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Honra, e o seu Dever lhes impõem a severa obrigação de vigiar sobre a segurança deste Reino. Elles velão constantemente sobre este objecto tão sagrado; e agora he que elles julgão conveniente o separar de vós os Vassallos do Tiranno, em quanto se não proporcionão meios de os expulsar deste Reino: Elles tem ordenado as mais promptas medidas, para que os Francezes saião desta Capital para lugar, aonde serão observados com a maior exactidão por uma Policia sevéra; e os Reos do mais ligeiro Attentado serão rigorosamente punidos, como Inimigos do Soberano.

Os Governadores do Reino ao mesmo tempo que vos annuncião estas providentes medidas, vos impõem o Dever sagrado de obedecer á Lei. A Lei castiga os perturbadores da ordem publica; o Vassallo, que se arroga Poderes, que a Lei lhe nega, attenta contra os Direitos da Soberania; he um Inimigo do seu Principe, he um destruidor da Sociedade Civil. A obediencia ás Authoridades he o mais poderoso Vinculo da União Civil: só os vossos Inimigos vos podem ensinar maximas contrarias: fechai os ouvidos a insinuações tão perfidas. O Despota da Europa tem conhecido que a Peninsula não he facil de subjugar; e desconfiando de nos vencer com a força, quer vencer-nos com a intriga. Emissarios corruptos procurão semear entre nós as sementes de desconfiança; e servindo-se do vosso mesmo Patriotismo, vos inspirão a absurda idéa de vos constituirdes arbitros da Vingança publica. Estes Inimigos são mais perigosos, do que aquelles, que armados procurão dominar-nos. Faltando a obediencia ás Leis, e o respeito ás Authoridades, cessou a liberdade dos Povos, acab oua nossa Independencia. Este he o projecto dos nosses Inimigos.

Portuguezes! Escutai os Governadores do Reino. Se amaes o vosso Principe; se amaes a vossa Patria, confiai nas Authoridades. Ellas escutão vossas queixas, e ellas attendem ás vossas representações: Recorrei a ellas, quando o julgardes necessario. Lisboa 4 de Fevereiro de 1809.—João Antonio Salter de Mendoça.

Tendo a Divina Providencia permittido que os Meus Reinos de Portugal e Algarves ficassem completamente restaurados, e livres da oppressão, e jugo Francez; e sendo necessario estabelecer um Governo para reger os Meus Vassallos durante a Minha ausencia neste Estado, e em quanto as circumstancias não permittirem que Eu haja de voltar: Sou Servido nomear para Governadores daquelles Reinos Dom Antonio José de Castro, Patriarca de Lisboa; o Marquez das Minas; o Marquez Monteiro Mor; Dom Francisco de Noronha; e Francisco da Cunha e Menezes, Tenentes Generaes dos Meus Exercitos; e para Secretarios dos Negocios do Reino e Fazenda João Antonio Salter de Mendoça, Desembargador do Paço, e Meu Procurador da Coroa; dos Negocios da Marinha e Guerra Dom Miguel Pereira Forjaz, Marechal de Campo dos Meus Exercitos, e dos Negocios Estrangeiros Cipriano Ribeiro Freire, que servirá tambem nos impedimentos do dito Dom Miguel Pereira Forjaz, tendo voto cada um nas materias, que

respeitarem á sua Repartição, e devendo-se regular todos pelas Instrucções, que lhes envio em Carta Regia da data deste, em cuja execução se haverão como he de esperar na confiança que delles Faço: Approvando, e confirmando por esta maneira as Nomeações das Pessoas, que alguns Membros da Regencia, creada por Decreto de vinte e seis de Novembro de mil oitocentos e sete, fizerão para os ajudar no Governo, e substituir outras que excluirão pelos motivos, que Me forão presentes. Os mesmos Governadores o tenhão assim entendido, e cumprão na fórma sobredita, fazendo as participações necessarias ás Repartições competentes. Palacio do Rio de Janeiro em dous de Janeiro de mil oitocentos e nove.-Com a Rubrica do Principe Regente.

TOMO III.

33

ADDIÇÕES E CORRECÇÕES.

No presente tomo 3o, depois da pag. 84, sigão-se os seguintes versos de Luiz Francisco de Carvalho Couto, que escaparão de ser ahi inseridos.

SONETO.

Tu, Garrida senil, que a ser passaste
Sanguesuga das bolsas, e gavetas,
Enribicado objecto dos Patetas,

E dos homens de bem infame traste :

Tu, Chimica infernal, que ora inventaste
Para os teus interesses novas tretas,
Quando da chaminé nas sujas gretas
Ö Padre Santo Antonio aposentaste:

Bruxa infausta, que a Santo Onofre insana
Pelo pescoço penduraste ao teto,
Por não teres dinheiro uma semana!

O cordel puxa ao teo Calunga preto,
E dize a tua Mãi Viridiana.
Que adivinhe quem fez este soneto.

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