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Illustrissimo e Excellentissimo Senhor,

Por dois officiaes mandados por D. Pedro de Cevallos á côrte de Madrid tivemos as primeiras noticias (que nas gazetas de Madrid se fizérão logo patentes a toda a Europa) de havermos abandonado a Ilha de S. Catherina sem fazer a menor resistencia : e de ter a esquadra portugueza desapparecido á vista da hespanhola, depois de andar dois dias acompanhando-a a huma grande distancia, até a deixar com todo o socego e segurança ancorada junto do porto d'aquella Ilha. Esperavamos com impaciencia as relações de V. E., e nellas certeza de termos ao menos salvado a honra da nação. Chegou emfim a curveta de Aviso, que V. E. dirigio a esta côrte, commandada pelo piloto José Francisco Perné, o qual entrou neste porto na tarde do dia 19 do corrente, e nas relações de V. E. acabamos de receber a confirmação da perda d'aquelle importante estabelecimento, a qual sendo para esta côrte das maiores consequencias, he infinitamente menor que o fatal e irreparavel golpe com que os figurados e infelizes defensores d'aquella colonia, esquecidos inteiramente de tudo quanto devem á patria, em que nascêrão, se deixárão preoccupar de hum terror panico, sepultando nas prayas de

S. Catherina toda a sua reputação e honra com eterna ignominia do nome portuguez. Render-se a dita Ilha depois de bem ou mal defendida, he acontecimento de que se tem visto muitos exemplos semelhantes ; mas entregarem-se todos os seus fortes, e fortaleza, e emfim a mesma Ilha, sem se disparar hum só tiro de artilharia nem de mosquetaria, he phenomeno que se não ouve sem horror, nem se crê, senão depois de acontecido. Sua Magestade approva a determinação de V. E. em mandar prender o Governador, e os outros officiaes de que se compunha o governo e guarnição da mesma Ilha, mandando devaçar d'elles, e ordena a V. E., que logo que a dita devaça estiver concluida, a remetta á real presença por esta secretaria d'estado, com todos os documentos e noticias, que puderem contribuir para mais claro, e individual conhecimento d'este desagradavel negocio. Quanto ao chefe da esquadra, e officiaes d'ella, se expedirão a V. E. as ordens necessarias com a possivel brevidade; e no caso em que o dito chefe continue a se comportar com a sua costumada altivez, e falta de resignação, e obediencia devida a V. E., V. E. o mandará prender á ordem de Sua Magestade, dando interina mente o commandamento da esquadra ao official que achar mais digno d'elle. Na real presença da mesma senhora se lêo o voto, que o capitão de mar e guerra, José de Mello deo no conselho de guerra, que se teve a bordo da náo S. Antonio em o dia 20 de Fevereiro; e sendo elle em tudo conforme ao distincto merecimento de hum official do seu nascimento, e da sua honra, não pode deixar de se fazer muito agradavel a

Sua Magestade, sendo certo que se elle se houvesse seguido, os successos de S. Catherina serião differentes, e a esquadra portugueza não se houvera retirado a esse porto coberta de oprobrio. Deos guarde a V. E.

Palacio de Nossa Senhora da Ajuda, em 22 de Junho de 1777.
MARTINHO De Mello e CASTRO.

P. S. He preciso que V. E. ordene ao chefe da esquadra que lhe restitua o livro de signaes da esquadra hespanhola; e o guarde com toda a cautella, afim de que se não possa vir no conhecimento da pessoa que aqui o mandou. Junto a esta carta achará V. E. a relação autentica, que acabo de receber, e por ella verá o estado em que chegou a esquadra hespanhola ao forte de S. Catherina, principalmente com a perda de gente e falta d'agoa, e o pouco que ali se podia deter se houvessemos feito a menor resistencia.

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Comunicacion del Ministerio de Relaciones Exteriores de la República de las Provincias Unidas del Rio de la Plata al del Imperio del Brasil.

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El que suscribe ministro secretario de estado en el departamento de relaciones exteriores de la República de las Provincias Unidas del Rio de la Plata, autorizado por su gobierno, tiene el honor de dirigirse al ilustrísimo y excelentísimo señor ministro de estado en el departamento de relaciones extrangeras del imperio del Brasil para hacerle saber : Que habiendo los habitantes de la provincia oriental recuperado por sus propios esfuerzos la libertad de su territorio ocupado por las armas de S. M. I., y despues de instalar un gobierno regular para el régimen de su provincia, han declarado solemnemente la nulidad de los actos por los cuales se pretendió agregar aquel pais al imperio del Brasil, y en su consecuencia han expresado, « que su « voto general, constante y decidido era por la unidad «< con las demas provincias Argentinas, á que siempre perteneció por los vínculos mas sagrados que el mun« do conoce. » El congreso general de las Provincias Unidas, á quien fué elevada esta declaracion, no podia negarse sin injusticia á usar de un derecho, que mas fué disputable, ni dejar sin deshonra y sin im

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prudencia, abandonada á su propio destino una poblacion armada, valiente, é irritada, y capaz de los últimos extremos en defensa de sus derechos. Por ello es que en sesion del 25 del pasado mes de Octubre ha sancionado: «Que de conformidad con el voto uni« forme de las provincias del estado, y del que deli«beradamente ha reproducido la provincia oriental, « por el órgano legítimo de sus representantes, en la ley de 25 de Agosto del presente año, el congreso, « á nombre de los pueblos que representa, la reco« noce de hecho reincorporada á la República de las "Provincias Unidas del Rio de la Plata, á que por de"recho ha pertenecido y quiere pertenecer. »

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Por esta solemne declaracion, el gobierno general está comprometido á proveer á la defensa y seguridad de la provincia oriental. Él llenará su compromiso por cuantos medios esten á su alcance, y por los mismos acelerará la evacuacion de los dos únicos puntos militares que guarnecen aun las tropas de S. M. I.

El que suscribe está al mismo tiempo autorizado para declarar Que en esta nueva situacion el gobierno de las Provincias Unidas conserva el mismo espíritu de moderacion y de justicia que sirve de base á su política, y que ha dirigido las tentativas que ha repetido hasta aquí en vano para negociar amigablemente la restitucion de la provincia oriental, y del cual dará nuevas pruebas cuantas veces su dignidad se lo permita: Que en todos casos no atacará sino para defenderse y obtener la restitucion de los puntos aun ocupados, reduciendo sus pretensiones á conservar la integridad del territorio de las Provincias

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