quezas ja quasi extinctas por tantos seculos de dés me an ani. favor e desgraça, mou a gundar n'esta collecção o mais precioso da Poesia Nacional, e a de dica-la a Vissa Alieza Poeal, como primicias dos abundantes feuctos que tam creador amparo hão de brotar de prostra Alicza Poeal se com n profundo respeito, O mais humilde e leal vassallo. João Pedro Ailland. Paris, 30 de agosto, 1826. A minha primeira ideia quando intentei ésta collecção, foi dar ao público um extracto das melhores poesias de nossos classicos. Reflecti depois que não sería ella completa, porque alguns generos ha que não tractaram aquelles illustres escriptores e em tam rica litteratura como é a portugueza, pena fòra mostrar pouquidade e pobreza. Resolvi-me por esse motivo a sahir dos limites classicos. Mas aínda apparecia outra difficuldade: especies ha de poesia em que não escreveram senão auctores vivos; aterrava-me a lembrança de haver de julgar e escolher obras que aguardam ainda o conceito da posteridade, quasi sempre unico tribunal recto das cousas dos homens, espe cialmente de materia de gôsto. To davia o mesmo motivo de querer fazer ésta escolha o mais completa que é pos a sivel, me determinou a arrostar ess'outro escolho. Procurei nos escriptores vivos cingir-me quanto racionavelmente pude á mais geral opinião, escolhendo aquelles trechos que mais approvados teem sido; observando pola minha parte a mais vigorosa imparcialidade que humanamente se póde. E sendo, como sou, alheio a toda disputa e rivalidade litteraria e poetica, se algum' hora no decurso d'esta obra julgarem deshisei d'essa proposta impassibilidade, peço que o attribuam a êrro de meu juizo, não a proposito deliberado*. Queria eu tambem ao princípio con * Muito tempo hesitei se daria logar n'ésta collecção a um poeta (hoje morto) em quem de certo houve algum ingenho, mas que igno. rou e desprezou a tal ponto a lingua, tam cynicamente violou o decoro do stylo, as mais indispensaveis regras do gôsto e da boa razão, que seus poemas são uma sentina de gallicismos, e um apontoado de termos baixos, de expressões que não usa gente de bem, de construcções barbaras, de versos prosaicos, semeados áquem |