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BANDEIRA DA CAMARA DA RIBEIRA GRANDE.

Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil quinhentos cincoenta e cinco annos em os doze dias do mez de Maio do dito anno em a casa da camara desta villa da Ribeira Grande desta Ilha de S. Miguel, estando ahi Manoel Roiz, Juiz Ordinario e João Fernandes e Lopo Dias Homem. Vereadores, e Francisco d'Andrade procurador do concelho, e estando ahi Antonio da Costa Homem, pelos officiaes foi assentado com elle Antonio da Costa Homem que levando-o Deus Nosso Senhor á cidade de Lisboa lhe mandasse de lå uma bandeira para o concelho desta Villa, de damasco vermelho com suas franjas de retroz e fio de ouro e de oito palmos de comprido → da largura de tres pannos da mesma seda que serão seis varas do dito damasco, e de uma banda da bandeira terá Nossa Senhora com seus vestidos d'azul com as estrellas que parecer que são necessarias e uma mais principal, e o vestido de Nossa Senhora será guarnecido de fio de ouro tanto quanto for necessario e conforme a obra; e da outra parte um escudo com as quinas d'Elrei de Portugal com sua corôa dourada, e as quinas serão da côr que parecer que é necessario e douradas com seus cordões necessarios conforme a obra, e franjas: e sendo caso que se não gastem na obra sobredita rinte mil réis, que para isso logo elle Antonio da Costa Homem recebeo d'elles officiaes e procurador do concelho em dinheiro de contado na sobredita obra no que lhe parecer que é mais necessario e sendo caso que falte algum dinheiro para se acabar a dita obra sobredita alem dos vinte mil reis recebidos elle Antonio da Costa Homem por amor desta Villa o porá do seu dinheiro e elles officiaes se obrigaram a o pagar e cumprir a letra que elle Antonio da Costa Homem mandar dizer que mais custou a dita bandeira com . . . . . vir a dita bandeira com a dità letra entregaremos o dinheiro que mais custar a dita bandeira à pessoa que elle Antonio da Costa Homem mandar.. ........ entregue a dita bandeira, a qual bandeira elle Antonio da Costa Homem segurará o custo que ella custar o qual seguro pagaremos com o mais custo que ella custar alem dos vinte mil reis; e por o dito Antonio da Costa Homem foi dito que elle se obrigava a mandar a dita bandeira e segura como dito é e confessava ter recebido de Francisco d'Andrade, procu rador do concelho que presente estava os ditos vinte mil réis em dinheiro contado. E delle mandaram fazer este auto e o assignaram todos. E eu Roque Roiz que o escrevi = Antonio da Costa Homem = João Fernandes Lopo Dias Homem Manoel Roiz Francisco d'Andra

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(Do livro das rereações de 1555 a f. 49 verso).

Carta monitoria do Licenciado Ascencio Gonçalves, 1593.

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0 Licenciado Ascencio Gonçalves ouvidor geral no espiritual e temporal em toda esta Ilha de S. Miguel pelo II. e Revd. sr. D. Manuel de Gouvêa, por mercè de Deus e da Santa Egreja de Roma Bispo de Angra e Ilhas dos Açores do conselho de Sua Magestade &. A todas as pessoas que esta minha carta monitoria for mostrada saude em Jesus Christo Nosso Senhor que de todos he verdadeiro Remedio e salvação. Faço saber que perante mim pareceram os officiaes da confraria de Nossa Senhora do Rosario sita na egreja de Nossa Senhora da Estrella da Villa da Ribeira Grande e por elles foi dito que tendo dado a fazer a Lourenço Teixeira, o moço, imaginario, o retabulo da dita confraria, se obrigara por uma escriptura que me presentaram. a fazel-o dentro d'um anno o que não cumprira, antes eram passados mais dois, e os trazia em delongas sem querer acabar o dito retabulo sendo muito necessario para a capella que estava feita da dita confraria em cuja causa o dito sr. bispo e eu os proveramos que servissem até agora para que assentassem o dito retabulo, pedindo-me os provesse a algum remedio opportuno: e visto por mim a informação que do caso tomei, mandei passar o presente pelo qual mando em virtude de obediencia. a qualquer official d'ante mim que a elle for requerido. que notifique, ao dito Lourenço Teixeira que lhe mando em virtude da mesma obediencia e sob pena de excommunhão maior que até dia de S. João que vem desta presente era, acabe o dito retabulo assim e da maneira que é obrigado pela dita escriptura, o qual tempo sendo passado e não o cumprindo assim como the neste por mim é mandado. ponho e hei por posta em sua pessoa sentença de excommunhão nestes presentes escriptos. E outro sim pagará de pena dois mil réis do aljube em que o hei por condemnado não o cumprindo, e o cito e chamo para a aggravação e reaggravação dos mais procedimentos, e da notificacão se fará termo digno de fe. Dado na cidade. de Ponta Delgada, sob men signal sómente, aos vinte e oito dias do mez d'Abril. Affonso de Góes o fez, de mil e quinhentos e noventa e tres annos. Pagou cincoenta réis Ascencio Gonçalves.

Em os vinte e oito dias do mes d'Abril da era de mil quinhentos e noventa e tres annos notifiquei eu escrivão abaixo assignado este monitorio do Sr. ouvidor, a Lourenço Teixeira, o moço, imaginario, nelle couthendo. lendo-lho de verbo ad verbum. de que fiz o presente termo que assignei--Affonso de Goes o escrevi-pagou cincoenta réis-Affonso de Góes.

(Archivo da Matriz da Ribeira Grande, papel avulso).

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Nasceu no logar dos Fenaes pouco distante da cidade de Pontadelgada, capital da ilha de san-Miguel a 22 de agosto de 1626. Foram seus pais Francisco de Andrade Cabral. (1) e Anna do Quental de Novaes descendentes ambos da mesma antiga e qualificada nobreza d'aquella ilha. Na edade pueril deu evidentes signaes das virtudes christans, que na adulta havia exercitar convocando muitos meninos para os templos, e ensinando-lhes o Catecismo com modestia e gravidade muito superior a esphera de seus annos. Instruido na patria com os documentos da graumatica desejando seus pais que aprendesse as sciencias maiores para as quaes promettia grandes progressos a vi vesa do seu engenho o mandaram no anno de 1643 quando contava 47 de edade á Universidade de Evora onde se applicon de tal sorte a penetrar os mysterios da philosophia, que com geral acclamação dos Cathedraticos se graduou Mestre em Artes a 30 de junho de 1647. O mesmo applauso conseguio o seu grande talento na especulação da Sagrada Theologia pelo espaço de tres annos, no fim dos quaes sendo Collegial do celebre Collegio da Purificação, passou a Universidade de Coimbra a continuar o estudo de tão sublime Faculdade, onde deixou admirados e invejosos os seus maiores professores. Ordenado de presbytero determinou voltar para a patria. e oppondo-se em um grande

(1) Francisco d'Andrade foi natural de Trancoso em Portugal, sendo seus paes, Pedro Ferreira Freire e Filippa d'Andrade Cabral, da mesma Villa. Casou Francisco em 1619 na Matriz de Ponta Delgada com Anna de Mattos sua primeira mulher, e depois com tres outras. Foi Capitão, Lealdader Mór dos Pasteis, e pessoa muito bem considerada.

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