que não... se procure fortalecer e edificar mais conuem que antes della se obre e seja V. M. seruido como dezejo, cauza por que faço esta aduertencia, ens que V. M. mandará o de que mais se sirua." 543

INFORMAÇÕES (2) do vogal do Conselho Ultramarino Salvador Corrêa de Sá e Benavides e dos Padres da Companhia Luiz Pascoal e Paulo da Costa, favoraveis á reedificação da cidade do Rio de Janeiro na parte alta do monte.

Lisboa, 10 de dezembro de 1646.

"A cidade do Rio de Janeiro teue seu principio no monte de que trata o Gouernador na sua carta, e depois pella maior comodidade do comercio se foi estendendo para a marinha aonde hoje está quasi toda a povoação, porque até os moradores do outeiro se forão passando para baixo, deixando quazi deserto aquelle sitio que seus primeiros pouoadores escolherão por mais torte, mais deicnsavel e de melhores ares para a saude. Todos os que uirão o citio desta cidade, sem fazer excepção de pessoa alguma, julgarão não só por difficultoza, m:s quazi impossivel a defensão da cidade sita no baixo uizinho á marinha, porque pella capi cidade do porto e uizinhança com a cidade, poderão os inimigos (em caso que ali entrem com seus nauios), fazer dano não só ás cazas com a artilharia, mas ainda aos moradores com a mosquetaria.

E pello contrario que o alto da cidade que hoje está quazi despouoado, he por natureza muito defensavel, e com pouca arte e trabalho se pode fazer quasi inexpugnauel, e he força que a elle se recolhão os moradores da marinha em occazião de qualquer acommetimento de inimigos, pello que he mui necessario como unico remedio daquelle pouo, que no outeiro não só se conserue e renoue a antiga pouoação, mas que logo se trate de acrecentar moradores e cazas nas quaes se possão abrigar e uiuer os que em tempo de guerra ali se recolhem....." 544-545

COSULTAS (3) do Conselho Ultramarino, ácerca dos regimentos que se deviam dar ás caravellas, que iam levar ao Brasil as tropas de soccorro. Lisboa, 13 de novembro e 15 de dezembro de 1646.

Têm annexas cartas de Gaspar de Abreu, de Affonso de Barros Caminha, extractos de cartas do Governador do Rio de Janeiro e minutas de emendas, relativas aos mesmos regimentos. 546-557

REGIMENTOS que se deram ao Capitão Simão da Silva e ao Mestre de Campo Francisco de Figueiroa, e em que se contêm as instrucções que deviam observar na viagem para o Brasil.

Lisboa, 29 de outubro de 1646. (Annexos ao n. 546).

558-559

CONSULTA do Conselho Ultramarino, sobre o requerimento em que o Capitão Luiz Gomes pede dispensa do pagamento das avarias dos assucares que se tinham perdido a bordo da sua náo S. Pedro e S. Christovão.

Lisboa, 23 de janeiro de 1647.

560

CONSULTA do Conselho Ultramarino, sobre o requerimento do Alferes D. Francisco Ladron de Guevara, no qual pede a sua reforma e ajuda de custo para embarcar.

Lisboa, 30 de janeiro de 1647.

561

REQUERIMENTO do Capitão Pedro de Lemos Botelho, no qual pede a remuneração de seus serviços e outras mercês.

Tem annexa uma consulta do Conselho Ultramarino, datada de 9 de feve reiro de 1647. 562-563

CONSULTA do Conselho Ultramarino sobre a conveniencia de crear no Rio de Janeiro o posto de Tenente-General e em que propõe para o exercer o Sargentɔ-mór Manuel de Madureira.

Lisboa, 9 de fevereiro de 1647.

564

CONSULTA do Conselho Ultramarino sobre a licença que pedira Salvador Corrêa de Sú para fretar duas nãos inglezas para n'ellas transportar o soccorro que levava para o Brasil.

