Sonetistas portugueses e luso-brazileiros: antologia contendo dados biograficos e bibliograficos ácêrca de cento e oitenta e nove poetas (1495 á novissima geração).Edição e Propriedade do Auctor, 1918 - 230 pagina's |
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Sonetistas portugueses e luso-brazileiros: antologia contendo dados ... Nuno Catharino Cardoso Volledige weergave - 1918 |
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Populaire passages
Pagina 95 - Como os anjos do céo (se o não sonharam...) Quiz mostrar-me que, o bem, bem pouco dura. Não sei se me voou, se m'a levaram, Nem saiba eu nunca a minha desventura Contar aos que inda em vida não choraram.
Pagina 10 - Alma minha gentil, que te partiste Tão cedo desta vida, descontente, Repousa lá no Céu eternamente E viva eu cá na terra sempre triste. Se lá no assento etéreo, onde subiste, Memória desta vida se consente, Não te esqueças daquele amor ardente Que já nos olhos meus tão puro viste.
Pagina 68 - Astro gentil, estrela peregrina; Formosa, qual se a natureza ea arte, Dando as mãos em seus dons, em seus lavores. Jamais soube imitar no todo ou parte ' ; Mulher celeste, oh ! anjo de primores...
Pagina 91 - As mãos, que um filho amado amortalharam, Erguidas buscam Deus. A Fé implora... E o céu que respondeu? As mãos baixaram, Para abraçar a filha morta agora. Depois um pai em trevas vai sonhando, E apalpa as sombras deles onde os viu Nascer, florir, morrer!
Pagina 50 - À cova escura Meu estro vai parar desfeito em vento... Eu aos céus ultrajei! O meu tormento Leve me torne sempre a terra dura. Conheço agora já quão vã figura Em prosa e verso fez meu louco intento. Musa! tivera algum merecimento Se um raio da Razão seguisse pura! Eu me arrependo; a língua quase fria Brade em alto pregão à mocidade, Que atrás do som fantástico corria: Outro Aretino fui...
Pagina 120 - À vala obscura, à podridão. Para que durma e se desfaça No lodo amargo da Desgraça, Por quem bateu continuamente, Como um tambor que entre a metralha Estoira ao fim duma batalha, Rouco, furioso, ansioso, ardente ! A SESTA DO SK.
Pagina 12 - Deos. sacra Phenix, Virgem pura. Vede que tal seria esta feitura Que para si o seu Feitor guardou! No seu alto conceito te formou Primeiro que a primeira criatura, Para que unica fosse a compostura Que de tão longo tempo se estudou. Não sei .se digo em tudo quanto baste Para exprimir as raras qualidades Que quiz criar em ti quem tu criaste.
Pagina 104 - Num sonho todo feito de incerteza, De nocturna e indizível ansiedade, É que eu vi teu olhar de piedade E (mais que piedade) de tristeza... Não era o vulgar brilho da beleza, Nem o ardor banal da mocidade... Era outra luz, era outra suavidade, Que até nem sei se as há na natureza. Um místico sofrer... uma ventura Feita só do perdão, só da ternura E da paz da nossa hora derradeira... Ó visão, visão triste e piedosa! Fita-me assim calada, assim chorosa...
Pagina 104 - É que eu vi teu olhar de piedade E (mais que piedade) de tristeza . . . Não era o vulgar brilho da beleza, Nem o ardor banal da mocidade. . . Era outra luz, era outra suavidade, Que até nem sei se as há na natureza. Um místico sofrer. . . uma ventura Feita só do perdão, só da ternura E da paz da nossa hora derradeira . . . Ó visão, visão triste e piedosa ! Fita-me assim calada, assim chorosa.
Pagina 69 - Tristezas de minha alma tão sentidas,' Que sois doces memórias do passado, Do tempo já vivido, e tão lembrado, Inda me dais as horas já perdidas ! Horas de tanto bem, tão bem vividas, Quando vivi feliz e descuidado, Sejam ao coração desenganado Sonhos que enganem dores tão gemidas. Tem hoje o meu viver tal agonia, Que é doçura a tristeza da saudade, E a saudade do tempo é poesia.