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LISBOA

Ciudad hermosa, reina de Occidente,
Que en orillas del Oceano sentada,
Riendo ostentas la orgullosa frente
De castillos y torres coronada;
Mansion de encantos, hoy por ti suspira
Lejos de ti mi abandonada lira.

¡Ay quien me diera de la brisa en alas,
Cual paloma cruzar tu puro cielo
E nagenado contemplar tus galas,
Y adormirme un instante en ese suelo
Respirando el aroma de tus flores,
Que brinda al corazon dulces amores!

Sirve a tus pies de matizada alfombra
La mar azul cubierta de bajeles,
Cada bandera al ondular te nombra

Y parece saluda tus laureles;

Que es vano empeño oscurecer tu gloria,

Pues grabada hondamente está en la historia.

De esa plaga salio el inclito Gama
Com su flota a buscar el rico Oriente;
Y entre Colon y el plugo la fama
Repartir uno y otro continente...

Oh! si: los dos surcando el mar profundo
Dieron á Iberia posesion del mundo.

Y para eternisar tamaña empreza,
Gran monasterio alzaste en esa orilla,
Y el onda humilde murmurando besa
Su augusto templo, insigne maravilla,
Monumento precioso, tan sagrado
Qu'el mismo terremoto ha respetado.

¡Ai! al pisar aquel recinto santo
Bajo la immensa bóbeda sombria,
Revuela absorta en alas del espanto
A otros tiempos la ardiente fantasia;
Y al ver del gran Manuel la regia tumba,
La Lusitana gloria en torno zumba.

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1020) P✶✶✶ B***

E-Itineraire de Portugal ou Guide des voyageurs et Tableau des grandes routes, chemins de traverse et de communication de toutes les villes du Portugal à Lisbonne, et de ces differentes villes entr'elles. Traduit du portugais sur la dernière édition, et augmenté d'un petit Dictionnaire géographique du Portugal, et de la route de Bayonne à Lisbonne par Madrid et Salamanque. Bordeaux, 1810. 12.o, 83 pag.

1021) P. D. G.

E.-Sketches of Portuguese life, manners, costume, and character, illustrated by twenty coloured plates, by. London, 1626. (Esboços do viver, costumes e usos dos portuguezes, etc.)

1022) PECCHIO (COMTE JOSEPH).

E.-Lettres historiques et politiques sur le Portugal par·

continuées par

un ancien magistrat portugais; publiées par M. Léonard Gallois, et augmentées d'un coup d'œil militaire sur le Portugal, par M. le Général Pelet. Paris. A primeira carta é datada de Lisboa, 9 de fevereiro de 1822, e n'ella se queixa amargamente Pecchio do deploravel estado em que se achavam as estradas de Portugal.

Em todas as povoações que atravessei tenho encontrado homens robustos, esbeltos e de physionomia agradavel.»

Se fosse verdade ter Ulysses sido o fundador de Lisboa, seria mister admirar n'elle seu bom gosto, tanto como seu genio e astucia. A situação d'esta cidade encanta. A entrada é verdadeiramente digna da Europa!

Se os viajantes escrevessem que Lisboa é habitada de dia pelos homens, e de noite pelos cães, diriam a verdade. Que grandes serviços prestaram então os cães a esta cidade para n'ella serem melhor tratados que os gansos do Capitolio? Na praça do Caes do Sodré, onde resido, reune-se durante a noite tal multidão d'elles, que com seus uivos continuos acordam Enoch e Elias.

Antes de hontem pude finalmente assistir a uma sessão das côrtes. Um deputado levantando-se attrahiu toda minha attenção. 1 As feições de seu rosto eram austeras e fortemente caracterisadas; seus olhos eram de fogo, seus cabellos curtos e crespos começavam a enbranquecer. Sua tez era d'um moreno pronunciado sua voz retumbava como o ribombo do trovão: suas idéas eram claras, suas phrases concisas e nervosas. Em seus discursos nem se encontravam parentheses, nem circumloquios: nem offendia, nem lisonjeava pessoa alguma: parecia não cuidar na impressão que produzia no auditorio, e com os olhos fixos no presidente não estava attento, senão para a inspiração de sua consciencia. Á vista d'este orador observei nas physionomias dos ouvintes um sorriso de satisfação misturado com respeito.

Não podendo conter minha curiosidade por mais tempo, perguntei o nome d'aquelle deputado. E', responderam-me, Fernandes Thomaz, o rei da nossa revolução.

Depois levantou-se um outro homem de estatura mais alta, demorado na sua elocução, mas impetuoso, vigoroso e irresistivel em suas idéas. Ouvi pronunciar o nome de Borges Carneiro. Este deputado provoca frequentemente o enthusiasmo do auditorio; seus movimentos são sempre audazes, e ajudam as paixões populares.

O terceiro que tomou a palavra foi um padre revestido de ornamentos pontificaes, de estatura baixa, calvo e de voz fraca. A discussão versava so

1 Lettres, pag. 12.

bre um regulamento militar, e fallava a respeito d'elle desassombradamente. Perguntei a um visinho se aquelle padre, que se envolvia em assumptos militares, era um templario 1 Não, me respondeu elle surrindo-se: é Castello Branco, lente na Universidade de Coimbra, e um dos nossos maiores eruditos. Antes da revolução era membro da inquisição; actualmente consagra sua eloquencia encyclopedica á defesa da liberdade.