Lisboa, 12 de fevereiro de 1647.

565

CONSULTA do Conselho Ultramarino sobre a requisição que fizera o Governador do Estado do Brasil, de um homem que fosse perito na fabricação de artificios de fogo.

Lisboa, 21 de fevereiro de 1647.

Tem annexo um aviso do Secretario do Conselho Ultramarino e a informação do Tenente-General de Artilharia Ruy Corrêa Lucas. 566-568

CONSULTA do Conselho Ultramarino, ácerca do requerimento do Padre Fr. Matheus de S. Francisco, no qual pedia que se lhe declarasse qual o posto em que ia servir no Brasil e qual o soldo.

Lisboa, 26 de fevereiro de 1647.

569

CONSULTA do Conselho Ultramarino sobre a pretensão dos Capitães Pedro de Lemos Botelho, Martim Barroso e Lourenço Barbosa da França, de serem dispensados de embarcar para o Brasil, allegando o primeiro a falta de tempo para arianjar os seus negocios e os outros dois falta de saude.

Lisboa, 14 de março de 1647.

570

CONSULTA do Conselho Ultramarino sobre o provimento do officio de Provedor da Fazenda da Capitania do Espirito Santo, e em que propõe a nomeação de Rodrigo Sanches.

Lisboa, 30 de março de 1647.

571

CONSULTA do Conselho Ultramarino favoravel á nomeação do Capitão Manuel Pereira Lobo para o cargo de capo mór da Capitania de S. Vicente. Lisboa, 4 de abril de 1647.

572

CONSULTAS (2) do Conselho Ultramarino, sobre o soccorro e armada que se devia enviar ao Brasil.

Lisboa, 6 e 10 de maio de 1647.

573-574

CONSULTA do Conselho Ultramarino sobre as mercês que se deveriam conceder ás pessoas que quizessem ir para o Brasil e que queimassem ou fizessem render navios hollandezes.

Lisboa, 17 de maio de 1647.

575

CONSULTA do Conselho Ultramarino sobre a nomeação do Capitão-mór e Governador da praça do Rio de Janeiro.

Lisboa, 25 de maio de 1647.

Tem á margem o seguinte despacho: "Tem cessado a necessidade de nomear capitão-mór para esta praça, visto ir governal-a Salvador Corrêa de Sá," 576

CONSULTA do Conselho Ultramarino sobre o requerimento de Antonio Gomes Pathano, no qual pede que se lhe faça mercê dos officios de Escrivão da Alfandega e Almoxarifado da cidade do Rio de Janeiro, que estavam vagos por fallecimento de seu pae Pedro Martins Negrão.

Lisboa, 31 de maio de 1647.

577

CONSULTAS (2) do Conselho Ultramarino, favoraveis ao deferimento do requerimento em que Pedro Martins Negrão pedira licença para nomear um de seus filhos, depois da sua morte, serventuario do officio de Escrivão da Alfandega do Rio de Janeiro.

Lisboa, 9 de dezembro de 1645 e 27 de janeiro de 1646. (Annexa ao numero 577). 578-579

CONSULTAS do Conselho Ultramarino sobre uma carta do Governador do Rio de Janeiro Duarte Corrêa Vasqueanes ácerca do soccorro que pedira para a defesa da Capitania, e a reforma dos capitães. Lisboa, 5 de junho de 1647.

580-581

CONSULTA do Conselho Ultramarino, ácerca da construcção da Fortaleza da Lage e da urgencia que havia de mandar ao Rio de Janeiro um engenheiro para a dirigir.

Lisboa, 5 de junho de 1647.

582

CARTAS (2) do Governador do Rio de Janeiro, Duarte Corrêa Vasqueanes, sobre a construcção da Fortaleza da Lage e os meios que empregara para obter dinheiro para a continuar.

Rio de Janeiro, 14 de fevereiro de 1647. (Annexas ao n. 582).

