Serões: revista mensal illustrada

Voorkant
Ferreira & Oliviera, 1907

Vanuit het boek

Overige edities - Alles bekijken

Populaire passages

Pagina 243 - As filhas do Mondego a morte escura Longo tempo chorando memoraram, E, por memória eterna, em fonte pura As lágrimas choradas transformaram.
Pagina 385 - Atlântico — o mar é a paVsagem suprema, que nos subjuga e fascina. Se toda a nossa história, independência nacional e descobrimentos, deriva do mar que nunca para Portugal foi barreira defensiva, mas prolongamento do território e caminho de acção, a nossa vida sentimental e poética acha no mar a mais concentrada e deliciosa emoção, a mais profunda inspiração poética, como se patenteia nos Lusíadas.
Pagina 384 - Amas a Nosso Senhor Que morreu por toda a gente, E a mim não me tens amor Que morro por ti somente ! Mais alta a voz se me afoite.
Pagina 422 - ... como se no dealbar do dia invisíveis serafins saltassem a corda, com echarpas d'azul n'um fundo gris. Esse acordar de cidade entre as nevoas do rio, sob um céu de veinulações de madrepérola...
Pagina 248 - ... viagem a Lisboa ? Teria elle comprehendido todos os teus intentos ? Quem tal diria ! Vós sabieis que eu contaria tudo a vosso pai. O imperativo exprime a existência ou acção como dependente da vontade da pessoa que falia: Ama, amai; recebe, recebei; applande, applandi; vê, vede.
Pagina 385 - País estabelecido por uma raça sofredora e resistente sobre a orla ocidental de Espanha, e em contacto activo com o Oceano Atlântico — o mar é a paisagem suprema, que nos subjuga e fascina. Se toda a nossa história, independência nacional e descobrimentos, deriva do mar que nunca para Portugal foi barreira defensiva, mas prolongamento do território e caminho de acção, a nossa vida sentimental e poética encontra no mar a mais concentrada e deliciosa emoção, a mais profunda inspiração...
Pagina 422 - ... pelourinhos de campanários, bastilhas de conventos — e toda enodoada de tectos, muralhas, quinas e cafurnas. . . A luz do gaz a pontuava de nebulosas ; d'entre lagos de sombra, pedaços de muro, illuminados de baixo, reverberavam como escudos; ea gritaria dos galos era trágica, chegando áquella altura do outeiro n'uma exaltação de controvérsia. Vinha de todos os pontos da terra, desde o Poço do Bispo até Cascaes. ondeava, formava centros, atalayas, suntinelas, — e furiosa, irrespeitosa.
Pagina 387 - D'um castelhano foi que perseguido Aqui se recolheu co'a terna amante. Quebrantando por ella a fé constante Que havia ao esposo eterno promettido.
Pagina 422 - Lisboa tinha um arquejo de monstro agitado por maus sonhos, imensa, ladeirenta, grandiosa, enigmática, cheia de hypocrisias e de lepras, com precipicios, com cerros, fossos de ruas, pelourinhos de campanários, bastilhas de conventos — e toda enodoada de tectos, muralhas, quinas e cafurnas. . . A luz do gaz a pontuava de nebulosas ; d'entre lagos de sombra, pedaços de muro, illuminados de baixo, reverberavam como escudos; ea gritaria dos galos era trágica, chegando áquella altura do outeiro...
Pagina 385 - Há uma paisagem que nunca se apaga, porque tem infinitas expressões em que se compraz todo o estado psíquico: e essa paisagem d- o mar.

Bibliografische gegevens