LYRICAS. É que as trovas que cantavam, Accusaes, sem terdes provas, Se não são hoje as primeiras, Já que fui tão indiscreto, De traír a fé jurada. Sem vós a terdes quebrada, Se diversas côres eu canto, Sei que a vossa é côr divina, Accusaes o sentimento, Em trovas mil ! Em vez de chorar - carpir-nos, Não negueis á formosura, Que é sem rasão; Sois rivaes da naturesa; Não mente quem amor jura, Bem sabeis como o meu dura Sempre fiel; E dura sem ter esp❜rança ! Mas ainda sem abalança Pobre baixel! No tempo dos trovadores, As damas tinham amores Leaes sem fim. Mas agora por desgraça, Por mais que o poeta faça Não é assim ! COMMEMORAÇÃO. Je donnerais mes jours pour celle MILLEVOVE. D'um sonho que já é findo E tocou... não teve medo; Nem o poeta podia, Nem o mundo lhe deixara, Pois então se o sonho é findo PORTUGAL. Di sua mano nel libro dé fati Houve um reino que ao mundo absorto, Esse reino, coitado, está morto; Era grande pod'roso gigante; Hoje pobre mendiga a pedir. Dae-lhe a esmola de um braço possante Talvez possa da campa surgir! Esse reino que as ondas demava, Esse reino que em praias distantes |