5848. rabi öwa iuxabôrã ãibaibô iônômiç'ki öwa iuxabôrã. 5849. œ baköbõ, matõ bönöbō bai waya, matõ bönöbō iônôaya, matõ bönöbõ iuinaka dötöaya, matõ bönöbõ baka waya, matõ bönöbõ matô dayaxũnaya, matōnā kõtê wakawỡ, xumô wakawỡ, kõtia wakawỡ, kõpô wakawỡ ra ki pitira. 5850. rabi mã kỡtêuma, xumôuma, kõtiauma, kõpôuma, matõ bönæ matô iôr.ôxũnã, mã rawa ki pitimaki. 5851. dici wakawa, tari wakawa, bati wakawa. 5852. matõ bönce dayaya, dayariakawỡ. 5853. matō börce matô dayaxunarā, matôrā matō bönö pitê waxū hau. 5854. malo böra dayai, bunimiç'ki, matō bönö pitê waxūkawa rabô pinōnā. 5855. ratô raç'ka wamiç’ki öwa iuxabôrã. 5856. ratô raç'ka wa, maböx' waki, atça vuaki, mani vuakī, nixi bară vuaki, xôki tubāki, tama tubāki. 5857. pitê txaka watã, mani rôxi vuatã, ratê watã, ratõ bönö manamiç'bôki, dayatani hôxō, pi bönôbônã. 5848. porem a mãi velha ás mulheres manda a mãi velha. 5849. minhas filhas, vossos maridos roçados fazendo estão, vossos maridos legumes fazendo estão, VOSSOS maridos caças matando estão, vossos maridos pescando estão, vossos maridos vós trabalhando estão para, vós panelas fazei ! potes fazei! pratos rasos fazei! alguidares fazei elles com comerem para. 5850. si vós panelas sem, potes sem, pratos rasos sem, alguidares sem estiverdes, vossos maridos vós legumes fizeram para, vós que com comer podeis não. 5851. redes fazei! roupas fazei! saias fazei ! 5852. vossos maridos trabalhando estão, trabalhai tambem ! 5853. vossos maridos vós trabalharam para, vós vossos maridos comida fazei para ! 5854. vossos maridos trabalham, tem fome, vossos maridos comida fazei para aquelles comerem para. 5855. áquellas assim faz a mãi velha. 5856. áquellas assim fez, mingau fazem, macaxeira cosinham, banana cosinham, jerimun cosinham, milho secco torram, mudubim torram. 5857. comida muito fizeram, banana madura cosinharam, só isto fizeram, seus maridos esperam, trabalhar foram, vieram, comer virem para. 5858. raç’kamic bôki nabôrã 5859. öpa möç’töbô, öwa iuxabô ratõ ratô iônôwairā. 5860. raç’kamic’bôki ữ nabôrã: ratêxuki, yamaki. 5859. o pai velho, a mãi velha, aquelles áquelles mandam. 5860. assim fazem minhas gentes: até aqui, não tem mais. Este trecho devia entrar no capitulo 3.o; foi omittido porque a identidade de nome entre o chefe da aldeia e o chefe do ceu, ambos öpa moç'töbô; certas feições mais proprias deste que daquelle; o nome mani tçauni (331) dada á aldeia do Ibuaçú ao passo que a presente chama-se manö tçauni (5824) deixaram duvida si se tratava de um ou de outro. Por isso na tiragem queimada vinha em seguida ao 4851/4927 desta. Quando agora B declarou que se tratava da terra sua, como me pareceu, e não do ceu como affirmara, já estava impresso e a numeração não permittiu intercalal-o no logar proprio : Os nomes manö e mani tçauni merecem ligeiro reparo: um i eö permutam-se. Ouvindo-me repetir mani em vez de manö, B não corregiu nem protestou; limitou-se a traduzir o que tinha ouvido e assim a sua aldeia ficou sendo bananeira se assentou. 5861. rawa ix'ta ra wỡ hiwöabômækãi? hiwörã. 5862. rawa ix'ta bux'ka daböyamækãi? dicirã. 5863. rawa ix'ta bux'ka taximõkãi? tirā. 5864. rawa ix'ta amiç'bômækãi? ūpax'rã. 5865. rawa ix'ta ha wỡ hi döramiç'bômækãi? dôörã. 5868. rawa ix'ta ra wỡ iôinaka xatömiç'bômækãi? nôpörã. 5881. rawa ix'ta ôxönimõkãi? iôbö nawa bux’karā. 5883. 