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em cada um anno que servir a dita Capitania, que começará a vencer des do dia que tomar posse della em diante, sem lhe a isso ser posta duvida, nem embargo algum, porque assi o hei por bem. E elle jurará em minha Chancellaria aos Santos Evangelhos, que bem, e verdadeiramente sirva a dita Capitania, guardando em tudo a mim meu serviço, e ás partes seu direito; de que se fará assento nas costas deste meu Alvará, que será registado na Casa da India da feitura delle a quatro mezes primeiros seguintes. E antes que o dito Alexandre de Moura entre na dita Capitania me fará primeiro por esta preito, e menagem, segundo uso, e costume dos meus Reinos de Portugal; de que presentará certidão de Christovão Soares, Fidalgo de Minha Casa, E este quero que e meu secretario, ou de quem seu cargo servir. valha, e tenha força, e vigor, como se fosse Carta feita em meu nome, por mim assignada, e sellada do meu sello pendente, e que seu effeito haja de durar mais de hum anno, sem duvida, nem embargo de qualquer provisão, regimento, ordenação que baja em contrario, e da do 20 livro titulo 20, e 49. Manoel Coelho o fez em Valhadolid a 9 de Outubro de 1602. Eu o secretario Luiz de Figueiredo o fiz escrever. REI.

Eu El Rei faço saber aos que este Alvará virem, que havendo respeito aos serviços de Alexandre de Moura, Fidalgo de Minha Casa, e a satisfação com que o fez na Capitania de Pernambuco, do Estado do Brasil, de que foi Capitão doze annos, e na Conquista do Maranhão, e ao bom procedimento que teve em deitar da mesma Conquista os Francezes que nella estavão, e se embarcar com dous criados á sua cnsta na Armada com que dom Jeronimo de Almeida, Capitão Mór della, sahio desta cidade de Lisboa em Janeiro do anno de seiscentos e dezoito em seguimento dos cossarios, e fazer prestes em Setubal por minha ordem um navio com soldados: Hei por bem, e me praz de The fazer mercê de mais do com que está respondido do Rei meu senhor, e pai, que santa gloria haja, de vinte e seis de Setembro do anno de seiscentos e dezoito, que por seu fallecimento possa deixar á sua mulher cincoenta mil réis dos cento que tem de tença. E esta mercê lhe faço além das mais que pelos ditos respeitos lhe fiz; com declaração que sendo caso que na demanda que diz traz com seu irmão sobre as saboarias do termo de Portalegre, herdades da villa de Estremos, se dê sentença contra elle, lhe não ficarei por isso em obrigação alguma pera lhe dar satisfação na parte dos bens que possue, conforme ao concerto que fez com seu irmão. Pelo que mando aos vedores de minha Fazenda, que tanto que a mulher do dito Alexandre de Moura lhe apresentar com este verba de testamento justificada porque conste nomear nella os ditos cincoenta mil réis de tença, e assim o padrão dos cento que tem, pera se romper, e riscar em seus assentos, e porem as verbas necessarias, lhe fação passar outro padrão dos ditos cincoenta mil réis, na forma costumada, no qnal se tresladará este meu Alvará, que se cumprirá tão inteiramente como se nelle

contem, posto que seu effeito haja de durar mais de hum anno, sem embargo da ordenação do segundo livro, titulo quarenta, que o contrario dispõem. Gonçalo Pinto a fez em Lisboa a doze de Novembro de mil seiscentos e vinte e hum. Diogo Soares o fez escrever. REI.