"Como o melhor sucesso e defenção desta Praça consiste na barra della, intentei fazer a Fortaleza da Lagem que tantos annos ha que se pretende, e suposto, que tambem ao Gouernador Geral pedi mandasse hum engenheiro dos que tem na da Bahia, e me não deferio, tratei de dispor o efeito de obra tão importante emquanto o pedía a V. M., e propondo á Camara o grande seruiço que se faria a V. M. decretamos, que se vendessem os chãos da praia e se fizesse hum pedido geral pellos moradores, e ainda que todos o oferecerão com muito gosto foi tão limitado, que me não pareceo uzar delle, nem a venda dos chãos teue

efeito por não auer lançadores, e para que o intento se lograsse e indo tão interessado nelle o seruiço de V. M. tornci a repetir a proposta na Camara juntos a maior parte dos moradores e rezultou della aprouar-se por todos que se lançasse geralmente, conforme as posses de cada qual, hum donativo, para o que se elegerão pessoas de todos estados, e estando neste, e auendo duvidas entre os eleitos de que se podião originar dissenções pareceo mais acertado, que os officiaes da Camara fizessem o dito lançamento por si mesmos como cabeças desta republica, para que o seruiço de V. M. se conseguisse, a fortaleza se obrasse, e se escuzassem discordias, e o fizerão na Camara com tanta dispozição que não pode auer queixas, e suposto que trago a fortaleza em pregão para se fazer de empreitada e pedem por ella 60$000 cruzados e o lançamento ha sido de 24.000 cruzados, destinados no rol delle, tenho por sem duuida, que começando-se a obra e vendo os moradores, que com effeito se continua, darão tudo o que falta...

(Doc. n. 583).

583-584

ACTA da reunião da Camara e moradores da cidade do Rio de Janeiro, que o Governador Duarte Corrêa Vasqueanes convocara para obter os recursos necessarios para a construcção da Fortaleza da Lage.

Rio de Janeiro, 26 de novembro de 1646. Certidão. (Annexa ao n. 582). 585

CONSULTA do Conselho Ultramarino sobre a construcção da Fortaleza da Lage na Barra do Rio de Janeiro.

Lisboa, 13 de maio de 1645. (Annexa ao n. 582).

586

INFORMAÇÃO de João de Ballesteiros ácerca da construcção da referida fortaleza. Lisboa, - de março de 1645. (Annexa ao n. 586). 587

PLANTA da barra, da bahia e cidade do Rio de Janeiro. Feita por José Teixeira, Cosmographo.

Anno de 1645. 0,715X0",415. Colorida. (Annexa ao n. 586).

Representa a entrada da Barra, Pão d'Assucar, Forte de S. João, Fortaleza de Santa Cruz, Lage, Viragalhão, Forte de Santiago, Ilha das Cobras e Ilha do Governador. Na perspectiva da cidade vêem-se as egrejas do Desterro, Nossa Senhora da Ajuda, Sé, Collegio dos Jesuitas, Mizericordia, Carmo, Santo Antonio, S. Sebastião, Conceição, S. Bento, S. Pedro e S. Christovão. 588

PLANTA da Lage que está no meio da Barra do Rio de Janeiro. Representa a Lage, o Pão de Assucar, a Fortaleza de Santa Cruz, o Forte de S. João e a configuração da Barra.

0,305X0,275. Colorida. (Annexa ao n. 586).

PLANTAS (4) do perfil e dos diversos pavimentos da Fortaleza da Lage. 0,180×0,150. (Annexas ao n. 586).

589

590-593

CONSULTA do Conselho Ultramarino, sobre o requerimento de D. Margarida de Aro e Vellasco, mulher de Gaspar de Molina, no qual pedia que se fizesse mercê a seu marido da propriedade dos officios de Escrivão da Fazenda e Alfandega do Rio de Janeiro.

Lisboa, 8 de julho de 1647.

