Hugo Leal, depois de publicar as Rosas de maio, não abandonou a poesia; pelo contrario, o seu lyrismo, fecundado pelos conhecimentos scientificos e pela concepção philosophica do mundo, que adquiriu no estudo, e ao mesmo tempo revigorado, na parte amorosa, pelas suggestões de uma realidade gosada ou soffrida, tornou-se mais bello, mais apaixonado, mais perfeito.

Infelizmente, essas poesias não chegaram a ser reunidas em volume, ficando muitas dispersas pelas folhas litterarias e politicas do Brazil e talvez muitas mais completamente ineditas.

Quem as colligisse prestaria um relevante. serviço ás lettras brazileiras, salvando do olvido um poeta de talento.

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FIM

1 Já em 1886 dirigimos a Gaspar da Silva uma carta em que lhe pediamos para agitar a ideia de se colligirem em volume as producções poeticas de Hugo Leal. São d'essa carta os seguintes paragraphos que o Diario Mercantil, de S. Paulo, transcreveu no n.o 23 de Dezembro de 1886 approvando calorosamente a ideia:

"Se não me engano, quando morreu Hugo Leal. alguns amigos resolveram publicar em volume os versos d'elle ineditos e os dispersos nas folhas diarias.

Creio, porém, que se esqueceram. Eu, como admirador e como amigo dedicado que fui d'aquelle moço que tanto honra a litteratura brazileira e que igualmente prestou relevantissimos serviços ao partido republicano portuguez em 1880 e 1881. peço ao meu bom amigo que inflúa no animo dos companheiros e patricios d'elle, da imprensa fluminense, para prestarem á sua memoria uma justa homenagem, colligindo em volume os seus escriptos.

Se, como poeta, não era um dos primeiros do Brazil, no emtanto occupava logar eminente entre os novos, tendo os seus versos verdadeiro sentimento e mui tos notavel belleza.

Não deixe, meu caro Gaspar da Silva, passar mais tempo sobre a memoria do poeta e veja se consegue fazer com que se salvem ainda os ineditos que elle possuia, alguns dos quaes- que elle me leu -- tinham subido valor.,