palavra atareça, não significando direito algum, mas arreios, e armas. A pag. 149 col. 2. A mocda, que aqui se attribue a D. Sancho I., com mais probabilidade se pode dizer do II. A pag. 151 col. 1. Abençaes, c ovençues crão Officiacs d'ElRei, ainda mesmo de outros empregos, que não fossem arrecadadores de rendas: nos Mosteiros mesmo se dizia Ovença da Vestiaria, do Refcitorio, da Enfermaria, pelos diversos empregos claustracs: corresponde por tanto a Officiaes, ou empregados, e Ovença a Officina, ou Emprego. A pag. 153 na nota. Nada tem de commum os Morgados com a Avoenga, aquelles herdão-se gratnitamente, e para adquirir os bens da Avoenga, com preferencia a estranhos da famifia, era preciso paga-los. A pag. 155 col. 4. Azaga, è Azaria, á vista dos Foraes que refere, e até do de Coimbra pelo Conde Henrique, ainda não he claro se cra a mesma cousa, e a sua siguificação. A pag. 156, e seguintes. No artigo azena tenho a prevenir, que a pensão que nos Foracs se impoc nos moinhos, ou azenhas, se refere aos proprietarios, e não aos moleiros. Quanto ás significações diversas que dá ás palavras cambas, ou Kahayas, he mais natural a de moinhos de mão, ou cambões: csta mesma não destroc a prova que tira de Du Cange; porque os mesmos cambões podião moer a cevada para a fabrica de cerveja, e o uso desta bebida com o nome de sicera, he vulgar pelos Documentos dos primeiros Seculos da Monarchia. A pag. 157 col. 1. O`Documento que refere do anno 1114, he do 1116 (Era 1154). A pag. 164 col. 1. No Livro Preto da Sé de Coimbra f. 95 v. in fin. se acha hum Documento de IV dos Id. de Maio Era 1012, em que o Mosteiro de Vairão figura como Duplice. A pag. 171 col. 1. O numero dos Sesnandos Bispos do Porto, e as Epochas do sen Pontificado, não he exacto. Seguio o Author a D. Rodrigo da Cunha, e Cerqueira Pinto, que ainda depois das correcções de Florez no Tomo 21 da sua Hespanha Sagrada, que mostra ter tido em vista, não podem servir de texto; por isso que a todos tres enganou hum Documento falso do Cartorio de Pendorada; com tudo outro do mesmo Cartorio, que traz as palavrasin sagratione de tua barbada Era 1097, o que não menciona o Bispo Sesnando, he sem suspeita, e diz respeito ao Abbade Velino. Podem ver-sc as minhas Observ. Diplom. pag. 73, e seguintes. A pag. 185 col. 1. Nos nossos Documentos antigos, principalmente em Inventarios e formaes de partilhas, se declara a cada pas so, ácerca das peças de prata, serem de lavor de bugios, de grifos, de cardos, de amendoas, e de bastiães. Algumas destas peças as tenho visto, e ainda existem algumas com lavores de torres, e fortificações: isto he o que se exprimia pela palavra bastiães, e não nome de Ourives. A pag. 187 col. 1. Nos Capitulos Geraes de Cortes do anno 1439 não apparece tal assumpto, e menos a palavra bemdado, nem em algum Documento a tenho encontrado: talvez seja equivocação de leitura. A pag. 192 col. 2. Os Besteiros nunca servírão com lança, e por isso he disparatada a etymologia que se dá aos Besteiros do conto. No Tit. 69 do Liv. 1. Affonsino vem mesmo o conto, ou numero de Besteiros que devia haver nas diversas terras. Deste Tit., e do 71 do mesmo Livro, se fórma melhor idéa do motivo de se lhe dar este nome. A pag. 193 col. 2. Apezar da etymologia que o Author procura á palavra biffa, ainda para mim he obscuro, pelos Documentos, em que a tenho achado, que fazenda era, e de que aspecto. A pag. 195 col. 1. Ignoro que houvesse Cortes em Evora no anno 1411 (Era 1449). O Capitulo talvez seja de Cortes de outro anno, ou terra, passado por Certidão em Evora naquelle anno. A pag. 196 col. 1. Ha exemplo de se intitular em Portugal Bispo da Igreja Universal hum que não tinha Diocese designada, e foi o Prior de Santa Cruz D, João da Costa. Veja-se a Chronica dos Conegos Regulares Liv. 9 Cap. 28 pag. 264 n. 5 e 6. A pag. 199 col. 2. A expressão vocatus Episcopus não designa Bispo só eleito, he antes titulo de humildade, como alguns se dizião indignus Episcopus, etc. A pag. 204 col. 1. He vulgar achar-se nos nossos antigos Documentos a palavra braceiro por trabalhador. Sobre a pratica dos nossos Maiores de exprimirem os preços das fazendas por bragaes, lenços, e modios, podem ver-se as minhas Observações de Diplomatica pag. 101, e seguintes. A pag. 210 col. 2. Balhom entenderia antes de pasta, ou barra de metal por lavrar. A pag. 217 col. 1. A differença, que os Latinos fazião de grex a armentu, penso a fazião os nossos maiores, dizendo busto de vacis, e que se deve entender pelo rebanho, e não pelo curral. Tom. IV. Part. II. A pag. 221 col. 2. A significação, que o Author attribue ao substantivo caber, não me parece demonstrada. A pag. 226 col. 1. Calaça entenderia antes por caluga, ou pescoço do Por Camisa do Altar parece-me mais obvio entender-se a toalha. Col. 2. porco. Canada se diz ainda no Alemtejo a servidão, que tem o dono de huma herdade, de passar por outra para levar a beber o gado, etc. A pag. 232 col. 1. Achando-se as palavras Cerieiros e Candieiros, he mais natural entender por candieiros os que fabricão velas de cel o, e não rolo. Col. 2. Capão afoncinhado não se encontra se não por erro de leitura em lugar de afoucinhado. A pag. 232 col. 2. Cabedal ou Capital he ordinario encontrar-se nos Documentos antigos, que tratão de pagamento de foros, |