O trabalho que accumulámos para a comprehensão do vulto de Camões, revela na sua simples disposição o methodo que seguimos. Primeiramente foi-nos preciso estudar o meio dentro do qual Camões se desenvolveu, investigando com vagar as circumstancias que actuaram sobre o seu genio, os pequenos accidentes que contribuiram para particulares feições do seu caracter, examinando o que elle deveu á sua epoca e qual a connexão fatal que ha entre o seculo e o grande homem. Foi o que tentámos no livro Vida de Camões. (HIST. DE CAMÕES, P. I, P. VIII-456.) Depois da parte pessoal segue-se accentuar a individualidade, isto é, a influencia exercida na litteratura portugueza e na consciencia nacional por Camões. É como a acção exterior d'aquella elaboração intima; eis o fim da Eschola camoniana, tanto no lyrismo como na epopea, que fórma a segunda parte d'esta obra, com que damos por terminada a Historia da Poesia portu gueza do seculo XVI. |