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de si o governo, e o entrega ao Infante seu irmão. Convocão-se Côrtes. Estas jurão ao Infante Principe Regente de Portugal. Publica-se a paz nas Côrtes de Lisboa, e de Madrid.

Sentença da Relação Ecclesiastica, em que dão por nullo o matrinonio d'ElRei com a Rainha D. Maria Francisca Izabel de Saboia. Publicada a Sentença, determina a Rainha voltar para França. Lendo-se nos TresEstados esta resolução, se lhe propõe o casamento com o Principe D. Pedro, o que a Rainha acceita. Recebe-se por procuração. Vai o Principe buscala ao Convento da Esperança, e a conduz á quinta d'Alcantara, onde recebeo as benções matrimoniaes pelo Bispo de Targa. Juntão-se as Côrtes a 9 de Junho, e jurão ao Principe D. Pedro Governador do Reino, onde Elle tambem dá o seu juramento. He reconhecido das outras Nações. Vai EiRei D. Affonso para a Ilha Terceira. Volta a Portugal. Sua morte no Palacio de Cintra. Titulos que

creou.

CAPITULO I.

O Senhor Rei D. João IV., outavo
Duque de Bragança.

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Não podendo os Portuguezes so

portar por mais tempo o captiveiro Hespanhol, se ajuntárão a 12 de Ou, 1640 tubro em casa de D. Antão de Almada, D. Miguel de Almeida Monteiro-Mór Francisco de Mello, Jorge de Mello, Pedro de Mendonça, Antonio de Saldanha, e João Pinto Ribeiro, agente da Casa de Bragança. Começarão todos a discorrer sobre o remedio a tantos males, que o Reino padecia, e foi o resultado desta Junta o acclamarem o Senhor D. João Duque de Bragança.

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Nasceo em Villa-Viçosa a 18 de Março de 1604; e celebrava os seus annos no dia 19. Foi baptizado no dia 25 por seu tio o Senhor D. Ale

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xandre, Arcebispo d'Evora. Soube a Latinidade com perfeição, e foi muito applicado á Sagrada Escriptura.Depois começou a ser affeiçoado á caça; e teve muito gosto pela Muzica, em que fez admiraveis progressos. Nas Côrtes de Lisboa em 1619 assistindo o Duque de Bragança, como Condestavel, foi o Duque de Barcellos o primeiro que jurou neste acto.

Por morte do Duque D. TheoCA dosio seu Pai, foi outavo Duque de Bragança, e depois quinto de Gui marães, sendo o terceiro de BarcelJos. Casou com a Senhora D. Luiza Francisca de Gusmão, filha do Duque de Medina Sidonia D. Manoel Peres de Gusmão, por procuração no principio de Janeiro de 1633. Foi recebida em Elvas com toda a pompa, e grandeza a 12 de Janeiro, ratifican do no mesmo dia o Bispo d'Elvas, D. Sebastião de Mattos de Noronha, este matrimonio. Em Villa-Viçosa se fizerão grandes festas á sua chegada.

Foi néste mesmo anno nomeada para o governo de Portugal D. Mar

tua,

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garida de Saboia, Duqueza de Manviuva de Francisco Gonzaga, IV. Duque daquelle Estado, a qual era prima coirma d'ElRei Filippe IV., por ser filha da Infanta D. Catharina, filha d'ElRei Filippe II., a qual casou com Carlos Manoel Duque de Saboia. Esta eleição foi contra o que se tinha determinado nas Côrtes de Thomár; porém ella entrou no fim do anno de 1634 em Portugal. O Duque de Bragança a mandou vizitar a Elvas, e dar-lhe os parabens da sua vinda por Francisco de Sousa Coutinho, seu AposentadorMór. Continuando a Duqueza a jornada, entrou em Lisboa em Janeiro de 1635.

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Seguio-se logo huma inundação de novos tributos, e os póvos sentirão novas oppressões, sendo isto huma pública infracção dos Tratados assentados em Côrtes, repetidas ve zes jurados, e muitas mais vezes quebrados. Isto exasperou aos verdadei ros Portuguezes, para tomarem a hé

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roica resolução de acabarem em hum dia tão penoso jugo.

Começou-se em 1635 a dispor a liberdade por meios disproporcionados, como forão os tumultos de Evora. Chegárão a Villa-Viçosa estas vozes em 1638, que de tal sorte alvoraçou os seus moradores, que de noite começárão alguns a acclamar o Duque D. João Rei de Portugal. O Duque, que se achava molesto, mandou mesmo de noite a seu filho o Duque de Barcellos D. Theodosio a socegar aquelle rumor; o que fez recolhendo-se ao Palacio, deixando tudo socegado, e seu Pai livre de cuidado, que lhe causou aquelle tumul

to.

Kun Soando isto em Madrid, teve hum Portuguez Diogo Soares, que servia na Côrte de Madrid com o emprego de Secretario d'ElRei do Conselho de Portugal, o atrevimento de dizer a ElRei em público, que não sería Senhor de Portugal, em quanto a Praça de Villa-Viçosa se

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