Camões no Maranhão

Voorkant
Lumen, 1922 - 189 pagina's

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Pagina 61 - Que inda a longa memória, que me alcança, Me não deixa de vós fazer mudança, Mas quanto mais me alongo, mais me achego. Bem...
Pagina 68 - Alma minha gentil, que te partiste Tão cedo desta vida, descontente, Repousa lá no Céu eternamente E viva eu cá na terra sempre triste. Se lá no assento etéreo, onde subiste, Memória desta vida se consente, Não te esqueças daquele amor ardente Que já nos olhos meus tão puro viste. E se vires que pode merecer-te...
Pagina 64 - Vão as serenas águas Do Mondego descendo E mansamente até o mar não param, Por onde as minhas mágoas, Pouco a pouco crescendo, Para nunca acabar se começaram.
Pagina 62 - Por os vestígios da primeira idade, E, de novo tecendo a antiga história De meus doces errores, me levasse Por as...
Pagina 63 - Por as flores que vi da mocidade ; E a lembrança da longa saudade Então fosse maior contentamento, Vendo a conversação leda e suave Onde uma e outra chave Esteve de meu novo pensamento, Os campos, as passadas, os sinais...
Pagina 57 - Merecido por fé há tantos anos. A mágoa choro só, só choro os danos De ver por quem, Senhora, me trocastes, Mas em tal caso vós só me vingastes De vossa ingratidão, vossos enganos. Dobrada glória dá qualquer vingança Que...
Pagina 62 - Onde uma e outra chave Esteve de meu novo pensamento, Os campos, as passadas, os sinais, A vista, a neve, a rosa, a formosura, A graça, a mansidão, a cortesia, A singela amizade, que desvia Toda a baixa tenção, terrena, impura, Como a qual outra alguma não vi mais... Ah!
Pagina 61 - Doces e claras águas do Mondego, Doce repouso de minha lembrança, Onde a comprida e pérfida esperança Longo tempo após si me trouxe cego. De vós me aparto...
Pagina 64 - Assim criado fui, por que bebesse O veneno amoroso, de menino, Que na maior idade beberia, E, por costume, não me mataria. Logo então vi a...
Pagina 66 - De fios de ouro as tranças desatadas Ao doce vento estivo, Os olhos rutilando lume vivo, As rosas entre a neve semeadas, O gesto grave e ledo, Que juntos move em mim desejo e medo.

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