CAPITULO PRIMEIRO DA ARTE I Entre as multiplices manifestações por que se affirma o individuo moral chamado homem existe, como laço de harmonia entre ellas todas, uma que é a faculdade artistica: a propriedade que o espirito, quando em certo gráo de perfeição constitutiva, tem de idealisar, de não abstrahindo mas concretando o real e suas variadas e como que incoherentes feições e aspectos, extrahir d'elle o typo definitivo e harmonico. Esta faculdade que determina a concepção do ideal e da sua mais ou menos exacta reproducção na obra d'arte, embora a sciencia possa definil-a, estudal-a, determinar-lhe a vida e os phenomenos, é todavia completamente alheia, inteiramente differente da faculdade de deducção scientifica. A sciencia que tem a peito estudar esta provincia do espirito humano, a esthetica, distingue-se de todas as outras por não poder dar áquelles que a cultivam o conhecimento e a posse em si do objecto de que trata. A imaginação não póde adquirir-se como quasi se póde dizer que se adquire a rasão, pela gymnastica do |