Parnaso Lusitano: ou, Poesias selectas dos auctores portuguezes antigos e modernos, illustradas com notas. Precedido de uma historia abreviada da lingua e poesia portugueza, Volume 3 |
Wat mensen zeggen - Een review schrijven
We hebben geen reviews gevonden op de gebruikelijke plaatsen.
Overige edities - Alles bekijken
Populaire passages
Pagina 175 - Estais, que, cá tão longe, de alegria Me sustentais com doce fingimento! Logo que vos figura o pensamento, Foge todo o trabalho e toda a pena. Só com vossas lembranças, Me acho seguro e forte Contra o rosto feroz da fera Morte, E logo se me juntam esperanças Com que, a fronte tornada mais serena, Torno os tormentos graves Em saudades brandas e suaves.
Pagina 129 - Alto e maio senhoria. A mãe, já dragão formal. Espelho de desenganos, E que, por seu grande mal, Ha já mais de vinte annos. Que guarda a fé conjugal; Posta de roda no centro, Cruza a perna, mestra abelha ; E de longe a ver-lhe eu entro Sapatos de seda velha, Bicos de pés para dentro: A tia, seria mulher.
Pagina 151 - É o teu Desejo triste; Que má hora o tu viste Pois nunca te esquecerá! A terra e mar passará Traspassando a mágoa a ti.
Pagina 134 - Te poz a marca funesta Na madeixa branqueada; Teu estro, falto de meios, Já furta mais do que imita; Vás dando airosos passeios, E todo o povo te grita, «Larga os vestidos alheios...
Pagina 188 - Dos floridos raminhos penduradas. Já abre a bela aurora, Com nova luz, as portas do oriente; E mostra a linda Flora O prado mais contente Vestido de boninas Aljofrado de gotas cristalinas.
Pagina 205 - Os olhos belos, Sem flor, nem fita Nos seus cabelos. Ah! que assim mesmo Sem compostura, É mais formosa Que a estrela d'alva, Que a fresca rosa! Mal eu a via, Um ar mais leve — que doce efeito! — Já respirava Meu terno peito. Do cerco apenas Soltava o gado, Eu lhe amimava Aquela ovelha Que mais amava.
Pagina 120 - Que meai fraco engenho alçaes; E das letras o caminho Dentro d'ellas me mostraes: Homem são e sem reserva, Que pondes sangue de parte, Que vãos respeitos conserva; Nutrido aos braços de Marte Com o leite de Minerva: Vosso servo hoje se atreve A mandar em ma poesia Bons desejos que ter deve; Que tenhaes paz e alegria, Mais que o triste, que isto escreve: Que n'essas vastas campinas, Que assombram ermos outeiros, Vivaes horas mais benignas, Livre de duros banqueiros, Livre de ingratas Nerinas:...
Pagina 390 - Serás pharol de naufrago penedo. «O mesmo fado desastroso empunha «Arado raio, em damno dos que venhão «Por estas broncas fragas, «E absortos na harmonia «Dos sonorosos teus ousados versos, «Te imitarão na lyra e na desgraça. «Coridon, Coridon, que improba estrella «Te dá nome immortal, fonte de invejas? «Pelos salões das honras «Te arremessa ás masmorras, «Onde os annos consumes, que deverão «Ser de ampla gloria e louros assombrados.
Pagina 198 - À vargem, e prado De relva melhor. Marília, escuta Um triste Pastor. Se vinha da herdade, Trazia dos ninhos As aves nascidas, Abrindo os biquinhos De fome ou temor. Marília, escuta Um triste Pastor. Se alguém te louvava, De gosto me enchia; Mas sempre o ciúme No rosto acendia Um vivo calor. Marília, escuta Um triste Pastor. Se estavas alegre, Dirceu se alegrava; Se estavas sentida, Dirceu suspirava À força...
Pagina 110 - Que gravesinho namora Com brando e risonho aspeito, Ponta de lenço de fora. Molho de flores no peito, Prenda de certa senhora...