Je ne sais si je crois; je ne sais si je doute.. Entre croire et douter serait-il un milieu !
Non! donc je ne crois point. Pour le dire, il m'en coute Mon cœur a tant besoin d'un Dieu!
D'esses montes d'alèm o sol nascendo, Vem nos campos do céu verter risonho Mil alegrias:
Mas na noite incendida do poeta, Onde impera a tristesa a custo affoga As agonias.
E-lhe o peito um vulcão donde rebentam, Ardentes lavas que se escôam fervidas Nos olhos seus :
É-lhe a mente a ferver como a cratéra, Que os represos cachões de si remessa Em densos veus.
Mandou-o Deus assim cumprir seu fodo, Sem lhe ao menos marcar cá neste mundo A méta, o fim.
Deu-lhe alma p'ra sentir, saudosa, ardente, E quiz deixal-o só firme nas crenças Morrer assim.
Poz-lhe em face a mulher rica d'encantos, Soudosa inspiração que lhe mitiga
Mas ao mostrar-lhe em face a paga immensa, Ao desvendar-lhe á luz os olhos d'alma Negou-lhe amores.
Foi-lhe a vida, d'então, qual d'entre as mattas A carpidôra rôla a lamentar-se
Alta a noite, nas rochas assentado, Ao bramido das ondas seus pesares Saudoso ensina.
Quando a lua vem pallida sulcando As campinas do céu, verter tristesas No coração:
Nos labios mudos nem sequer ao menos Encontra o triste o que é dado a todos Um oaração!
Os canticos das aves que festejam As brisas da manhã, folgando alegres E descuidosas;
Avivam-lhe as saudades do passado, D'essas horas de amor já não voltam Tão venturosas.
Na mente e coração renega o triste As bellesas do céu, da terra as scenas Que mais amou:
Só da amiga fiel que inda lhe resta, Da pobre lyra que lhe intende as magoas, Não renegou!
Nos alcantis das serras escabrosas Onde os homens não vão, irei sósinho A meditar;
D'esses olhos gentis que me enfeitiçam, Nas solidões das rochas talvez possa Não me lembrar.
Nessa lyra d'amor, na lyra antiga, Novos cantos virão fartar-lhe a sêde Do sentimento:
Que as mil recordações do meu passado, Não virão a tolher-me com vaidades O pensamento.
Serei todo de Deus; serei da patria Nas cem mil tradicções que nos revella Do seu passado.
Serão della, e só della os pobres cantos, Nascidos deste peito onde as tristesas Só tem morado.
Então por Ella, pela patria amada, As meiguices d'amor que vão longe Esquecerei :
Nem olhos nem sorrir
Na minha antiga lyra dos amores Mais cantarei.
Qual fantasma nocturno involto em trevas, De pesadas visões acompanhado
Como quem tem no peito a devorar-lh'o, Sem confórto, sem paz, sem alegria, Um mal profundo.
Que vida! se é viver passar os dias. Em derramados prantos que se fundem No pó da nada:
vida se é viver passar as noites, A revolver-se em dôr que a noite aspira Só, e calada!
D'esses montes d'além o sol nascendo, Vem nos campos do céu verter risonho Mil alegrias;
Mas na mente incendida do poeta, Onde impera a tristesa a custo affoga As agonias.
Le chant naturel de l'homme est triste, lors mème qu'il exprime le bonheur.
De que me serve o ter lyra Onde os ais possa moldar; Senão ha ninguem que queira Os meus cantos escutar; Se os pobres sons vão sumir-se, Perder-se todos no ar?
Negou-me Deus neste mundo Ter um outro coração, Onde tivessem um ecco Os cantos da solidão, Que nos sêrros da montanha Partir-se quebrar-se vão.
Intristeco-me se vejo Da manhã puro arrebol; Intristeco-me se ao longe Nas ondas se morre o sol; Intristeco-me se escuto O trinar do rouxinol.
Affeito só ás tristesas, Só ellas me quadram bem; Amo ver as dansas nuvens Se negras pejadas vem; Amo nos serros sósinho Vaguear sem mais ninguem.
Se no prado a borboleta Pousa n'uma n'outra flor,
Tenho vontade de vêl-a Perder-se naquelle ardor; Como se perdem no mundo As crenças d'um puro amor.
Se vejo a lua vaidosa A namorar-se no mar, Tenho ciumes de vêl-a Naquelle brilho sem par, Qué tudo que é bom promette, Que a tudo vem a fallar!
É como uns olhos formosos Sempre a dizerem que sim; Sempre a fingirem ternuras Que dizem que não tem fim ; Para enganarem a todos Como enganaram a mim!
A's formosuras da terra A todas neguei a fé; Das crenças que outr'ora tive Nenhuma ficou de pé; Morreram todas no peito, Que o peito dellas não é.
Só nas tristesas encontro Os eccos de tanto mal; Só no bramido das ondas Um confidente leal; Só nos êrmos e penhascos Uma ventura real.
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