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DA PROVINCIA

DE S. CATHERINA.

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CAPITULO PRIMEIRO.

A provincia de Santa Catherina, antigamente governo dependente do Rio de Janeiro, hoje provincia do Imperio de segunda ordem, se estende pelo maritimo sessenta e seis legoas, desde o rio Sahy, que a a divide da provincia de S. Paulo, até o Rio Mombetuba, que a separa da de S. Pedro'; sua maior largura desda costa

* O sabio viajante, meu respeitavel amigo, Mr. Augusto de Saint-Hilaire, no extracto dos Annaes das viagens: L'Isle de Saint-François, et la Pêcherie d'Itapocoroia, com sua usual exactidão distingue Sahy-Grande, e Sahy-Merim, e se inclina a que o limite verdadeiro seja pelo Sahy-Grande, em pequenissima distancia do Sahy-Merim. Quanto ao limite pelo interior, servio-me de guia o Ensaio d'hum quadro estatistico da provincia de S. Paulo. Ordenado pelas leis provinciaes de 11 de Abril de 1386, e 10 de Março de 1838. S. Paulo 1838.

do mar, pelos sertões da terra firme até o rio das Canoinhas, que confina com a de S. Paulo, estima-se em oitenta legôas: calcula-se sua superficie em duas mil duzentas legoas quadradas'.

Mappa dos itinerarios 1o na parte primeira, artigo Geographia Descriptiva, nota (E) diz que os Limites com S. Catherina, se demarcárão, por convenção das camaras limitrophes, pelo rio das Canoinhas, quando parece que deve ser pelo rio das Correntes, por ficar a pouca distancia, e ser caudaloso; este rio he tributario do Chopecó, braço do Uruguay. Esta incerteza, esta facilidade em variar os limites a arbitrio por convenções partiTM culares, será huma das difficuldades para quem escrever sobre a estatistica do Brasil, em quanto o territorio de todas as Provincias não receber huma divisão, e huma regulação legal e invariavel. Isto tambem de certo modo explica a apparente contradicção que se nota entre o limite marcado n'esta segunda edição dos Annaes da Provincia de S. Pedro pelo Mombetuba, e na primeira pelo Ararenguá; naquella epocha de 1810, á que pertence a Tabella (G) demonstrativa dos rendimentos publicos da provincia, ainda se enumera o contracto das passagens dos tres rios da praia para a Laguna, o Tramanday, Mombetuba e Ararenguá constituindo parte da renda d'aquella; foi por arranjos posteriores, que se assentou em fixar pelo Mombetuba o limite septentrional da provincia de S. Pedro, resultando d'ah; que continuando a persistir a guarda militar ultima de S. Catherina no Ararengua, fica o territorio intermedio, a hum de outro rio, reputado como neutro, por não se seguirem os termos devidos, e os moradores d'aquellas nove legoas dubios á que jurisdicção pertencem, etc.

O mesmo meu amigo Mr. Saint-Hilaire, no citado fragmento

Não longe da costa divisa-se a cordilheira de immensa serrania, que reparte o Brasil: pelo torneio e aspecto do paiz, assim nossos antepassados classificavão a numerosa nação dos Carijós, que dominava toda esta região, em Carijós do sertão ou do interior, e em Carijós do mar ou dos Patos; a origem d'este appellido esquadrinhou, e nos transmittio o P. Simão de Vasconcellos, que procedeo de huma armada hespanhola, que em viagem para o Rio da Prata em 1554, obrigada por temporaes, arribara á deserta ilha, denominada ao depois de S. Catherina, e deixara alli alguns patos, que procreando maravilhosamente, se fôrão espalhando em copiosissimos bandos por todo aquelle littoral; e foi a causa d'onde as Álagôas, e toda aquella terra se chamárão dos Patos, e até hoje lhes dura este nome'.

das suas viagens, affirma que a provincia de S. Catherina comprehende, alem da Ilha do mesmo nome e a de S. Francisco, mais de seis centas cincoenta cinco legoas quadradas sobre a terra firme.

O P. Simão de Vasconcellos. Vida do P. João de Almeida, da Companhia de Jesus, na provincia do Brasil, liv. IV, cap. I, § 6, Impressa em Lisboa, em 1658. pura tradição inclino-me a seguir antes

Nestes pontos de
P. Vasconcellos,

Erão estes Carijós dos Patos faceis no trato, pacificos, se não irritados, e com alguma industria; de sorte que, depois de 1554, entretinhão os moradores do porto de Santos commercio com elles, levando-lhes nas embarcações resgates de ferramentas, anzois, facas, e outros generos, que permutavão por algodão, o qual plantavão e colhião, redes, e Indios que, ou cativavão na guerra, ou por castigo degradavão, etc. De tal maneira accessiveis animárão os Missionarios para empresas sagradas, e os Portuguezes zelosos para fundação de povoações, com que dilatárão nossos dominios.

que, Provincial e Chronista da Companhia de Jesus do Brasil, escrevendo na Bahia pelos annos de 1655, viveo mais proximo aos factos, e teve mais proporções de os averiguar, do que o P. Cazal, na Corographia Brasilica, que aliás merêcendo grande conceito no que escreveo das Provincias do Norte, que examinou occularmente, não passou do Rio de Janeiro para o Sul, escreveo por meras informações, e por isso não he muito que claudicasse a ponto de addicionar provincias ao Imperio do Brasil, que não lhes pertencião, e entre outras cousas mais, dando existencia a huma nação dos Patos, de que não se encontrão os minimos vestigios vide a enumeração, que faz das nações Indias o mesmo P. Vasconcellos. « Noticias antecedentes das cousas do Brasil, no 151 e 152. »

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O mesmo P. Vasconcellos, na citada Vida do P. Almeida ; liv. e cap. Io, § 7. E no cap. V, § 2.

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