5884. rawa ix'ta nawābainimækãi? iôbö nawa himirã 5885. rawa ix'ta pia binimõkāi? irā. 5886. rawa ix'ta binô binimäkãi? kunirā. 5887. rawa ix'ta könö binimækãi? dônôwānā. 5888. rawa ix'ta maböx' paöpayamakãi? dônôwānā. 5889. rawa mawa iauxi dötönibômækãi? iauxikunawa. 5890. rawa ix'ta kini mörã hiwöamõkãi? iáix'dã. 5891. rawa ix'ta ratô iôcinimækãi? xinôrã: mawa unāmỡ. 5892. raua ix ta ratõ mik ôx’ninimœ hãi? dôrã. 5893. rawa ix'ta möka txaipabômækãi? içôră. 5894. rawa ix'ta tötōmækāi? dôrā. 5895. rawa ix'ta maxõyamækãi? txaxôrā. 5896. rawa ix'ta bai ratô iôcīnimãkãi? txaxôra: mawa unămỡ. 5897. rawa ix'ta karabököki ratô dötönimõkãi? mairã. 5898. rawa ix'ta namanua karabököki nairimækãi? mairā. 5899. rawa ix'ta manāudia karabököki mainimäkäi? nairā. 5900. rawa ix'ta hönö atinimækãi? hunikuinā. 5901. rawa ix'ta hönö atini, baci böç’ti pimiç’mõkãi? hönö awarã. 5902. rawa ix'ta unănōmaç' bimi pimiç'mõkãi? iôinakarā. 5903. rawa ix'ta ratô hiwö iôcinimõkãi? binară. 5904. rawa ix'ta ra wỡ möxô xatömiç'mõkãi? pönarā. 5905. rawa ix'ta pöna möxô wamiç'mõkãi? iamörā. 5906. rawa ix'ta iamö mörã dökôabô iamö xatömiç’ki? bīnă. 5907. rawa ix'ta bari kaya xabamiç'mækãi? ôxöră: mawa unãmỡ. 5908. rawa ix'ta möxô mörã nimiç'mækāi? iôxīnā. 5909. rawa ix'ta möxô mörã nimiç'mõkãi? iaix'dā. 5910. rawa ix'ta möxô mörā nimiç’mõkãi? inôrā. 5911. rawa ix'ta möxô mörã nimiç'dã? txaxôrã. 5912. rawa ix'ta möxô mörã hiwö mörã nimiç'mækãi? xôyarā. 5913. rawa ix'ta bariköya nimiç’mõkāi? hunikuinā: mawa unãmỡ. 5914. rawa ix'ta bari köya ratô kuamiç'makãi? bariră. 5915. rawa ix'ta arô atimiç'mõkāi? kamānā. 5916. rawa ix'ta pönaya köômiç'mækãi? takararā. 5917. rawa ix'ta möxô mörã ni möranô çaiimiç'mõkãi? baparā. 5918. rawa ix'ta hi xāki mörā bakö wamiç'mõkāi? xāwānā. 5919. rawa ix'ta hi xāki mörā bakö wamiç'mækãi? bawară. 5920. rawa ix'ta bakö pöôa ni wỡ nimiç’mækãi? xinôrā. 5921. rawa ix'ta iôinaka atixũ bama pimiç'mõkãi? inôrã: mawa unămă. 5922. rawa ix'ta iuinaka atixõ, bama pimiç'mækãi? tötörā. 5923. rawa ix'ta ra ki cinabôma ratô köyômiç’mõkãi? dônôrā: mawa unamă. 5924. 5925. 5926. rawa ix'ta ra ki cinabôma ratô pimiç'mõkãi? binarā. rawa ix'ta dötöabô hönö matamiç'makãi? kôxôikarā. Não vale a pena dar a traducção deste trecho, em que quasi todas as linhas estão repetidas: explicadas duas cu tres as outras não offerecem difficuldades. rawa ix'ta significa que : é que ra wa com que; no fim de 5891, 5896, 5907, 5913, 5921 5923, lê-se mawa unama: muito sabido, muito adevinhador oh! (és, ou sou). Seguem na ordem as respostas das advinhações: mora-se em casa; rede tem duas cabeças; fogo tem cabeça vermelha; bebe-se agua; corta-se pau com machado; broca-se com terçado; anda-se pelos caminhos; corta-se caça com faca; vê-se com os olhos; ouvese com os ouvidos; come-se com a bocca; cheira-se com o nariz ; caga-se com o cu; urina-se com o penis; comem os legumes; espanca-se com cacete; fura-se com lança; cobre-se casa com yarina; a chuva foi tirada pelo xéxéu; lua é a cabeça, estrella os olhos, arcoiris o sangue de iôbönawa; a rede de dormir, e não a de pescar como se lê, p. 309, foi tirada pelo camarão, a frecha pela arraia, a pintura pela cobra; o mingau venenoso é da cobra; o sovina morto pelos bichos é auxikunawa; o tatú mora dentro do buraco; o macacoprego foi mestre das