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reunião das tropas inimigas, d'onde pertendião sahir a hostilizar-nos, foi o alvo, a que dirigio o primeiro golpe. Para mandar a empreza foi designado o tenente coronel Jeronymo Xavier d'Azambuja, e depois o coronel da legião de cavallaria ligeira Manoel Marquez de Souza. Em quanto se aprestava acampado na margem do laguárão, recebeo novas de que huma partida Castelhana parava ha dias tres quartos de legoa distante do Passo do Perdiz; para observa-la destacou na madrugada de 17 de Outubro, huma divisão de duzentas praças, composta de dois esquadrões de milicianos, e de quarenta soldados de dragões e de cavallaria ligeira: chegando ao sitio indicado, só achárão vestigios ; subindo porèm huma eminencia, legoa e meia do Passo, os divisárão em marcha fez alto a partida inimiga, que constava de cento e sessenta homens escolhidos entre dragões, Belendengues, e milicianos, e em terreno vantajoso, entre duas vertentes, offerecerão batalha com d'elles, apeando-se, formárão huma fila singela, flanqueada de dois esquadrões; e assim dispostos, desafiavão animosamente os nossos com grande Vozeria. Os Portuguezes tomárão a assisada

deliberação de atacarem á espada debaixo do fogo; renhio-se sanguinolenta peleja, os dragões castelhanos combatião denodados ; foi por fim o inimigo completamente desbaratado, deixando no campo cincoenta e dois mortos, trinta e hum feridos, e prisioneiros dois capitães, hum Alferes, hum cadete, e quarenta e sete soldados dos atacantes ficou morto hum cabo de esquadra, e alguns feridos'.

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Deve-se esta assignalada façanha ao decidido valor do commandante o capitão de milicias Antonio Rodrigues Barboza, e á corajosa cooperação do Alferes de cavallaria ligeira Hippolyto do Couto Brandão; foi ella ainda mais importante pelas consequencias, infundindo desde então tal desmaio nos adversarios, que em grande parte se lhe podem attribuir nossos ulteriores successos.

A columna do coronel Manoel Marquez, forte de oito centas praças, com hum parque d'artilheria, abalou, e a 30 de Outubro investio o Serro Largo. Defendião-no quinhentos homens

Na secretaria do Governo d'esta capitania, Masso no 254,veja-se a participação official, que deo o coronel Manoel Marquez de Souza, datada de 17 de Outubro de 1801.

armados de espingardas e espadas, e noventa lanceiros, cobertos com cinco baluartes, e assestadas quatro peças de inferior calibre. Durava havia meia hora o fogo, a fortaleza arriou bandeira, e sahio hum parlamentario a offerecer capitulação, que lhe foi concedida com os artigos seguintes :

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I

<< Art. 1o Se entregará la guardia del Serro Largo, perteneciente en la actualidad á Su

Magestad Católica, al comandante de las << tropas Lusitanas, siendo desalojada en el tér<<mino de veinte y cuatro horas, que se deberán «< contar desde el punto que se presenten las «< capitulaciones. >>>

Sahirão as tropas de Sua Magestad Catholica, ao romper do dia 31 de Outubro, obrigando-se tanto os officiaes, como os soldados pagos, a não pegar em armas na presente guerra contra Portugal.

« Art. 2o Saldrán las tropas Españolas con << todas sus armas, tambor batiente, bande«ras desplegadas, y los demas honores, que

Na mesma Secretaria do Governo, e no citado Masso, n° 234.- Veja-se o officio do coronel Manoel Marques de Souza, datado de 30 Outubro de 1801.

«< corresponden, otorgando para la marcha de

((

<«< cada individuo dos caballos para retirarse. >>

Pelo que pertence aos cavallos, sahirão unicamente montados.

« Art. 3o Se le concederá los equipages de « los oficiales y tropa. »

Negado.

« Art. 4o Se concederán dos carretas para << llevar los pertrechos d'El Rey; y los heridos, << que se hallan en el hospital, serán curados «por cuenta del Erario Español. »

Os feridos sahirão tambem em duas carre

tas.

Echo en el Cerro Largo á 30 de Otubro de 1801.

(Assignado) MANOEL MARQUEZ DE SOUZA. (Assignado) D. JOSEPH BOLANOS.

Pelas seis horas da tarde d'esse mesmo dia fez o commandante portuguez, sua entrada no forte a guarnição hespanhola evacuou na conformidade da capitulação, tendo prestado juramento de não pegar em armas contra Portugal durante a guerra.

Igual estrella levavamos na fronteira do Rio

Pardo. Observárão tambem alli os Hespanhoes o plano de abandonarem as guardas avançadas de Batovi, Taquarembó, e outras, e concentrarem-se no Serro Largo: o forte de S. Tecla, que nossos exploradores encontrárão deserto, foi arrasado, e, com tres semanas de trabalho, ficou todo ruinas.

A' excepção de alguns recontros, e de huma refrega entre duas patrulhas, na qual a Portugueza, por mui inferior em numero, rendeo-se prisioneira, nada aconteceo depois digno de memorar-se, senão a marcha, que em principios de Novembro, fez o coronel D. José Ignacio de la Quintana á testa de hum respeitavel corpo de tropas, atravessando os campos regados pelo Ibicuy, com o fito, ao que denotava, de passar o Rio de S. Maria.

Logo que pelos espias, ou bombeiros, teve noticia o commandante do posto de Batovi, Sebastião José de Oliveira, fortificou os passos, e expedio aviso ao tenente coronel Patricio José Corrêa da Camara. Acudio este com o maior auxilio, que conseguio reunir, bem que desigual ao inimigo; e tanto que o avistou alem do rio, formou seus esquadrões com intervallos, e

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