Eu El-Rei faço saber aos que este Alvarà virem, que havendo respeito aos serviços de Alexandre de Moura, fidalgo de minha Casa, e á satisfação com que os fez na Capitania de Pernambuco do Estado do Brazil, de que foi Capitão doze annos, e na conquista do Maranhão, e ao bom procedimento que teve em deitar da mesma conquista os Francezes, que nella estavão, e se embarcar com dois criados á sua custa na armada com que dom Jeronimo de Almeida Capitão mór della sahio desta cidade de Lisboa em Janeiro do anno de seiscentos e dezoito em seguimento dos Cossarios, e fazer prestes em Setubal por minha ordem hum navio com soldados: Hei por bem, e me praz de lhe fazer mercê, de mais do com que está respondido em Carta de El-Rei meu senhor, e pai, que santa gloria haja, de vinte e seis de Setembro do anno de seiscentos e dezoito, que possa nomear em Francisco de Moura, seu filho mais velho, a Capitania mór de huma armada da Carreira da India, que tem, na mesma vagante em que ella se lhe deu; o qual Francisco de Moura antes de se lhe passar alvará da dita mercê será approvado por mim pera effeito de se saber se he sufficiente, e tem as partes, que se requerem pera servir a dita Capitania mór; a qual mercê lhe faço além de outras que pelos ditos respeitos lhe fiz; com declaração que sendo caso que na demanda que diz traz com seu irmão sobre as saboarias do termo de Porto Alegre, e herdades da vila de Estremos, se dê sentença contra elle, lhe não ficarei por isso em obrigação alguma na parte dos bens que possue, conforme ao concerto que fez com seu irmão. Pelo que mando aos vedores de minha fazenda que tanto que o dito Francisco de Moura lhe presentar portaria, ou provisão porque lhe conste que está approvado por mim pera poder ir servir a dita Capitania mór, e nomeação do dito seu pai justificada, e a provisão que della tem pera se romper, e se porem em seus registos as verbas necessarias, lhe fação passar outra provisão em forma em seu nome da tal Capitania mór pera a ir servir na mesma vagante em que cabe hi-la servir ao dito Alexandre de Moura pela dita provisão, que della tem; e na que de novo se passar se trasladará este meu Alvará, que se cumprirá tão inteiramente como se nelle contem, o qual quero que valha, e tenha força e vigor como se fosse Carta começada em meu nome; sem embargo da ordenação do segundo livro, titulo quarenta, que o contrario dispõem. Gonçalo Pinto de Freitas o fez em Lisboa a doze de Novembro de mil e seiscentos e vinte e hum. Diogo Soares o fiz escrever. REI.

TOMO III.

19

Alvaro Teixeira de Macedo.

Vous y verrez certain homme de bien
Qui réunet, voluptueux et sage,
L'art de penser au riant badinage.

VOLTAIRE.

I.

Qual he a mão, de baixo da qual, por mais distrahida, e opposta que pareça, não possa modular a doce Lira? A Lira se tem visto muitas vezes alternar com a lança na mão do Guerreiro, com o sceptro na do Rei, com a Vara na do Magistrado, com o breviario, ou o baculo na do Sacerdote; e com o caduceo na do Politico. Achiles indomito

Ja toma a branda Lira'

Na mão que a dura pelias meneava. (*)

Tyrteo sublime canta o hymno do valor, e á frente do exercito glorioso triumfa. Sabeis tambem que Cesar foi grande capitão, e grande poeta. Diniz o grande, de Portugal,

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Regeo, edificou, lavrou, venceo,

Honrou as Musas, poetou, e leo. (**)

Esse mesmo Carlos IX, que no S. Bartholomeo atirava das suas janellas sobre os Hugonotes, não metrificou excellente? Ferreira, e Gabriel Pereira equilibrão sabios a balança de Astrea, e sabios tangem o instrumento Apollineo. O Dante commanda victoriosas legiões, desempenha grande numero de mis

(*) Camões.
(**) Ferreira.

sões politicas, e canta a Divina Comedia. A Petrarca forão tambem confiadas varias missões diplomaticas: elle conciliou as Republicas de Genova, e de Veneza; resolveo o Imperador Carlos IV a pôr termo ás sanguinolentas dissenções dos guelfos, e gibelinos, e dissua dio-o de levar outra vez a guerra além dos Alpes. O Titulo de Conde Palatino, e a rica boceta de ouro em que lhe foi offerecido, galardoarão tão bons serviços. Mas he á poesia que o seo nome deve a immortalidade. Machiavel, sobre quem pesarão tambem muitas missões em França, em Allemanha, e Roma, compoz comedias. E vós, ó Martyrs não vos aperfeiçoastes entre os espinhos, e arcanos da politica? A politica está em vós, bem como no Genie du Christianisme, por toda parte. Durão immortalisa-se com o singular Caramurú; e o Padre Magalhães, o Padre Caldas, eo Vigario Barreto, e tantos outros Brasileiros Presbiteros com bellissimas poesias sacras, e poesias profanas. E que de melhor podereis presentar-nos a par das inspirações, e magica melodia de um Maciel Monteiro, ministro do Erasil na Corte de Lisboa?

Este consorcio possivel, e util da Poesia com algum dos Ramos da sciencia, ou Negocio do Estado, bellamente o versificou o magistral Ferreira:

Não fazem damno as Musas ós Doutores,
Antes ajuda a suas letras dão :

E com ellas merecem mais favores,

Que em tudo cabem, pera tudo são.

Fora bem enfadonho collocar a todos esses homens de duplo genio, e tudo que lhes respeita na especic que apontamos, nesta succinta memoria, não sahindo mesmo dos tempos modernos. Limitemos ora a curiosidade a ver o nosso Comprovinciano Alvaro Teixeira de Macedo na carreira da Diplomacia, e igualmente na do Permesso.

No dia 13 de Janeiro de 1807 nasceo na Cidade do Recife de Pernambuco Alvaro Teixeira de Macedo, filho do sargento mór Diogo Teixeira de Macedo, e de sua mulher D. Anna Mattoso

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