Apesar de ser d'uma boa legua a distancia da cidade baixa ao palacio das côrtes, as galerias reservadas para o publico estavam cheias. Reinam alli ordinariamente a ordem e a mais perfeita tranquillidade; porém n'aquelle dia. Andrade, deputado do Brasil, tendo-se levantado para combater a opinião do orador favorito, Borges Carneiro, o povo tomando partido pelo seu tribuno, entrou a agitar-se. Este deputado conteve-o immediatamente por meio d'esta apostrophe: Deveis conter-vos aqui, dentro dos limites do respeito. Nas eleições sois reis, n'este recinto sois subditos.

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Quero contar-vos uma anecdota, que vos provará quanto os deputados portuguezes estão possuidos de sua propria dignidade. Antes da revolução estava o rei no costume de dar a mão a beijar a quantos se apresentavam na sua presença. Quando o rei entrou pela primeira vez no recinto das côrtes, Sua Magestade apresentou a mão a beijar ao primeiro que se aproximou. Este fingiu acreditar que o rei desejava encostar-se, tomou-lhe a mão, pôl-a sobre seu braço, e subiu a escadaria com o rei.

Sou e serei sempre o cortezão dos homens illustres. Não tive nenhuma difficuldade em ver o general Sepulveda, o primeiro coronel do exercito portuguez, que a 24 de agosto de 1820 fez ouvir no Porto o grito da liberdade. É accessivel para toda a gente, e a qualquer hora do dia; é alto e esbelto; suas maneiras são simples e populares por instincto. É modesto e de cumprimentos tão frios, que o tomariam por um inglez; mas no fim de alguns minutos de conversação, sua figura se anima, suas faces tomam côr, seus olhos brilham, e reconhece-se immediatamente um habitante do meio dia. Os amigos da liberdade escolheram-n'o na cidade do Porto para primeiro actor da revolução. A natureza tinha-o dotado, para uma tão grande empresa, da prudencia necessaria, antes de pôr em execução, e da audacia e enthusiasmo na acção. Quando a regencia de Lisboa enviou as tropas, que lhe obedeciam, contra a guarnição do Porto, que avançava para a capital, Sepulveda, seguido apenas de duas ordenanças, se apresentou perante os batalhões de Lisboa, e os convidou a unirem-se aos libertadores da patria. Estas tropas, espantadas de tanto arrojo e confiança, não hesitaram um só instante em passarem para as bandeiras da liberdade.

O general Sepulveda emprega todo o seu tempo no bem da sua patria: poderia viver n'uma casa de vidro, pois nenhuma das suas acções tem necessidade de ficar escondida. Está sempre rodeado de seus amigos. Sua conversação é constantemente interessante por causa de sua franqueza e natura

⚫ Quereria dizer cavalleiro d'alguma ordem militar?

2 Lettre 9, pag. 41, 25 de maio de 1842.

lidade. Abomina o dominio que a Inglaterra pretendia exercer sobre a sua patria: porém em seu odio nunca confunde os individuos com o governo. Hontem fallando com elle acerca dos cento e cincoenta officiaes inglezes que serviam no exercito portuguez antes da revolução, fez-me o maior elogio d'elles, sem nenhuma affectação de generosidade. No primeiro movimento occorrido no Porto, os officiaes inglezes retiraram se declarando que nem queriam, nem deviam envolver-se nos negocios internos do reino. Os portuguezes, não querendo deixar-se supplantar em generosidade, deixaram-lhes a escolha ou de ficarem no exercito com seus postos, ou de se retirarem com os soldos correspondentes. Nenhum dos officiaes inglezes aceitou posto ou pensões, alguns offereceram mesmo gratuitamente a sua espada para ajudarem os liberaes e continuaram a ter relações de amisade e de estima com o general Sepulveda.

*

É preciso concordar em que Portugal tem bem merecido da Europa:

1. Porque os portuguezes foram os primeiros a dobrar o Cabo da Boa Esperança, e a mostrarem aos navegantes um novo caminho para se dirigirem á India. 1

2. Por terem sido os primeiros em 1760 a destruir a monarchia universal dos jesuitas.

3. Depois da desgraçada experiencia da republica franceza, foram os primeiros a adaptarem uma constituição que d'aquella mais se aproxima, e que servirá um dia de modelo a muitos governos europeus. Este reino, apesar de pigmeu, tem presenteado a humanidade com mais vantagens do que o collosso disforme da Russia, da Polonia e de todo o imperio da Austria reunidos. » Esta obra foi traduzida em italiano com o titulo: Tre mesi in Portugallo. 1822. Vejo mencionada como pertencente ao mesmo auctor a seguinte obra: Anecdotes of the Spanish and portuguese revolutions.

D

1023) PEDRO UND INES. Ein Deutsches Originaltrauerspiel in versen von fünf Auszugen. Wien, 1771.

1024) PEEL (GEORGE).

E. The battle of Alcazar fought in Barbary between Sebastian king of Portugal, and Abdelmelec king of Morocco with the death of capitaine Stuckley, as it was sundrie times plaid by the Lord high admirall his servants. London, 1594. (A batalha de Alcaçar pelejada na Barbaria entre Sebastião, rei de Portugal, etc.

1025) PELLICIER (JOSEPH).

E.-Succession de los reynos de Portugal. Madrid, 1640.

1026) PELSAERT.

E.― Journal van, etc. (Diario da viagem do navio Batavia ás Indias Orientaes). Amsterdam, 1651, 4.o

1 Carta de 29 de maio de 1822, pag. 46.

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