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Foi-se de todo a procella ! Lindo céu! Faz gosto vê-lo! Que a Senhora da Bonança Lh'imprimiu da paz o sello.

V.

Prometto agora á Senhora,
Protectora

Do meu barco a vela grande,
P'ra que mande

Sempre paz, sempre bonança Que abalança

Pobre nauta

Do penedo,

ir sem medo

Que se eleva presumpçoso
E alteroso.

Faço jura de pregar
No seu altar

Roto leme, que por Ella
Da procella

Me livrou, por compaixão
Da sua mão.

VI.

Eram passados dois mezes Que a Senhora da Bonança Soccorrêra o naufragante Sem já restos d'esperança;

Quando sancta procissão
A vela grande levava,
A depôr no altarzinho
Onde a Virgem se adorava.

Um roto leme fendido.
Aos pés da Virgem pendente,
Aos devotos da Senhora
Lembra o voto penitente.

Cumprida fica a promessa,
Ganha fica outro trophéu ;
Que não ha maior poder
Que o poder que vem do céu.

O destemido barqueiro
Póde de novo soltar
Seu canto de confiança
Nas aguas azues do mar.

Haja no pulso firmesa,
E no peito haja esperança,
Que por nós vela cuidosa
A Senhora da Bonança."

ADEUS.

Déjà comme la colombe
Qui tourne dans le malheur,
Ma pensée et plane et tombe,
S'abreuve aux fleurs d'une tombe;
Puis, sentant qu'elle succombe,
Revient mourir à mon cœur !

DESBORDES VALMORE

Adeus, eu volto ao mundo, e dentro em breve No turbilhão revolto das paixões

Quem da paz no remanso ind'hoje escreve A' manhã sondará tredos volcões

Eu deixo a solidão hospitaleira

Onde vim minhas lagrimas seccar,
Pela confusa grita traiçoeira

Que os bandos soltam no confuso mar!

A's tão lindas manhãs d'um lindo outono,
Ao sol, á brisa, ao campo, e mais á flor,
A' quieta choupana do colono

Resumo n'este canto um adeus d'amor!

Aqui, na solidão, ai como é bello
Abrindo o coração fallar com Deus!
Pôr em nobre afleição nobre disvello,
Na lyra modular segredos seus !

E eu vou deixar-te, solitaria estancia!
Ao mundo das paixões volto outra vez!
D'estes formosos campos a fragrancia
Não voltarei a ver, nunca, talvez !

Adeus, ó solidão, meu grato asylo:
Se a tormenta ámanhã me derrubar,
Não reveles, não digas o sigillo

De quanto, ó solidão, te vim contar.

Debaixo de meus pés vejo um abysmo!
Ao mundo volto! - Solidão - adeus !
Quando mais em deixar-te eu penso e scismo
Mais preso, ó solidão, encantos teus !

O SEBASTIANISTA.

Tal es la tradicion: asi la cuenta El pueblo por do quier, y asi escribo; Si como está.

ZORRILLA.

Que lindas barbas nevadas
Aquelle velho não tem!
Foram nascidas, creadas,

Como não pensa ninguem
Cortá-las não corta o velho!

São-lhe as barbas um espelho
Da sua crença leal:

Dias e noites á barra,
Consulta no seu Bandarra
A sorte de Portugal!

Consulta tem fé naquillo,
Poz no livro o coração;
Interpreta-lhe o sigillo,
Lê n'elle - Sebastião!
Conhece, soletra o dia
Em que a velha monarchia
Do sepulchro surgirá.
É propheta! até nos marca
As horas a que o monarcha
D'além mundo voltará !

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