594

ALVARÁ regio pelo qual se fez mercê a Antonio Gomes Palhano da serventia dos officios de Escrivão da Alfandega e Almoxarifado da Capitania do Rio de Janeiro, no impedimento do proprietario Pedro Martins Negrão, seu pae. Lisboa, 28 de junho de 1647. 1a, 2a e 3a vias. (Annexas ao n. 594).

595-597

CONSULTA do Conselho Ultramarino ácerca de uma representação dos officiaes da Camara do Rio de Janeiro, em que pediam para não serem enviados para a Bahia, quando por qualquer motivo houvesse procedimento judicial contra elles.

Lisboa, 13 de julho de 1647.

598

CONSULTA do Conselho Ultramarino sobre o requerimento de Antonio de Sá da Rocha, Capitão de Cavallos do Rio de Janeiro, no qual pede que se lhe fixe o soldo que deveria vencer.

Lisboa, 13 de julho de 1647.

599

CONSULTA do Conselho Ultramarino sobre a petição do Sargento-mór da praça do
Rio de Janeiro Lopo Alvares da Fonseca, em que solicitava a mercê de lhe ser
dada uma companhia de Infantaria.
Lisboa, 18 de julho de 1647.

600

CONSULTA do Conselho Ultramarino sobre uma petição dos marinheiros e grumetes das frotas do Brasil, no anno de 1644, em que requeriam o pagamento de suas soldadas.

Lisboa, 20 de julho de 1647.

601

CONSULTA do Conselho Ultramarino, ácerca da participação que fizera o Governador do Rio de Janeiro, de terem os Padres da Companhia de Jesus abandonado as aldeias dos Indios, cuja administração lhes estava confiada.

Lisboa, 24 de julho de 1647.

"Duarte Corrêa Vasqueanes, Governador do Rio de Janeiro, escreue a V. M. em carta de 14 de feuereiro deste anno de 647, que os Religiosos da Companhia debaixo de cuja administração, hão estadd as Aldeas dos Indios daquella Capitania, desde sua primeira fundação, estimulados da expulsão, que por respeito dellas, se lhe fez na Capitania de São Vicente e São Paulo, requererão a elle Governador tomasse entrega dellas, de cujo cargo se eximião, sendo tanto em continente a execução de se retirarem dellas e de lho requererem, que tudo foi a hum tempo; respondeu-lhes, com lhe protestar em nome de V. M. pelos damnos e prejuizos que se podião seguir ao seruiço de V. M., de elles as largarem; nada bastou para se restituirem, como tudo constaua dos papeis que enuiaua com a ditta carta a V. M., que deuia ser seruido mandar ordenar o que mais cumpra a seu seruiço; attendendo, que só os dittos Relligiosos podem administrar como conuem, as dittas aldeas, e que o contrario será em grande prejuizo do seruiço de V. M., porque os Indios mais seguem sua doctrina e mandatos, que nenhuma outra pessoa, e será de notauel damno occazionalos a que se diuirtão. E porque a Aldea de S. Francisco Xavier de Ytinga está no termo da Capitania da Condeça do Vimieiro, e elle Governador teue noticia que os moradores da Ilha Grande, por ser do seu districto, intentauão vir leuar os Indios della, the pareceo seruiço de V. M. mandar (como fez) tomar posse della em nome de V. M. como vassallos seus, e para assegurar os Indios, lhe nomeou o Capitão a hum Domingos Casado, pessoa que acertará muito bem, emquanto V. M. não he seruido de mandar ordenar o que mais acertado pareça...

Parece a Saluador Corrêa de Sá dizer a V. M. que de tudo quanto os Padres da Companhia dizem em sua petição, sabe o que he necessario para poder votar, por ser testemunha de muitas dellas, e saber os citios e cauzas que appontão, e o mal que se sustentarão os Indios, faltando-lhes os Padres; e assy lhe parece que V. M. deue mandar, que os dittos A. B. 39

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