gentes; a guariba rasgou-lhes as mãos para formar dedos; o coatá tem as mãos grandes; a guariba tem papo. o veado chifres; a terra revirou-se, matou as gentes e virou ceu; o ceu cahiu e virou terra; o rio encheu e cobriu tudo; o boi depois de pegado pelo rio só come capim; as caças selvagens comem tudo; o maribondo ensinou a fazer casa; o dia corta o escuro; a noite escurece o dia; acendendo luz, corta-se o escuro; depois de ido o sol a lua brilha; de noite andam as almas, paca, tatú e veado; o rato anda de noite dentro de casa; o homem anda com o sol alto; quando alto, o sol queima a gente; cachorro pega paca; o gallo conta ao amanhecer; a coruja grita de noite a arara encarnada e o papagaio fazem filhos em paus ocos; o macaco-prego anda com os filhos ás costas; a onça, o gavião pega-macaco comem as caças cruas, a cobra, a vespa, mordem, a arraia fura sem que as irritem; quando matam boto, ha enchente de rio. B não se lembrou da historia da arraia, do camarão, do maribondo. Na versão de T a casa foi ensinada pela maria de barro. A historia da pintura é a seguinte, que por falta de espaço vae desacompanhada de texto: Um caxinauá foi caçar, na mata avistou a sucury, gritou por suas gentes. Suas gentes vieram, perguntaram que é? Avistei a sucury deitada, vamos matal-a. Foram levou-as, mostrou-lhes. A pintura da sucury era bonita, cubiçosos da pintura mataram-na, esfolaram-na, arrancaram-lhe o coração, penduraram a pelle, da pelle fizeram chapeus. Abandonaram o corpo. O caxinauá que matou e esfolou a sucury. jejuou, armou a rede alto, deitou-se, sonhou. A sacury veio e perguntou: Que te fiz? porque me mataste? Fiquei com inveja de tua pintura, matei-te. Não te matei; porque me mataste? Dou-te meu nome: sou iôbö; agora teu nome é iôbö. Quando acordou disse a suas gentes : chamo-me iôbö: iôbö, que eu matei, me deu seu nome. Depois jejuou, não comeu caça, ficou deitado. A sucury apodreceu, o urubú estava comendo, o caxinauá fez tapiry para matal-o. Disse-lhe o urubú : Porque me queres atirar ? Não te atirei. Levo-te para o ceu o ceu é muito bonito. O urubú tomou-o ás costas, o caxinauá segurou-lhe as asas, subiram, entraram no ceu. O urubú levou carne podre, moqueou, o caxinauá comeu, achou boa; o urubú fez sopa de carne podre, o caxinauá bebeu, achou boa. Os xéxéus estavam brincando: quando brincam, a chuva ajunta-se, escurece. O urubú disse: vou brincar com os xéxéus, acompanhado pelo caxinauá foi entrando por sua casa, disse-lhes: dai-me vossa capa de pennas para eu brincar. Os xéxéus se espalharam, o escuro foi clareando, o sol abriu-se. O urubú riu-se e perguntou: Estaes com medo de mim? Não supportamos tua catinga; não entres mais em nossa casa; vae brincar sosinho na tua; fedes muito. O urubú tomou a capa de pennas, entrou em casa, brincou : quando os xéxéus brincam, escurece; quando o urubú entra na casa dos xéxéus, quando brinca, o sol se abre. Depois o urubú desceu com o caxinauá, deixou-o em casa. A's perguntas de sua gente o caxinauá respondeu Fui ao ceu ver urubú brincar com os xéxéus. O ceu é muito bonito. O urubú me levou. O urubú levou carne podre, moqueou-a, comi, é boa; deu-me tabem sopa, bebi, é boa. Da historia do xéxéu nem B. nem T. se lembraram : a ultima hora B. contou que o xéxéu roubou o sol ao gavião pequeno, depois de matal-o em duello. |