Cantos e contos

Voorkant
Estab. graphico Companhia Dias Cardoso, 1919 - 173 pagina's

Vanuit het boek

Geselecteerde pagina's

Inhoudsopgave

Populaire passages

Pagina 115 - Quem passou pela vida em branca nuvem, E em plácido repouso adormeceu ; Quem não sentiu o frio da desgraça, Quem passou pela vida e não sofreu ; Foi espectro de homem, não foi homem, Só passou pela vida, não viveu.
Pagina 159 - O coração é concha bipartida : ( Nós guardamos no peito uma metade, E a outra, quem o sabe? — anda perdida Entre as vagas do mar da humanidade. Do escaphandro das illusões vestida, Rindo, mergulha a affoita mocidade, Buscando um ser que lhe complete a vida, Que lhe povóe do peito a soledade. Encontra algum essa affeição sonhada E á tona sobe erguendo a nacarada Valva que guarda a perola do amor... Outro, porém, debalde as aguas sonda, Desce, a rolar, afflicto, de onda em onda... E não...
Pagina 147 - Ali moram, sem se ver, Num a Dor, noutro o Prazer. Quando o Prazer, no seu quarto, Acorda cheio de ardor. No seu adormece a Dor.
Pagina 151 - ... cativo e satisfeito; Quando eu cair, enfim, morto e desfeito, Quando a hora soar lugubremente Do repouso final, — tranquilo e crente Irá sonhar no derradeiro leito. E quando um dia fores comovida — Branca visão que entre os sepulcros erra, Visitar minha fúnebre guarida, O coração, que toda em si te encerra. Sentindo-te chegar, mulher querida, Palpitará de amor dentro da terra.
Pagina 66 - Petrarca, por mais que qualquer delas fosse linda, já não sabia o mundo se existiram nem Laura, nem Clorinda. É melhor, minha bela, ser lembrada por quantos hão de vir sábios humanos, que ter urcos, ter coches e tesouros, que morrem com os anos.
Pagina 80 - Sino — coração da aldeia, coração — sino da gente. Um a sentir, quando bate, outro a bater, quando sente!
Pagina 66 - Tu não habitarás Palácios grandes. Nem andarás nos coches voadores; Porém terás um -Vate que te preze, Que cante os teus louvores.
Pagina 148 - O coração é o colibri dourado Das veigas puras do jardim do céu. Um — tem o mel da granadilha agreste, Bebe os perfumes, que a bonina deu. O outro — voa em mais virentes balsas, Pousa de um riso na rubente flor. Vive do mel — a que se chama — crenças, Vive do aroma — que se diz — amor . MURMURIOS DA TARDE Écoute!
Pagina 159 - Pesca da Pérola O coração é concha bipartida: Nós guardamos no peito uma metade, E a outra, quem, o sabe? - anda perdida Entre as vagas do mar da humanidade. Do escafandro das ilusões vestida, Rindo, mergulha a afoita mocidade, Buscando um ser que lhe complete a vida, Que lhe povoe do peito a soledade. Encontra algum essa afeição sonhada E à tona sobre erguendo a nacarada Valva que guarda a pérola do amor...
Pagina 151 - CoRAÇÃo que bate neste peito E que bate por ti unicamente. O coração, outr'ora independente, Hoje humilde, captivo e satisfeito ; Quando eu cahir, emfim, morto e desfeito. Quando a hora soar lugubremente Do repouso final, — tranquillo e crente Irá sonhar no derradeiro leito. E quando um dia fores commovida — Branca visão que entre os sepulchros...

Bibliografische gegevens