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LIVRO IV

Theatro no Seculo XVII

PAG.

CAPITULO I
CAPITULO II

CAPITULO III

CAPITULO IV

culo XVII.......

CAPITULO V

--Drama hieratico da Procissão

CAPITULO VI
CAPITULO VII
CAPITULO VIII

CAPITULO IX

-O Pateo das Arcas (1613-1755) 136
-As Tragicomedias nos Collegios

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O Index Expurgatorio de 1624. 185
-Eschola de Gil Vicente no se-

211

de Corpus Christi (1621)... 242
-D. Francisco Manoel de Mello. 253
-O Padre João Ayres de Moraes 274
-Comedias hespanholas de Capa
e Espada...

-Introducção da Opera em Por-

tugal (1570-1686) . . .

287

330

-Repertorio geraldo Theatro por-

tuguez no seculo XVII..... 359

Este volume encerra a historia das causas da decadencia do elemento nacional do theatro portuguez; são ellas:

1.a

1.a A Comedia classica da Renascença, imitada pelos adeptos da eschola italiana, que substituiram o verso popular da redondilha pela linguagem em prosa.

A influencia do Santo Officio e dos Jesuitas, que invadiram o theatro;

2. Banindo os Autos populares com os Indices Expurgatorios;

3. E com as Tragicomedias escholares, exclusivamente em latim, combatendo a Comedia classica;

4. A admissão das comedias hespanholas de Capa e Espada da eschola de Lope de Vega e Calderon;

5. A degeneração da linguagem franca e ingenua dos Autos, pela expressão conceituosa e arrebicada dos Seiscentistas;

VIII

6. A introducção da Opera em Portugal, cujo desenvolvimento se retardou até ao seculo XVII, pelo predominio das Tragicomedias dos Jesuitas, prevalecendo mais tarde na côrte com exclusão absoluta da comedia nacional.

Da pequena manifestação dos Autos no seculo XVII, abafados por todas estas causas de degeneração ou de extincção, se vê, que o theatro popular, quando a nacionalidade estava a desapparecer sob a usurpação castelhana, contribuiu para a revolução da nossa independencia, fazendo com que se não esquecesse totalmente a lingua portugueza.

Pobre e constantemente combatido, em tudo se conhece que o theatro portuguez foi sempre a fórma vital da nossa litteratura.

HISTORIA

DO THEATRO

PORTUGUEZ

LIVRO III

O THEATRO CLASSICO

A renascença do theatro grego e romano encetada no seculo XV, foi um phenomeno moral analogo ao da creação da comedia nacional pelo genio livre da burguezia. O theatro classico tem sido julgado como uma renovação erudita; foi mais do que isso, foi uma reacção do espirito aristocratico coadjuvado pelos latinistas ecclesiasticos, que condemnavam a gargalhada franca do povo emancipado pela industria. Renasceu na Italia a comedia antiga, por circumstancias fataes e privativas do genio italiano; o genio etrusco, ou o dogmatismo auctoritario da religião, e o genio lombardo ou a independencia pessoal, repugnavam-se, e em

baraçaram sempre a formação da nacionalidade da Italia. Como auctoritario, o italiano não reconhecia a soberania sem tradição, a não ser como um legado transmittido por algum poder anterior; d'aqui procurou fazer renascer o antigo direito italico, em vez de crear uma legislação tirada das necessidades da sociedade moderna.

Por este motivo se deu na Italia a renascença do direito romano. Querendo uma soberania transmittida, acceitou sem opprobrio a tyrannia dos imperadores da Allemanha, e quando um impulso natural a fez repellir, entregou-se nos braços da theocracia papal. N'este estado o genio estrusco desenvolveu a superstição do passado, e aspirando á universalidade religiosa, imprimiu ao caracter italiano uma indole vagabunda e cosmopolita. O genio lombardo, pela sua parte, levava o instincto da independencia pessoal a sacrificar as instituições aos individuos; d'aqui a infinidade de republicas, e de traições, em que essas novas sociedades eram sacrificadas á invasão estrangeira. Tal é a fórmula da historia politica, artistica e litteraria da Italia.

No seculo xv, o italiano conheceu que não podia ter patria, e fez-se cidadão do universo, e á maneira de Campanella, que formou a Cidade do Sol, formou tambem uma cidade da Arte. Foi esta tendencia que deu origem á Renascença classica na Italia; as paixões politicas substituiram-se pelas paixões eruditas, a vida real foi substituida pela imitação do viver da Gre

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