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R. DO NORTE, 145, 3. (Junto da T. da Queimada) LISBOA

Entre a serie dos poemas heroi-comicos que conta a Litteratura Portuguêsa tem passado quasi despercebido, senão inteiramente ignorado, o que hoje, solvendo um compromisso que de ha muito tomaramos, lançamos a publico, este breve e faceto Foguetario, escripto sem pretensões nem resaibos de erudições classicas, ligeiro, incisivo e perfurante como agudo epigramma, versando um episodio comico e interessante da vida faustosa e lantejoulada da epoca em que foi escripto, e fixando ao mesmo tempo em suas páginas amenas o curiosissimo reflexo dum facto, que constitue uma gloria para o português, a quem se deve a invenção dos aerostatos (1). Algumas palavras são aqui,

(1) O benemerito escriptor sr. Rodrigo Velloso, que por tantos annos e com tanta solicitude registou o movimento bibliographico português no jornal Aurora do Cavado, emprehendeu a publicação integral dos nossos poemas heroi-comicos, saindo em 1868 o 1.o da serie - O Reino da Estupidez de Francisco de Mello Franco. Em 1884 fez imprimir o Foguetario, que ficou todavia, contra a vontade do indefesso trabalhador, decerto, incompleto e, por isso, por publicar.

em guisa de introducção, indispensaveis, já que é de justiça saber-se quem seja o auctor do livrinho e o que o levou, num momento de feliz e rapida inspiração, a escrevê-lo.

I

Pedro de AzevEDO TOJAL, o auctor do poema, nasceu em Lisboa, fazendo a sua educação em Coimbra, onde recebeu o grau de bacharel na faculdade de Canones. Por morte de sua segunda mulher entrou no estado ecclesiastico recebendo as ordens menores. Morreu a 27 de setembro de 1742 na sua quinta das Romeiras, freguezia de Santo Antonio do Tojal, a tres leguas de Lisboa.

A enumeração das suas obras vem em Diogo Barbosa Machado (1) e mais completa em Innocencio Francisco da Silva (2). Na obra daquelle não apparece sequer menção do Foguetario, suppõe Innocencio e com justo fundamento, que propositadamente a omittiria o douto abbade de Sever para não desgostar as pessoas, que a musa zombeteira do poeta se divertia em zurzir com seus rasgos satyricos ».

(1) Bibliotheca Lusitana, historica, critica, etc.,

Pg. 560.

(2) Diccionario Bibliographico, vol. vi, pg. 395.

vol III,

As obras de Tojal são raras no mercado, mas, póde dizer-se com inteira justiça, e sem menoscabo dos seus verdadeiros meritos, não é muito para sentir essa raridade.

Áparte um poema heroico offerecido a D. João V e que elle intitulou Carlos Reduzido, Inglaterra illustrada (1), è a traducção da Jerusalem Libertada de Tasso (2), unicos livros citados no Catalogo da Academia, a simples indicação do titulo das suas obras mostra a superficialidade da inspiração poetica. Esses titulos rescendem á velha escola gongorica e á influencia palaciana, que ambas dominam por completo o poeta. Escreveu:

- Triumphos da morte, despojos da majestade em acção de sentimento da lamentavel morte da ser ma rainha de Portugal, a sr.a D. Maria Sophia Isabel de Neoburg (1699, 4.o) e que é simplesmente a glosa ao soneto de Camões, que principia :

Quem levas, cruel morte? Um claro dia.
A que horas o tomaste? Amanhecendo.
E entendes o que levas? Não o entendo.
Pois quem t'o faz levar? Quem o entendia (3).

Epitaphio saudoso, despertador funeral, escripto na cinza da sepultura da ser.ma rainha a sr.a D. Maria Sophia Isabel de Neoburgo (1700, 4.o). Glosa ao

mesmo soneto.

(1) Lisboa, 1716, 1 vol.
(2) Lisboa, 1733, 1 vol.

(3) Obras de Luís de Camões, ed. Jorumenha, vol. II, Pg. 42.

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